No início de 2018, a Revista Circuito lançou, através do Selo Cidadão, a campanha #oultimocanudo com foco na proibição e conscientização em torno do uso de plástico, ressaltando os males que este material provoca ao meio ambiente. Na época, enviamos proposta de texto para a Câmara de Vereadores de Cotia que aprovou a sugestão de lei por unanimidade. E por fim o prefeito sancionou a Lei nº 2021, apoiando nossa proposta e, assim, conseguimos conquistar o feito de Cotia ter sido a primeira cidade do Brasil a proibir canudos de plástico.
O passo que Circuito tomou após essa proibição foi o de criar “prismas” de mesa para ajudar na conscientização de donos de bares, lanchonetes e restaurantes do município, bem como frequentadores para que se adequem à lei que começou a vigorar, com efeito de fiscalização e multas. Recentemente, começou a etapa de envolvimento de parceiros e apoiadores que sempre participam, ano a ano, destas ações. “Em quais locais você pode distribuir o material? Clínica médica? Escritório ao lado? Padaria perto da sua casa? Na escola do seu filho? Definido o local que você acha adequado receber o material, faça a entrega”, pedimos em carta enviada junto com o material informativo.
Agora, os fiscais da Secretaria de Indústria e Comércio de Cotia passaram a visitar os estabelecimentos comerciais instalados no município para orientar os responsáveis sobre a Lei, antes da fiscalização de fato. “Grandes redes se adequaram imediatamente, mas os estabelecimentos menores teriam dificuldade. O objeto não é punir simplesmente, é construir uma nova consciência, convencer a sociedade de que precisamos de formas alternativas de consumo que agridam menos o meio ambiente”, comentou o prefeito Rogério Franco.
Alguns estabelecimentos, como é o caso da Pastelaria Nippon, no Mercado Municipal baniu o canudo de vez. “Soubemos da lei e a determinação foi que tirássemos os canudos de uma forma geral. Não fornecemos nenhum tipo de canudo”, disse Celsia Vieira.
“Cotia saiu na frente mais uma vez e demonstra a sua preocupação com o meio ambiente. O prefeito deixou claro que a ideia não era punir e sim conscientizar”, disse Moisés Cabrera, secretário de Indústria e Comércio. Segundo ele, o trabalho de conscientização seguirá pelas próximas semanas.
Para o Secretário de Meio Ambiente e Agropecuária, Gustavo Gemente, Cotia dá exemplo de preocupação com o meio ambiente. “A formatação de políticas públicas que protejam os recursos naturais e as espécies de animais é tendência mundial. Cotia abriga uma imensa área verde, área de manancial e uma riquíssima fauna que precisa ser protegida”, ressaltou.
Histórico
- Em maio de 2018, Revista Circuito lançou campanha #oultimocanudo e buscou apoiadores, inclusive das autoridades públicas da cidade de Cotia.
- Com texto sugerido pela Circuito, o Legislativo aprovou, por unanimidade, em 12 de junho, o Projeto de Lei nº 21/2018, que logo seguiu para sanção do Executivo.
- Sancionada em 22 de junho e publicada no dia 4 de julho de 2018, a Lei nº 2021 obriga restaurantes, lanchonetes, bares e similares, barracas e vendedores ambulantes da cidade a usar e fornecer a seus clientes somente canudos de papel biodegradáveis ou recicláveis.
- Uma parceria entre Socom Alimentos e Revista Circuito elaborou displays de mesa com informações sobre a campanha. Em outubro, esse material informativo começou a ganhar as mesas de bares, restaurantes e lanchonetes.
- Em novembro, escolas foram convocadas a distribuir, em sua comunidade escolar, os prismas de divulgação da campanha, além de propor com os alunos projeto ou atividade sobre utilização consciente do plástico.
- Maio, junho e julho marcaram a etapa de envolvimento de parceiros e apoiadores que sempre participam, ano a ano, destas ações. Cada um recebeu uma carta e o material informativo, para distribui-lo onde achar adequado.
- Agora, a campanha ganha apoio da prefeitura de Cotia para ajudar no alcance da distribuição na maior parte dos estabelecimentos da cidade.
Danos ambientais
A sociedade mundial está tão habituada ao uso do canudo de plástico que, muita gente, nem para e pensa no impacto ambiental em consequência de sua produção. Feitos com polipropileno e poliestireno, os canudinhos não são biodegradáveis e podem demorar até mil anos para se decompor no meio ambiente, bem mais tempo do o seu prazo de uso, já que, em média, cada canudo é utilizado por apenas quatro minutos. Os canudos vão parar nos rios, nos mares e causam um grande prejuízo, tanto por ficarem séculos poluindo o meio ambiente até ser decomposto e, o mais grave, fere e mata milhares de animais, especialmente os marinhos.