Desde 13 de julho, está aberto à visitação o Parque Jequitibá (ex-Parque Tizo), uma área de 1,3 milhão de m² (o tamanho do Parque Ibirapuera), situado no encontro das cidades de Cotia, São Paulo e Osasco, se estendendo por partes dessas três cidades, e mantido pelo governo estadual.
A abertura, ainda parcial, sem as instalações programadas em seu plano diretor, foi anunciada de surpresa na reunião de posse do Conselho de Orientação do parque, em 12 de julho, evento que contou com a participação do subsecretário estadual de Meio Ambiente da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Eduardo Trani, e da chefe da Coordenaria de Parques e Parcerias (CPP), Rafaela Di Fonzo Oliveira, que administra o parque juntamente com o Parque Villa Lobos, situado na Capital, e outros.
No plano diretor, estão previstos equipamentos como parque de diversões, borboletário, jardim de sentidos, estufa de mudas, praças de contemplação e lanchonete.
O parque é uma área com quase 70% de Mata Atlântica e de grande importância ecológica, pois é o primeiro grande fragmento verde a enfrentar a ilha de calor da capital a Oeste, e portanto um dos grandes responsáveis, junto com a APA Embu Verde a vegetação da Granja Viana, pela redução do calor nas cidades a Oeste da Grande São Paulo (em Cotia, por exemplo, são constatados pelo menos dois graus centígrados a menos na comparação com a capital).
A abertura havia sido mencionada pelo governo estadual em reportagem pela TV Record em 22 de maio, dia no qual cerca de 500 pessoas, entre moradores, entidades ambientalistas, professores e estudantes de escolas da região reivindicaram a abertura do parque, em manifestação em frente ao portão de São Paulo. “O esforço em conjunto, em prol de um objetivo em comum, uniu a população e o poder público, que com sensibilidade atendeu a essa demanda por mais áreas verdes na região”, comentou na reunião o subsecretário estadual Trani.
Parque ainda incompleto
Porém o por enquanto o visitante vai encontrar apenas um caminho central que liga as partes de São Paulo e Cotia passando pelo meio da mata, e uma das trilhas, a que leva aos jequitibás que deram nome ao parque, mas que deve ser visitada em companhia de algum dos quatro monitores que já estão à disposição no local. Não há equipamentos esportivos porque, na concepção original do parque, optou-se pela educação ambiental e pela preservação, ficando toda a área esportiva por conta da Vila Olímpica Mário Covas, que é vizinha.
Um regimento interno para o parque será debatido no âmbito do Conselho, que volta a se reunir em agosto. Por enquanto, não se pode entrar com cães, mesmo com guia e coleira, porque, segundo os gestores do parque, eles podem agredir ou ser agredidos por animais terrestres que fazem do parque seu habitat, como lebres, gambás e cobras. Eles também temem que, a exemplo de parques semelhantes, o local seja utilizado para o abandono de cães e gatos.
Criado em 2006, o parque havia sido cogitado como sede do Ceagesp, mas o governo cedeu ao movimento popular que se formou contra o desmatamento que isso geraria, apoiado pelo Ministério Público estadual. Porém, a maior parte do parque ainda pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), sendo que foi passado ao governo estadual apenas a parte que fica em Cotia, a oeste do Rodoanel, via que cruza o parque. O Conselho de Orientação do parque pretende estabelecer como prioridade a transferência integral da área. Isso é motivo de grande preocupaçãopara os integrantes do Conselho, que destacam que a determinação do decreto de criação do parque sobre a transferência da área, de 2006, ainda não foi cumprido.
Conselho de Orientação
O Conselho de Orientação do parque é composto por integrantes de diversos órgãos do governo estadual e por quatro representantes da sociedade civil (a APAE da EMEF Teófilo Benedito Ottoni, de São Paulo; a Sociedade Ecológica do Embu – SEAE; a Associação de Moradores do Petit Village, de Cotia; e a Associação Etcétera e Tal, de Itapecerica da Serra). Eles reivindicam, além da transferência integral da área para o governo estadual, a implantação dos equipamentos conforme o plano diretor, a recolocação do cercamento em locais que foram depredados ou roubados, a constituição completa das portarias (com banheiros etc) e a implantação de projetos educacionais.
Por enquanto, a melhor forma de curtir o parque é a contemplação de sua generosa mata, passeios de bicicleta, que são permitidas e atividades esportivas como caminhada e cooper. O parque já conta com seguranças nas portarias e ronda interna. O movimento pelo parque criou uma página em redes sociais que pode ser acessada para solução de dúvidas e apresentação de problemas (@parquejequitiba).
Como chegar
A entrada no parque pode ser feita das 8 às 17 horas por duas das três portarias. A de Cotia fica numa travessa da avenida Altair Martins, próximo à portaria do loteamento Gramado, no km 21 da Raposo Tavares (R. Sapucaí, 320-776 – Gramado, Cotia – SP, 06710-050). A portaria de São Paulo fica na avenida Guilherme Fongaro (a via que sai de trás da Vila Olímpica Mário Covas), quando ela se encontra com a rua Savério Quadrio, no Parque Ipê.
Para mais informações, os gestores do parque disponibilizaram um e-mail: [email protected].
Por Fabio Sanchez
Cotia ganha parque do tamanho do Ibirapuera
Discretamente, governo estadual abriu parcialmente ao público o Parque Jequitibá (ex-Tizo), o primeiro grande fragmento de Mata Atlântica a Oeste da Grande São Paulo.