Riqueza das uvas menos conhecidas

Em um fascinante movimento, as prateleiras dos mercados e empórios estão testemunhando uma notável metamorfose no universo dos vinhos varietais. O cenário, uma vez dominado por tradicionais Chardonnay e Sauvignon Blanc, agora se transforma em um vibrante mosaico de possibilidades. Viognier, Riesling e uma constelação de outras variedades brancas tomam seu merecido lugar de destaque. Enquanto isso, entre os tintos, as clássicas cedem espaço para Nebbiolo, Bonarda, Syrah, Teroldego e fascinantes uvas autóctones de diversos terroirs europeus. Este é um momento emocionante, uma sinfonia de novos aromas e sabores que está encantando não apenas os enófilos, mas também aqueles iniciantes que se sentem inspirados a explorar. Na coluna deste mês, seguem algumas sugestões para quem quer iniciar esta jornada.

AS UVAS BRANCAS: VIOGNIER E RIESLING BRILHAM COM LUZ PRÓPRIA
Enquanto o Chardonnay reinou soberana por muito tempo e continua sendo uma uva notável, a alegria se manifesta agora nas complexidades oferecidas por cepas como Viognier e Riesling. A Viognier, com sua elegância floral e aromas sedutores, traz uma dimensão totalmente nova à experiência do vinho branco. A Riesling, com sua acidez vibrante e diversidade de estilos, é uma fonte inesgotável de prazer e a uva branca favorita de muitos sommeliers. Desde os exemplares secos e cristalinos até os intensos e doces, a Riesling oferece um espectro de possibilidades que enriquece qualquer seleção de vinhos brancos.

TINTAS ALÉM DO CONVENCIONAL: NEBBIOLO, BONARDA, SYRAH E TEROLDEGO DESLUMBRAM
Enquanto as uvas bordalesas (Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Carménère, Petit Verdot e Malbec) mantêm seu lugar de destaque, a novidade se manifesta nos vinhos
tintos que ultrapassam as fronteiras convencionais. A nobreza da Nebbiolo, originária do Piemonte, deslumbra com seus taninos estruturados e uma complexidade que envelhece magnificamente. A Bonarda, com sua rica cor e sabor exuberante, está provando ser mais do que uma coadjuvante da Malbec na Argentina, e conquistou seu espaço como uma opção cativante e versátil. A Syrah, que floresce em climas diversos, oferece uma amplitude de estilos, desde os robustos e apimentados até os elegantes e sedosos. Esta uva, flexível e intrigante, reflete a maestria dos enólogos em criar vinhos que transcendem as expectativas convencionais. O Brasil, com seus vinhos de inverno, tem exemplares excelentes desta cepa. A Teroldego, oriundo do norte da Itália, é uma joia rara. Com sua cor profunda e estrutura robusta, este varietal promete uma experiência sensorial única, e uma sugestão para os fãs de vinhos potentes. O Teroldego, da vinícola Era dos Ventos, é destaque no mercado nacional.

CELEBRAÇÃO DA DIVERSIDADE: O FUTURO BRILHA
Celebra-se a diversidade no mundo dos vinhos e o futuro parece brilhante. À medida que o mercado ousa, cada garrafa redefine expectativas e proporciona uma experiência única. Viognier, Riesling, Nebbiolo, Bonarda, Syrah e Teroldego são apenas alguns exemplos de cepas que lideram uma revolução deliciosa, expandindo horizontes e desenhando um novo mapa no mundo dos vinhos.

DICA FINAL Já está avançado no conhecimento de novos varietais? Experimente, então, a Godello da Espanha, a Grillo da Sicília (Itália) e a Sémillon de vários locais, destaque para Austrália. Nas tintas, Aglianico e Corvina (Itália), Garnacha (Espanha e França), Touriga Nacional (Portugal) e Mencía, também chamada de Jaen (Espanha e Portugal).


PAULA PORCI
Consultora, palestrante e colunista de bebidas
Juíza de vinhos Sommelière de vinhos ABS-SP e AIS-FR
Fundadora da Confraria das Granjeiras

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