Viver também significa identificar e remover os excessos e o que é supérfluo em busca do que é verdadeiramente essencial. Comprar com consciência e valorizar o que você possui, assim como as pessoas ao seu redor, também faz parte do estilo minimalista de ser.
O termo “minimalismo” tem como base a busca por uma vida mais rica com menos coisas. Mas não confunda isso com “jogar todos seus pertences fora”. O minimalismo, segundo a tradição, diz muito mais sobre a maneira que você enxerga a vida e sua relação com os bens materiais.
Moradora de Cotia, Sulimary Moraes não se considera minimalista, porém, ela luta para cada dia ser mais desapegada dos bens materiais. Em sua linha de raciocínio, para a pessoa comprar mais, ela precisa, naturalmente, trabalhar mais, e quanto mais se trabalha, menos consegue aproveitar a vida em outros sentidos, em outros momentos.
Além disso, Suli se preocupa com o planeta. O consumismo, segundo ela, contribui para transformar o mundo em uma lata de lixo. “Temos que ter mais consciência, pois tudo que compramos, um dia vamos descartar e vai para o ‘nosso’ planeta. Comprar menos também é dar qualidade de vida para o planeta onde nós vivemos”, destaca.
Para a psicóloga Rosana Borzan, a remoção dos excessos ajuda muito, até mesmo na promoção de um diálogo interno, ‘levando o indivíduo a perceber as projeções que estão colocando nos objetos’.
“Devemos nos perguntar: ‘Será que realmente preciso disso?’ Às vezes, compramos por vontade, não por necessidade, e só ficamos juntando coisas que por muitas vezes nem utilizamos, ficando ali apenas ocupando espaço desnecessário”, explica.
Após ter feito essa “peneira”, Rosana pondera que devemos focar nos valores que realmente importam, dando assim novo significado para a vida. “Diminuindo os gastos excessivos passamos a viver um mundo mais significativo, abrindo caminho para valores que nos ajudam em nosso crescimento pessoal e emocional.”
A MODA E O CONSUMO CONSCIENTE  
Os tempos estão mudando e a conscientização vem junto nesta onda. O Planeta já está na “UTI”, tamanho o consumismo desenfreado da humanidade. Pensando nisso, alguns artistas nacionais e internacionais dão seus exemplos e colaboram para a vida e a saúde do mundo. Circuito trouxe algumas referências do mundo artístico, confira:

Emma Watson incentiva o consumo consciente de roupas
Emma Charlotte Duerre Watson é uma atriz, modelo e ativista britânica, nascida na França, conhecida mundialmente pelo seu papel como Hermione Granger na série de filmes Harry Potter.
Após o lançamento do filme Regression, no qual Emma atuou, ela fez questão de compartilhar com seus fãs a procedência das peças que tem usado nos tapetes vermelhos de divulgação.
Em seu Instagram, ela compartilhou informações sobre quem eram as pessoas que faziam os sapatos que ela usou, e até mesmo a procedência de um dos cabideiros usados para guardar suas peças. Tudo ecológica e socialmente correto.
Em um dos posts, ela diz: “Inspiradas em considerar todo o processo de criar um look fashion, nós estamos pensando em todas as pessoas, peças e até nos móveis! Esse rack é feito por designers que consideram o local da matéria-prima e da produção, o trabalho manual, o meio ambiente, a sustentabilidade e a longevidade da moda”.

Sarah Jessica Parker no brechó?
É isso mesmo! A atriz Sarah Jessica Parker, a Carrie, de Sex and The City, revelou em uma entrevista à revista americana InStyle que sempre fez compras em brechó, principalmente antes da fama, quando o dinheiro era curto. A prática de comprar roupas de segunda mão, segundo ela, também está presente na educação do filho, James Wilkie, de 14 anos, após a atriz assistir ao documentário The True Cost (2015), que revela os bastidores da indústria da moda mundial.

Fernanda Souza com “roupas de aluguel”
Quando o assunto é consumo colaborativo, Fernanda Souza está em dia com suas compras de moda. A atriz já foi clicada com vestido do site Dress a Porter, uma espécie de aluguel on-line de roupas de luxo para festas. Com a ajuda de uma amiga blogueira, ela comprou uma bolsa Valentino no brechó Etiqueta Única, pela metade de preço e com garantia de autenticidade.

As gêmeas do Slow Fashion
As gêmeas Olsen são mundialmente reconhecidas pelos trabalhos realizados no cinema durante a infância e adolescência. Mas é justamente na moda que a dupla aparece como protagonista. Com o lançamento da marca The Row, as irmãs são consideradas as mães do Slow Fashion nos Estados Unidos, graças ao título de Designers do Ano – 2014 – entregue pelo Conselho de Designers de Moda da América (CFDA), o “Oscar da Moda”.

O minimalismo de Ana Cañas
A cantora Ana Cañas postou no ano passado uma foto no Instagram de seu guarda-roupa que causou certa “estranheza”. Com pouquíssimas peças nos cabides, a artista da música brasileira declarou ser minimalista, demonstrando que o desapego faz parte de sua rotina.
“Ao longo da vida, fui aprendendo a desapegar. Fui percebendo que a gente precisa de muito pouco para ser feliz. Quer dizer, pouco, não, mas preciosas coisas verdadeiras e atemporais”, escreveu.
Em outro trecho do post, Ana disse que para ela, o que faz sentido, de fato, é ter apenas o que usar de verdade. E como era inverno na época da publicação, ela ainda incentivou as doações de roupas de frio. “Alguém vai usar bastante e ser grato eternamente. Considere agasalhar um coração.”

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