É comum um sujeito afirmar que têm uma doença, embora não seja confirmada do ponto de vista clínico. Se sujeita as intermitentes idas e vindas em médicos de diferentes especialidades, realização de inúmeros exames, procedimentos cirúrgicos invasivos e tratamentos medicamentosos sem obter melhoras dos seus sintomas. Como a causa desses sintomas é psicogênica, o paciente poderá construir na sua análise um caminho num terreno mais confiável e aos poucos mudar o enfoque da doença física para as questões emocionais, construindo novas imagens, refinando seus valores.
A somatização é a forma mais precoce de vivência do sofrimento, ocorre com muita frequência em crianças, cujo sistema nervoso central ainda não está completamente desenvolvido, em particular as estruturas e mecanismos responsáveis pela regulação do afeto, não apresentam repertório para expressar sentimentos de forma mais complexas, como a simbolização. Nessa idade, o sofrimento se expressa através de dermatites, asma, rinite, febre, herpes, que podem levar à hospitalização.
No adulto, a somatização aparece como um mecanismo de defesa que é acionado quando ele se encontra sobrecarregado emocionalmente, direcionando a emoção que não consegue ser processada mentalmente para o corpo. A princípio, não é uma doença.
Os transtornos somáticos compõem um grupo de doenças onde queixas físicas é o centro da vida do sujeito comprometendo todas suas esferas: pessoal, familiar, social. Estes pacientes apresentam grande dificuldade em resolver problemas, regular afetos, manejar relacionamentos interpessoais. Os sintomas referidos podem variar desde palpitações, dor de cabeça…até apresentar pseudocrises epilépticas, paralisias de membros ou diversas dores persistentes.
O tratamento psicoterapêutico pode ajudar? Sim, é fundamental um diagnóstico diferencial. Em particular, os psiquiatras Dra. Bruna Bartorelli, Dra. Abigail Betbede e Dr. Luiz Sperry do Ambulatório de Transtornos Somatoforme do Hospital das Clínicas oferecem um cuidado excepcional. Compartilhar essas lutas com outros pacientes e familiares pode servir de exemplo e motivar quem está a ponto de desistir de si mesmo a procurar ajuda psicológica de um profissional qualificado.
Por Edna Pereira Torrecilha (CRP 06/133023)
Psicóloga clínica, psicanalista e jurídica
Torrecilha’s Psychology Clinic
Tel.: (11) 2898-6070 / 96060-1507
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