Em nota, Prefeitura de Embu repudia vandalismo contra obras indígenas no município

30, das 40 obras expostas na Mostra M’Bai, foram destruídas na semana passada. Secretaria de Cultura de Embu das Artes disse que tomou quatro medidas em relação ao ocorrido. Nota à imprensa foi enviada nove dias após o ataque

A Prefeitura de Embu das Artes, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, repudiou o ato de vandalismo contra 30 obras, que representam a cultura indígena, expostas na Mostra M’Bai, no Centro Cultural Mestre Assis [relembre o caso aqui]. Em nota, o governo municipal disse que tomou quatro medidas em relação ao ocorrido.
A Secretaria de Cultura afirmou que, além de ter registrado o Boletim de Ocorrência, abriu uma sindicância para apurar os responsáveis pelo vandalismo. Também garantiu alocação de efetivo de guarda patrimonial para atender o local e retirou para resguardar as obras danificadas.
“O Poder Público Municipal reitera sua posição em favor do exercício da arte e cultura em nossa cidade e sua posição na defesa do direito e acesso às artes”, diz trecho da nota, enviada após nove dias do ocorrido.
Das 40 obras produzidas por 16 artistas, 30 foram destruídas. No último dia 16, ao chegarem no Centro Cultural Mestre Assis, os funcionários encontraram peças de cerâmicas e pedaços de quadros quebrados pelo chão. Não há pistas, até o momento, sobre autoria do ataque.
Os artistas pedem que a Prefeitura de Embu reative a exposição e ainda ressarça as obras danificadas, já que os trabalhos estavam sob a guarda do município. Os organizadores do evento acreditam que há a possibilidade de o ataque ter sido motivado por racismo, já que as obras representavam a cultura indígena.
MOSTRA
A terceira edição da Mostra M´Bai de Artes Plásticas teve início no último dia 6. A exposição estava marcada para terminar nesta sexta-feira (26).
Este ano, a Mostra homenageia o Ano Internacional de Línguas Indígenas, que foi criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para contribuir na conscientização da necessidade de se preservar, revitalizar e promover as línguas indígenas no mundo.
A curadoria trouxe como convidados professores de línguas indígenas, uma família Guarani e a Presidente do Conselho Estadual dos Povos Indígenas. A maioria dos artistas inscritos na mostra são indígenas de seis etnias diferentes, dos quais três moram em Aldeias.
Por José Rossi Neto

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