Marcos Sá escreve sobre a situação política brasileira

Impossível não escrever sobre o atual momento político que vivemos. Vamos que nem o rabo do cavalo, subindo para baixo, como o voo da galinha, que não as leva a lugar nenhum e dando a marcha ré na contramão da história. Nada aprendemos com os erros do passado. A memória coletiva ou é seletiva ou é anda esquecida. Não conseguimos olhar para o futuro e vivemos sempre numa espécie de bolha que nos aprisiona e compromete o desenvolvimento do país. Se olharmos para trás, veremos que sempre, desde a renúncia de Jânio, passando por Sarney, Collor, Itamar Franco, Lula, Dilma, o mandato tampão de
Temer, ao atual governo Bolsonaro, e ainda os que virão pela frente, todos passaram,
passam e passarão pelos mesmos problemas. As crises se perpetuam e viram o novo
normal. Vivemos como no enredo do filme com Bill Murray, O Feitiço do Tempo, onde
o personagem Phil, um arrogante meteorologista, fica preso no tempo e condenado a viver para sempre os mesmos eventos daquele dia. Estamos condenados e somos reféns dos interesses que o sistema trata de perpetuar e se blindar contra qualquer reação. Os deputados arranjaram um sistema de eleição proporcional, cujo quociente eleitoral é o que define os eleitos através de uma equação incompreensível, tipo a quadratura do círculo. Algo que ninguém entende, mas que elege quem o partido quer, e não o eleitor. Ou seja, deram uma banana para os manés. Temos a Câmara versus Senado, o Congresso versus Executivo, a Mídia versus Executivo e o Judiciário versus todos, num revezamento sem fim de intrigas, brigas e interesses próprios, totalmente descolados dos interesses de nós, pobres contribuintes. Em Brasilândia, a terra onde o impossível acontece, judiciaram a política e politizaram o judiciário. Nosso Congresso segue no bom e velho toma lá dá cá, no fisiologismo de sempre. E as reformas ficam travadas. Por aqui em Brasilândia, até o passado é incerto, e vivemos com o fantasma da insegurança jurídica. Os argumentos dos contra, ou dos a favor, variam conforme quem está no poder. Os condenados são soltos sob os mais absurdos pareceres. Alguns são soltos por excesso de provas contundentes. O último “mártir da corrupção”, Sergio Cabral, condenado a mais de 300 anos de xilindró, deve ser o próximo a ser descondenado por uma canetada qualquer. A nós, pobres contribuintes, resta pagar os impostos para sustentar essas castas que fingem nos governar, escolher um lado e viver em conflito constante com o lado oposto. E segue o script do feitiço do tempo, onde o pesadelo nunca termina. Sempre somos vítimas de mais do mesmo. Jogamos um jogo, em que o mocinho nunca vence, e os malfeitores sempre levam a melhor – e mesmo quando perdem são beneficiados pelo VAR de Brasília. A galera vive dividida e o Brasil emperrado. Políticos e ministros tanto fizeram que viraram personas non gratas, perderam o sossego e mal podem sair na rua que são questionados. Nem aqui nem no exterior. Nem a Copa do mundo empolga mais. Alguém conhece todos os jogadores convocados para a seleção? Sabem onde eles jogam? Quem sabe a seleção nos traga uma alegria. Estamos precisando muito. De qualquer maneira, informo que já estão abertas as vagas aos candidatos que serão selecionados para viajar a Marte no SpaceX do Elon Musk. Uma ótima alternativa.

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