Bullying é um problema de grande parte dos jovens brasileiros. Uma pesquisa da Unicef realizada em 2017 apontou que o Brasil é quarto país com maior prática de bullying do mundo. “Decidimos tocar num assunto ignorado por peças e musicais, mas que interessa muito o público pré-vestibular”, explica Allan Oliver que escreveu o texto do espetáculo Bullying, o Musical, que reestreou no Teatro São Cristóvão, no Mooca Plaza Shopping.
No elenco da peça, está o granjeiro Pietro Dal Monte, um jovem de 18 anos promissor nos palcos. Ele já atuou em comerciais e fez figuração na novela Carrossel, do SBT. Participou de várias peças de teatro tradicional, mas hoje em dia diz que seu principal nicho é o teatro musical, “mais voltado para a comédia”.
No musical, ele interpreta Daniel. “Nessa peça é legal porque meu personagem tem um crescimento, de tanto sofrer pelo bullying, quanto sentir a necessidade de se defender praticando-o”, resume. O enredo traz os alunos do Colégio Epaminondas que tentam sobreviver ao último ano do ensino médio. Embalada por canções vibrantes, Bullying é um espetáculo de jovens para jovens e que aborda assuntos como drogas, sexualidade e a escolha da carreira. O sucesso da primeira temporada foi tanto que a obra chegou a ser indicada como melhor evento de 2019, através de voto popular no Prêmio Jovem Brasileiro. Após dois anos e críticas positivas, retorna aos palcos no Teatro São Cristóvão, localizado no Mooca Plaza Shopping, aos sábados e domingos, às 15h.
Como chegou aos palcos? “Estudei praticamente minha vida inteira no Colégio Rio Branco da Granja, onde pude conhecer e me apaixonar pelo Grupo de Teatro Rio Branco, que me ensinou tanto e me abriu portas maravilhosas que me fizeram chegar onde estou. Além disso, as minhas aulas e cursos na EDA (Escola de Desenvolvimento Artístico) também contribuíram demais para formar o artista que eu sou hoje, que com muita felicidade está no seu primeiro espetáculo profissional de teatro musical”, revelou à nossa redação.
Se depender da garra e do talento de Pietro, este é apenas o início de uma brilhante carreira. Na Broadway, inclusive. Por enquanto, ele espera apenas uma melhor valorização da cultura por aqui. “Eu sempre tive o objetivo de fazer com que o teatro e a cultura no geral sejam muito mais valorizados do que são. Tenho em mente de que muitos artistas e jovens assim como eu querem e sonham em estar na Broadway um dia. Entretanto, como brasileiro, sonho em estar num país onde as pessoas queiram e consigam ir ao teatro, onde as leis de incentivo à cultura sejam cada vez utilizadas e onde o governo tenha noção do mercado imenso que é o teatro nacional”, finaliza.
Por Juliana Martins Machado