Homeschooling: como se adaptar à nova prática que tem sido desafiadora

Pedagoga dá dicas de como enfrentar esse momento da melhor forma, garantindo o aprendizado

O homeschooling, ou ensino em casa, tem levantado discussões recentes sobre sua efetividade e viabilidade. Devido às medidas de isolamento social por conta da pandemia, esta se tornou a única opção para cerca de 80% do total de estudantes do mundo todo, mais de 1 bilhão de crianças e adolescentes, que ficaram sem aulas, segundo dados da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Com isso, pais, alunos e professores tiveram que se adaptar rapidamente a nova forma de participar, aprender e ensinar.

Em muitos países, essa modalidade de ensino, que não é algo novo, é legalizada, como por exemplo: Estados Unidos, Áustria, Bélgica, Canadá, Austrália, França, Noruega, Portugal, Rússia e Nova Zelândia. Mas, aqui no Brasil, a prática é bastante incomum e tem sofrido constantes críticas por diversos desafios que o modelo traz, como a necessidade primordial de dispor de internet e equipamentos eletrônicos na casa de cada estudante, a dificuldade de concentração dos alunos, disponibilidade de tempo dos pais para o acompanhamento das atividades, no caso das crianças menores, entre vários outros.

A pedagoga Rita Oliveira André, Doutoranda e Mestre em Educação e Currículo pela PUC- SP, acredita que dificilmente o modelo seja viável no país e defende que o aspecto da sociabilidade é importante para a construção do respeito e outros valores. “Como educadora, eu acredito que a escola tem um papel fundamental, não apenas no desenvolvimento cognitivo, mas no socioemocional. Precisamos desenvolver uma postura de respeito à diversidade cultural em nossas crianças e adolescentes e para isso a convivência com o diferente é essencial”, afirma Rita.

Como neste momento o ensino domiciliar é a única opção, a profissional aconselha os pais, “conversem com a escola e dividam suas dificuldades. Criar grupos de estudos online com os outros pais e os amigos de seus filhos, também ajuda a deixar o estudo mais prazeroso e poderá haver até um rodízio entre os pais para realizar as tarefas”. Rita destaca ainda que o mais essencial é manter um diálogo ativo com filhos, deixando-os falarem o que estão sentindo. “Isso é essencial para formação de vínculo e confiança entre pais e filhos”. Com sólida carreira desenvolvida na área da educação, Rita tem expertise na gestão de projetos educacionais e, hoje, atua como Gerente de Educação à Distância no Stoodi, uma plataforma de cursinho online.

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