A Pesquisa de Nível de Emprego, levantamento feito pela Fiesp e pelo Ciesp divulgado nesta sexta-feira (17 de agosto), mostra abertura de 1.000 vagas na indústria de transformação paulista em julho, em relação a junho. A variação (0,04% sem ajuste sazonal e -0,1% na taxa ajustada) configura estabilidade e é o melhor resultado para o mês de julho desde 2013.
No ano, ainda é positiva a geração de postos de trabalho, com 17.000 novas vagas, mas esse total é inferior à média histórica de contratações no período de janeiro a julho (43.000 postos criados por ano). E como o segundo semestre de cada ano costuma ter número de demissões que ultrapassa o de contratações no início do ano, pode se frustrar a expectativa de criação líquida de vagas em 2018.
“Não há fato novo que faça prever melhora do emprego até o final do ano”, afirma José Ricardo Roriz, presidente em exercício da Fiesp e do Ciesp. “Nos últimos dez anos, somente em um deles, 2010, houve criação de empregos”, destaca. “Isso é muito ruim, porque a indústria sempre foi a mola propulsora do desenvolvimento de São Paulo. Passar esse longo tempo sem gerar mais empregos, com baixo investimento, é muito preocupante.”
O ritmo abaixo do esperado da recuperação da economia, ao lado da repercussão da greve dos caminhoneiros, ajuda a explicar o menor número de vagas criadas. Há cautela entre os empresários, provocada pela incerteza em relação ao custo do frete rodoviário e à eleição de outubro.
Setores
Dos 22 setores industriais acompanhados pela pesquisa, 11 contrataram mais do que demitiram, 3 ficaram estáveis e 8 cortaram vagas. O destaque foi o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, com saldo de 1.585 vagas em julho. Em máquinas e equipamentos foram criados 1.311 postos de trabalho, e em produtos diversos 1.252.
Houve o fechamento de 2.738 vagas em confecção de artigos do vestuário e acessórios, e em produtos alimentícios houve redução de 664 postos de trabalho.
Regiões
A análise por região do Estado, que segue a divisão das diretorias regionais do Ciesp, mostra resultados positivos em relação ao emprego em 16 delas, negativos em 13 e estabilidade em 7. É desde 2012 o mês de julho com mais regionais com saldo positivo de vagas.
A regional Cotia, composta por seis municípios (Araçariguama, Cotia, Embu das Artes, São Roque, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista), foi uma das que obteve resultado negativo, uma queda de 50 postos de trabalho.
No ano, o acumulado de -0,77%, o que representa uma queda de aproximadamente 350 postos. Nos últimos 12 meses, o acumulado é de -0,92%, representando uma queda de aproximadamente 450 postos de trabalho.
O nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Cotia no mês de julho/2018 foi influenciado pelas variações negativas de Máquinas e Equipamentos (-2,60%); Produtos Químicos (1,05%); Produtos Têxteis (-0,87%) e Produtos Alimentícios (-1,36%), que foram os setores que mais influenciaram o cálculo do indicador total da região.