Avenida Politécnica deve receber ‘mini Vale do Silício’ paulista

São Paulo planejar criar um distrito de inovação nas proximidades da Cidade Universitária, com o objetivo de integrar instituições renomadas como a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Butantan, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

O governador em exercício Felicio Ramuth autorizou nesta terça-feira (2), a assinatura de um protocolo de intenções para implementação do primeiro Distrito de Inovação da capital paulista. A ação formaliza a iniciativa de criação de um ambiente de troca de experiência entre universidades, empresas, institutos de pesquisa, instituições de fomento, startups e outros órgãos para impulsionar o desenvolvimento de projetos de inovação e tecnologia em São Paulo.

Os distritos de inovação são áreas que reúnem esforços públicos e privados focados em tecnologia, criatividade e empreendedorismo, abrigando incubadoras e aceleradoras de startups. O exemplo mais icônico desse modelo é o Vale do Silício, nos Estados Unidos, que engloba mais de 20 cidades na Califórnia. No entanto, muitos distritos de inovação ao redor do mundo são menores, como os encontrados em Boston (EUA), Israel, China e Barcelona, além do Porto Digital, em Recife, que conta com 350 empresas e instituições de tecnologia e economia criativa.

Localizado na Avenida Escola Politécnica, o espaço destinado ao distrito brasileiro possui 45 mil metros quadrados e, atualmente, abriga o prédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, que será transferido para o centro da capital.  próximo à Cidade Universitária, o terreno é ideal para o projeto, visto que as instituições envolvidas já estão localizadas nas proximidades.

Uma das vantagens destacadas pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, é que, ao contrário de outras regiões do mundo que precisam atrair instituições para um mesmo local, em São Paulo essas entidades já estão naturalmente próximas, facilitando a colaboração. O secretário, que é ex-reitor da USP, ressalta que atualmente os pesquisadores dessas instituições já trabalham juntos em iniciativas pontuais, mas o novo distrito formalizará essa cooperação.

“São centenas de laboratórios e toda uma estrutura grande e valiosa, com profissionais que vão interagir para benefício mútuo das organizações participantes e da sociedade, com a finalidade de solucionar entraves relacionados à competitividade e à produtividade, por exemplo. O Governo do Estado está apoiando a iniciativa para que o distrito venha a ser um catalisador de inovações, um importante ponto de encontro colaborativo”, afirma Vahan Agopyan, secretário da pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O distrito de inovação paulista deverá incluir restaurantes, hotéis para professores e pesquisadores visitantes, escritórios para empresas e um centro de convenções. Além disso, esses modelos urbanísticos geralmente atraem novos moradores para a região devido à geração de empregos, aumento da renda e desenvolvimento local, motivo pelo qual a Prefeitura também é parceira do projeto.

O custo estimado do projeto é de cerca de R$ 300 milhões, e o governo planeja viabilizá-lo por meio de uma parceria público-privada (PPP) no próximo ano. Um grupo de trabalho com representantes das quatro instituições ainda está discutindo a gestão do distrito. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também poderá participar, financiando projetos de inovação.

Projetos anteriores de distritos de inovação no estado, como na região do Ceagesp, não avançaram. E há um previsto para um prédio da USP que estava destinado a ser um centro de convenções e terá sua finalidade transformada por meio de parcerias com empresas.

A previsão do Estado é que ocorra a instalação de outros distritos em grandes cidades do interior que também contam com ambientes de inovação, nos mesmos moldes do que será feito na capital, preservando a autonomia das instituições envolvidas.

Por Juliana Martins Machado, com informações do Estadão e da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado

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