A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou novas diretrizes sobre o uso de adoçantes e passou a não recomendar o uso desse tipo de produto para controle de peso ou como estratégia para reduzir o risco de doenças não transmissíveis. A recomendação seria baseada em resultados de uma revisão sistemática de evidências disponíveis que sugerem que o uso de adoçantes não confere nenhum benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças. E sugere ainda que pode haver efeitos potenciais indesejáveis provenientes do uso prolongado de adoçantes, como risco aumentado de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos.

A endocrinologista Dra Renata Alfonso (CRM67606 / RQE 103030), que atende na Granja Viana, esclarece que “o documento publicado pela OMS é voltado aos governos e responsáveis pelas políticas públicas dos seus países, e não às pessoas individualmente”.

De acordo com a profissional, o documento não recomenda que alguém deixe de consumir adoçantes. “Apenas sugere que os fabricantes de alimentos processados e ultraprocessados informem a presença do adoçante no rótulo frontal das embalagens, como já é feito para o açúcar e gorduras no Brasil. Isso porque, em geral, quem consome mais alimentos processados e ultraprocessados, acaba consumindo mais adoçante presente nesses alimentos”, explica.

Foi justamente por pensar nisso e nas pessoas que estão em dieta para perda de peso que a OMS alerta os governos a estimularem cada vez mais o consumo de alimentos naturais. “Pessoas que consomem adoçantes nas quantidades recomendadas pelos fabricantes não precisam deixar de consumi-los. A maioria dos estudos com adoçantes foi conduzida em animais e em quantidades muito superiores as recomendadas em humanos. Entretanto, a longo prazo, ainda não é possível afirmar as consequências do seu consumo, mas, sem dúvida alguma, os malefícios do açúcar para a nossa saúde já estão muito bem estabelecidos”, comenta.

A profissional dá dicas para o uso seguro de adoçantes:

  • Consumir dentro dos limites diários recomendados pelos fabricantes. “Ainda não há evidências robustas de que o consumo nas doses consideradas seguras seja prejudicial à saúde. Mas em excesso, podem causar efeitos colaterais, sim”, diz.
  • Procure o termo “edulcorante” nas embalagens dos produtos escolhidos para consumo. Em geral, não encontramos o termo “adoçante”. “Entretanto, tente sempre optar por alimentos naturais”, alerta.

Por Juliana Martins Machado

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