Quebrou alguma coisa? Leva para o seu Nhonhô que ele conserta

Na série especial ‘Cotia 163 anos’, resgatamos a história de Theodomiro de Castro Pedroso, mais conhecido como seu Nhonhô. Nascido em Cotia em 1890, Nhonhô consertava de tudo, inclusive lâmpadas e fogos de artifício. Uma lenda de Cotia que nem todos conhecem. Confira!

Aparelhos eletrodomésticos, eletrônicos, panelas e pasmem: até lâmpadas e fogos de artifício. Tudo isso Theodomiro de Castro Pedroso, mais conhecido como seu Nhonhô, consertava. Nascido em Cotia em 1890, Nhonhô tinha habilidades que até ele duvidava.
Quem relembra a história desse querido cotiano é o seu neto, Cláudio Alexandre Magalhães, que recebeu a reportagem da Circuito em sua residência, no centro de Cotia. Seu Nhonhô morava na mesma casa, construída em 1820.

Cláudio Alexandre Magalhães, neto de seu Nhonhô. Foto: José Rossi Neto

Nhonhô era doceiro, coveiro, comerciante e Juiz de Paz. Cláudio lembra que seu avô também era apaixonado por música, inclusive, tocava na igreja e ‘sabia cantar em latim’. “O padre que está agora lá na igreja Monte Serrate tem um órgão do meu avô. Esse órgão foi reformado e está em exposição”, diz Cláudio, que é autor de quatro livros físicos e dois virtuais.
O escritor falou que seu avô compunha canções com o marido da Hebe Camargo, que costumava frequentar a sua casa. “Na época que eles tinham um programa de rádio, ela [Hebe] sempre convidava minha mãe e minha tia […] como ele [Nhonhô] era doceiro, quando a Hebe vinha para cá, ele fazia um monte de doces para ela”.
Mas diante de tanto talento, o que mais chamava a atenção dos moradores de Cotia, na época, era o fato de seu Nhonhô ter habilidades para lá de normais. E tudo começou com a história da lâmpada quebrada. “Tinha queimado a lâmpada de alguém, aí ele pegou e disse que ia consertar. Foi ao mercado, comprou uma outra, só que como tinha entortado um pouco a chapinha que tem na lâmpada, ele levou a nova e a entornou também. Aí a pessoa acreditou e isso se espalhou pela cidade”, relembra Cláudio.
Frente da casa de seu Nhonhô, onde Cláudio mora até hoje.

Aproveitando o clima de bom humor, a reportagem então questionou se Cláudio, hoje em dia, também consertava lâmpadas. “Não, pelo contrário, eu só quebro”, finalizou com risos.
Veja abaixo outra curiosa história de seu Nhonhô, que usava, junto com sua esposa, um pilão para benzer crianças.
Por José Rossi Neto

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