A palavra mais utilizada por aqueles que têm pressa na retomada do desenvolvimento e na conversão do mundo num lugar em que todos possam viver dignamente mercê de seu trabalho é inovação. É a questão mais urgente de nossos dias.
Quem descobriu primeiro foi a empresa, a instituição que teve de sobreviver a uma constante adversidade. O avanço da ciência repercutiu na transformação tecnológica e muitas atividades pereceram. Só sobrou quem inovou.
Mas inovação tem de estar em todas as consciências. Nos lares, se os pais quiserem que seus filhos tenham um futuro com que sonharam. Na escola, que é ainda o lugar ideal para a transmissão do conhecimento e para o treino da infância e juventude para uma vida em que vai prevalecer o inesperado.
Inovação para ensinar aos alunos, mas inovação também na gestão. A escola também precisa de uma tecnologia de ruptura. Ou seja: criar um esquema novo, uma estratégia ainda não utilizada, que gere um resultado melhor. Há bons livros que podem sugerir ideias a quem queira inovar. Clayton Christensen, professor de Harvard, escreveu três: “O Dilema do Inovador”, “O Crescimento pela Inovação” e “O que vem por aí”. É um bom começo.
O importante é ser audacioso. Ousar. Se ficarmos esperando que a necessidade de inovar chegue, nós é que chegaremos ao final da existência e não teremos inovado. Por isso é que Christensen brinca a afirmar que “a única maneira de inovar a tempo de não morrer é ser paranoico”.
Para ele, é necessário criar a ciência da inovação. E o Brasil é um espaço apropriado para isso. Somos criativos, adaptamo-nos ao novo, somos flexíveis. Temos facilidade para enfrentar novidades.
Mas temos também de treinar nosso cérebro, que tem alguns inimigos: o sedentarismo, a insônia, o estresse crônico. Treinamento é importante para tudo. É mediante esforço, empenho e vontade que as mentes superpoderosas quebram seus recordes. Foi assim que o canadense David Farrow memorizou 3.068 cartas de baralho depois de olhar a sequência uma única vez.
O espanhol Alberto Coto somou mentalmente 10 números de 10 dígitos cada um em 3 minutos e 42 segundos e Marc Jornet Sanz, outro espanhol de 16 anos, multiplicou 10 vezes, em menos de 4 minutos e meio, dois números de 8 dígitos.
Sem o sacrifício acelerador das habilidades da inteligência, não se chega ao pódio.
Por José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo