Se eleito, Jorge Faria diz que sua primeira ação será democratizar a OAB Cotia

“Vejo a OAB como a entidade representativa de classe mais importante do país e que deveria atuar mais ativamente na defesa de seus membros do que se ocupando de questões políticas”, é o que afirma o advogado Jorge Faria, um dos candidatos à presidência da OAB Cotia. Eleição acontece em novembro e ele está concorrendo com outras duas chapas. Acompanhe a entrevista exclusiva que ele concedeu à revista Circuito, comentando seus planos para uma futura gestão.

O advogado Jorge Faria (foto) tem 32 anos e mora em Cotia desde que nasceu. É especialista em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário pela Escola Superior de Advocacia do Estado de São Paulo e atua, há 9 anos, no convênio Defensoria Pública e OAB no atendimento à população carente da cidade. Já exerceu a função de coordenador e presidente da Comissão da Jovem Advocacia da OAB Cotia, onde teve a “missão de acolher e auxiliar os jovens advogados” como descreve. Atualmente, está como secretário-adjunto e lançou-se candidato a presidente da subseção para o triênio 2022/2024.

Em Cotia, 1.171 advogados devem ir às urnas no final deste mês para votar em uma das três chapas concorrentes. Seguindo a tradição, a revista Circuito tem feito uma série de entrevistas com os candidatos e hoje é a vez de Jorge Faria, que lidera a Chapa 3 – Renova OAB com o lema, trabalho e transparência.

Para ele, a OAB é a entidade representativa de classe mais importante do país e que deveria atuar mais ativamente na defesa de seus membros do que se ocupando de questões políticas. “O ponto forte da OAB é o protagonismo nas mudanças sociais”, faz questão de ressaltar. Afirma que, sendo eleito, irá democratizar a entidade, expandir as comissões e abrir as portas do auditório para palestras de conscientização, não só para advogados como para a população em geral.

Por que deseja ser presidente da OAB?
Para escutar e acolher a nossa classe, já que o presidente é o representante da OAB mais próximo da advocacia local. Meu desejo surgiu quando eu notei que a nossa entidade se distanciou da advocacia, se fracionou em diversos grupos e permaneceu inerte durante a crise da Covid-19. Nos últimos anos, percebi que muito pode ser feito pela advocacia, mas que depende da vontade política do presidente da subseção para que as ações concretas ocorram no local.

Como enxerga a OAB hoje? Quais são pontos fortes? E em quais precisa melhorar?
Vejo a OAB como a entidade representativa de classe mais importante do país e que deveria atuar mais ativamente na defesa de seus membros do que se ocupando de questões políticas. O ponto forte da OAB é o protagonismo nas mudanças sociais. Na história, a entidade sempre assumiu um papel de protagonista das mudanças sociais. Mas pode melhorar na forma como ela presta as informações aos seus inscritos para ter uma relação mais transparente. Ela pode agilizar a forma de atendimento à população na Comissão da Assistência Judiciária, reduzindo a fila que gera tempo de espera para nomeação de advogado. Pode utilizar melhor seus espaços, como o auditório para realizar eventos e atividades de conscientização e aprimoramento não só da nossa classe, mas também da sociedade.

Sendo eleito presidente, qual seria a sua primeira ação?
Minha primeira ação será democratizar a nossa instituição. Existem alguns cargos que são indicados pela OAB para ocupar os conselhos do município e esses passarão a ter indicação por inscrito em lista tríplice dos advogados mais votados na subseção para, então, ser escolhido o nomeado pela diretoria.

E o que manteria desta atual gestão que considerou importante?
Achei importante a criação de diversas comissões, entre elas a da violência contra a mulher e a do direito dos animais. Essas comissões, como outras, serão mantidas.

Que tipo de ações pretende fazer para aproximar a OAB da comunidade?
Olha, eu pretendo expandir as comissões OAB vai à escola, OAB vai à faculdade e a da assistência social. E também realizar palestras na casa para conscientizar a população e, como muitas vezes o auditório está vazio, isso é bem factível.

Como vê a relação da OAB com os poderes legislativo, executivo e judiciário?
A OAB mantém uma maior relação com o poder judiciário. Mas pode aprimorar e muito essas relações, especialmente com o Executivo e o Legislativo para que o primeiro possa adotar as medidas que melhor atendam a população e de forma mais efetiva. Já com relação ao segundo, poderia ajudar e elaborar normas que possam proporcionar justiça social. Então, essa aproximação poderia acontecer e seria muito bem-vinda.

A cidade de Cotia tem uma geografia bastante complicada e um transporte público que não atende a todos os bairros. Como garantir o acesso de moradores das regiões mais distantes a esses serviços relevantes?
Os serviços relevantes da OAB poderão ser acessados através de e-mail ou telefone. Deste modo, a tecnologia permitirá reduzir o deslocamento até a OAB para a solicitação dos serviços.

Como se vê na OAB em 2024, quando supostamente teria vencido a eleição e estaria encerrando seu mandato?
Eu pretendo estar passando a faixa de Presidente para um sucessor ou sucessora, com sentimento de dever cumprido.

Por Juliana Martins Machado

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