Emergência climática é o tema da vez em todo o mundo. E por isso foi também escolhido para nortear as discussões ambientais, nas cidades, começando pela Conferência Municipal do Meio Ambiente cujo tema foi: “Emergência climática: os desafios da transformação ecológica”.
O evento aconteceu no último dia 16 e mais de 100 pessoas marcaram presença entre membros do conselho, do governo municipal e da sociedade civil e participaram de palestras, discussões e apresentação de propostas para cinco eixos temáticos: Mitigação, Adaptação e preparação para desastres, Transformação ecológica, Justiça climática, Governança e educação ambiental. E escolheram delegados que irão encaminhar as propostas da cidade na Conferência Estadual.
“Cotia não terá balcão de negociações com o meio ambiente”, garantiu o secretário de Meio Ambiente Paulo Cordeiro reforçando que a tolerância será zero para crimes ambientais na cidade.
O prefeito Welington Formiga participou da abertura dos trabalhos e ratificou o seu compromisso com o meio ambiente. “Vamos tratar o verde com muita responsabilidade. Não somos contra os empreendimentos, mas quem quiser se instalar em Cotia vai ter que garantir contrapartida em infraestrutura, cuidar das pessoas”.
Os participantes foram divididos em grupos, por eixos temáticos e apresentaram propostas que serão defendidas pelos delegados na conferência estadual, prevista para ocorrer em março.
Conheça as propostas:
Eixo I – Mitigação
1ª.: Plano de ação para descarte seletivo de resíduos sólidos na fonte geradora com objetivo de aumentar a taxa de coleta seletiva no País, reduzir o volume de resíduos disponibilizados para aterros, promover a conscientização da população sobre o descarte coletivo, estimular a criação de cooperativas de emprego e renda e contribuir para redução da poluição e preservação dos recursos naturais;
2ª.: Horta Solar escolar com laboratório circular sustentável com objetivo de gerar ambiente pedagógico, científico e produção de energia renovável e de alimentos. Laboratórios pequenos com até 100m2 com custo médio de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) e alimentos vertidos ao consumo da própria escola com medidas alinhadas pedagógicas com captação de carbono e biogás.
Eixo II – Adaptação e preparação para desastres
1ª.:Política municipal de adaptação e mudança de clima com uma revisão do Plano Diretor;
2ª.: Plano de contingência com capacitação nas escolas regionais e UBS.
Eixo III- Transformação ecológica
1ª.:Estabelecer, como parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Sistemas Inteligentes de Reaproveitamento Circular de Resíduos, que incorporem tecnologias de informação, para desenvolver cadeias de reutilização de resíduos com foco na coleta seletiva dos recicláveis, mas também desenvolvendo a reutilização dos orgânicos, para valorizar produtos e capacitar e utilizar mão de obra no setor de coleta. Recomenda-se focar nas cadeias de maior emissão de gases de efeito estufa, como aterros sanitários (p.ex, construindo sistemas para a produção de biogás para reduzir emissões de metano) e na cadeia da construção civil e de infraestrutura (p. ex, utilizando pneus e roupas descartadas, e outros resíduos como matéria prima para cimento e pavimentação);
2ª.: Garantir que os projetos de infraestrutura viária sempre considerem as opções de transporte de baixo carbono de forma integrada, permitindo seu uso como parte de um conjunto de soluções de mobilidade.
Eixo IV – Justiça climática
1ª. Isenção de IPTU para áreas particulares que forem cedidas para o desenvolvimento de hortas comunitárias;
2ª.: Mapeamento de áreas onde residam negros, quilombolas, indígenas e vulneráveis em geral.
Eixo V- Governança e educação ambiental
1ª.: Implantação de Conselhos Municipais de Meio Ambiente paritários e deliberativos com ampla participação dos cidadãos para construção participativa de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável garantindo a preservação e proteção do meio ambiente;
2ª.: Implantação da educação ambiental transversal para todos em todas as esferas e segmentos da sociedade com o comprometimento do poder público, incluindo o pleno saneamento, a gestão adequada de resíduos entre outros, utilizando ferramentas e tecnologias inovadoras com o envolvimento e empoderamento de todos os cidadãos, de todas as idades.
Delegados eleitos
Por maioria de votos foram eleitos os seguintes representantes da Sociedade Civil: Jucilene Cassou Guimarães (delegada) e Edielton Martins dos Santos (suplente).
Pelo poder público, os delegados serão o secretário de Meio Ambiente Paulo Cordeiro e o secretário adjunto Wagner Neves, respectivamente delegado e suplente.
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