Terror no Mandú: Parte 2 – O pequeno escravo

Vocês conhecerão histórias que os afastarão das redondezas do Sítio do Mandú

Era fim de tarde, e depois de uma longa caminhada pelas matas que circundam o Sítio do Mandú, aprendendo sobre a flora local e o contexto histórico do lugar, alunos de uma escola pública do município brincavam, corriam e faziam muito barulho, que praticamente anulavam a voz da professora que tentava as últimas explicações da excursão escolar.

“Tudo que estou falando aqui vai cair na prova”, ameaçava a professora na última tentativa de atrair a atenção dos alunos.

O esforço de atrair os olhares da criançada pré-adolescente deixou a educadora desatenta e um de seus alunos circundou a casa, caminhando para a parte de trás da construção, onde há uns 100 metros, havia uma imensa árvore.

A beleza sinuosa dois fortes galhos e a imponência da planta, curiosamente atraiu, para cada vez mais perto o vislumbrado aluno.

Aproximando-se da árvore, o aluno passou a escutar um canto de criança. Era algo alegre que parecia vir de alguém que estava se divertindo muito.

Ele olhou para a casa esperando ver alguém o observando, como se busca-se esperança sob o olhar de alguém. Todos os alunos estavam dentro da casa, e ninguém dava falta de sua ausência até o momento.

Mesmo com o dia quente, sentiu um pouco de calafrio, mas como já estava muito perto da árvore já era possível ver quem cantava a alegre música desconhecida.

“Eae, certo?”, perguntou o aluno à criança que parecia ter poucos anos menos que ele, cantava e se equilibrava entre os galhos da árvore.

“Sobe aqui, vamos brincar de pega-pega na árvore”, respondeu o pequeno equilibrista.

“Oh, o que é isso ai na sua perna?”, perguntou o aluno ao ver a argola presa na canela da criança.

“Não sei. Colocaram em mim e disseram que era para eu não me perder”, respondeu ele insistindo para o aluno subir na árvore.

“Por onde você subiu? Não estou vendo nenhum galho mais baixo para pendurar”, disse ele já tentando subir na árvore.

“Segura nesses buracos que tem ao lado da árvore que dá para subir”, declarou o pequeno escravo.

O aluno iniciou a subida e já no meio da árvore recebia gritos de incentivo para subir mais rápido.

Chegando a parte de cima do caule, onde a planta já se dividia em fortes galhos, os dois garotos se olhavam e sorriam com a conquista da escalada.

Foi quando o pequeno escravo disse: “você não deveria ter subido aqui”, e simplesmente sumiu.

Neste momento iniciou um forte balanço e a árvore passou a absorver o corpo do aluno. Ele tentou gritar, pedindo ajuda, mas dezenas de folhas começaram a entrar em sua boca e asfixiá-lo.

Seus braços e pernas já se encontravam quase que por inteiros dentro da planta, mas ele ainda tentava forçar seu corpo para se soltar da árvore.

Aquela criança que antes cantava para atrair a atenção do aluno e atraí-lo para aquela armadilha, dessa vez soltava gargalhadas tenebrosas e deixava a vítima ainda mais desesperada.

Até hoje é possível ouvir gritos de uma criança ao passar perto de uma das árvores  no Sítio do Mandú.

(Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência)

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