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Mineirão, 10 de Novembro de 2016.28 meses depois da Seleção Brasileira de futebol ser atropelada pelos gelados e implacáveis alemães, o Brasil ressuscitou exatamente no mesmo gramado onde morreu. E não poderia haver um convidado melhor para a cerimonia de ressurreição.

Como se diz em um dos milhões de jargões do futebol, clássico é clássico e vice versa. Era o 99º confronto entre Brasil x Argentina (39 x 36 vitorias para o Brasil, no duelo atualizado).

A argentina do ex-zagueiro “Paton Bauza” e do melhor jogador do mundo, Messi, não teve forças para aguentar o terremoto brasileiro e estacionou no sexto lugar das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia.

Se por um lado os Hermanos iniciaram a partida pressionando o time brasileiro, não demorou até a seleção se encontrar em campo e começar a construir o massacre.

Marcelo começa a jogada e lança Neymar, que com rapidez de raciocínio, acha Felipe Coutinho livre, o jogador se livra bem da marcação e espeta um golaço no ângulo da meta portenha, 1×0 e muita energia na comemoração.

O clima era quente em Belo Horizonte e Mascherano mostrava um farto repertorio de faltas e carrinhos. Messi seguia apagado e Higuain e Aguero não conseguiam se entender e penetrar na solida defesa composta por Miranda e Marquinhos.

No segundo gol do Brasil, a defesa aciona Gabriel Jesus, que faz bem a parede e o pivô, gira em velocidade e acha Neymar livre, cara a cara com o goleiro. Ai fica difícil pro arqueiro. Neymar dispara, pende o corpo para o lado esquerdo e toca de chapa com sua categoria particular pro fundo das redes. É o seu gol de numero 50 pela seleção Canarinho.

A time albi celeste sente o golpe. As expressões são de apatia, cansaço, incredulidade. Messi não consegue repetir suas atuações de gala do Barcelona com seus companheiros de seleção.

O jogo vai para o intervalo. Vale agora ressaltar a importância de Tite. Líder, estudioso, motivador, respeita e se faz ser respeitado. A seleção trocou a arrogância e o destempero de Dunga pela humanidade, metodologia, talento e vibração de Tite. A mudança e a evolução são nítidas e palpáveis. 100% de aproveitamento. 5 jogos. 5 vitorias e a liderança das eliminatórias, tudo em menos de 6 meses de trabalho.

Segundo tempo. O Brasil cresce e domina o jogo. A arte do futebol brasileiro (re) aparece em lances pontuais, o que deixa os argentinos nervosos e desorientados. Ensaia-se uma confusão, que logo é acalmada pelo clima de amizade que reina entre os companheiros de futebol europeu. O Brasil manda na partida.

Em mais uma boa trama, a bola gira da direita, dos pés de Coutinho, para o meio campista Paulinho. Ele aciona Marcelo na esquerda, Neymar puxa a marcação e o lateral inverte a bola na direita pra Renato Augusto, que cruza na área pra chegada de Paulinho. Uma triangulação perfeita e o tiro de misericórdia. 3 x 0.

Fim de papo em BH. O Brasil voa, vence e convence. Resgata o orgulho (e o respeito) ferido dos amantes do futebol (arte) do Brasil. Um clássico pra ficar guardado pra historia dos confrontos. Muita gente (54.490 pessoas) e muito dinheiro (R$12.726.250,00 foi a renda da partida) deram o tom final ao clássico.

O geração é muito boa, o caminho esta sendo pavimentado e mesmo a estrada até a Rússia ser ainda muito longa, Vladimir Putin tem grandes chances de entregar a Taça do Mundo as mãos de Adenor “Tite”, em pleno verão russo. Pra frente Brasil, salve a Seleção!

Por Rafael Neves

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