Cotia é uma das 84 cidades de SP que podem ter surto de dengue, zika e Chikungunya

Segundo o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde, o município apresentou alto índice de focos de reprodução do mosquito. Na região, Jandira também está sob risco de surto

O município de Cotia apresentou um alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e pode registrar surtos de dengue, zika e chikungunya. Ao todo, no Estado de São Paulo, mais 83 cidades estão na mesma situação. Na região, outro município que está sob risco de surto é Jandira. Já Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Osasco e Santana de Parnaíba estão em estado de alerta.
Os números foram apresentados nessa semana pelo primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019, do Ministério da Saúde. Em todo o país, a incidência de casos de dengue, entre janeiro e março deste ano, subiu 339,9% em relação ao mesmo período de 2018.
O LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do vetor e das doenças (dengue, zika e chikungunya). Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.
Para isso, o levantamento é dividido em três faixas. A primeira, é a de nível satisfatório de infestação, em que o índice é de até 1%. É o caso de Pirapora do Bom Jesus, com 0%.
Já a situação de alerta envolve índices de infestação entre 1% a 3,9%. É o caso de Itapevi e Carapicuíba (1,10%); Barueri e Santana de Parnaíba (1,60%) e Osasco (3,40%).
A última faixa, com LIRAa acima de 3,9%, representa situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya. É onde se encontra Cotia, que está com 6,90%, e Jandira, com 5,7%.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde de Cotia não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Casos e focos de dengue
A Circuito publicou, recentemente, duas matérias sobre casos e focos de dengue na região. Em uma escola municipal de Cotia, a Vigilância Ambiental constatou alguns focos do mosquito transmissor da dengue no telhado do pátio.
No mês de março, em um residencial localizado entre os municípios de Cotia e Carapicuíba, foram registrados oito casos de dengue. A informação foi obtida com exclusividade pela Circuito, através de alguns moradores que contaram que receberam em suas casas um comunicado alertando para os casos. A administração do local confirmou a informação, mas não quis dar mais detalhes à nossa reportagem.
Por outro lado, tanto a Prefeitura de Cotia quanto a Prefeitura de Carapicuíba, negaram o ocorrido.
Criadouros
O armazenamento de água no nível do solo (armazenamento doméstico), como em toneis e barris, foi o principal tipo de criadouro identificado no país, seguido por depósitos móveis, caracterizados por vasos e frascos com água, pratos e garrafas retornáveis. Por último, estão os depósitos encontrados em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.
Dengue
Até 13 de abril de 2019, foram registrados 451.685 casos prováveis de dengue no Brasil contra 102.681 casos no ano passado. A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 216,6 casos para cada 100 mil habitantes. O número de óbitos pela doença também teve aumento, de 186,3%, passando de 66 para 123 mortes.
Zika
Foram registrados ainda 3.085 casos de zika, com incidência de 1,5 caso para cada 100 mil habitantes. Em 2018, no mesmo período, foram identificados 3.001 casos prováveis da doença. Não há óbitos por zika contabilizados em 2019.
Chikungunya
Também houve 24.120 casos de chikungunya, com uma incidência de 11,6 casos para cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 37.874 casos – uma redução de 36,3%. Em 2019, não foram confirmados óbitos por Chikungunya no país.
 
Por José Rossi Neto

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