O Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo, antecipou em um mês o início da entrega de doses da vacina trivalente contra influenza ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. A primeira entrega de 5 milhões de doses, referente às 81,8 milhões previstas em contrato, ocorreu nesta quinta-feira (29). Até o mês de abril, o instituto entregará mais 70,2 milhões de doses, para a campanha nacional de vacinação contra a influenza. As outras 6,6 milhões de doses serão entregues em setembro, quando ocorrerá a campanha contra influenza dos estados do norte do Brasil.
O vírus da gripe é altamente mutável. Por isso, anualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define, com base nas cepas circulantes no mundo, quais irão compor os imunizantes para cada hemisfério. Neste ano, para o hemisfério sul, foram designadas: A/Victoria/4897/2022 (H1N1); A/Thailand/8/2022 (H3N2); e B/Austria/1359417/2021 (B/linhagem Victoria).
“A vacinação contra influenza é de extrema importância, sobretudo para idosos e pessoas com algum tipo de comorbidade. O vírus influenza ainda causa preocupação devido à capacidade de adaptação, além de facilitar as complicações para outras síndromes respiratórias. Antecipar os lotes desta vacina ao Ministério da Saúde, reforça o compromisso do Butantan com a saúde pública da população brasileira”, afirma o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás.
O imunizante trivalente do Butantan é produzido por meio de vírus inativado e utiliza como matéria-prima ovos embrionados, que servem como incubadora para o vírus. Desde 2021, a vacina entrou para a lista de pré-qualificadas da OMS. A adesão neste rol significa uma validação às Boas Práticas de Fabricação (BPF) e aos processos de farmacologia, estudos clínicos, regulação, produção e qualidade envolvidos na fabricação desse imunizante.
Sobre a influenza
A gripe é uma doença respiratória infecciosa aguda causada pelo vírus influenza, que circula em todo o mundo. A doença é mais frequente nos meses de outono e inverno. Os vírus influenza que têm característica de circulação sazonal são os tipos A e B, que apresentam uma grande variedade de subtipos e linhagens. A cada ano, as cepas circulantes variam devido à alta capacidade de mutação do vírus, o que torna necessária a produção de novas versões da vacina.