Internações por hipertensão aumentam em Barueri

De acordo com dados da Prefeitura, a cidade somou 101 registros em 2018, 15 a mais em relação a 2017, com 86 casos

Em um ano, o número de internações por hipertensão arterial primária aumentou 17,4% em Barueri. De acordo com dados da Prefeitura, a cidade somou 101 registros em 2018, 15 a mais em relação a 2017, com 86 casos.
A hipertensão, doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, é um dos principais fatores de risco para acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma, insuficiência renal e cardíaca.
Nesta sexta-feira (26), é comemorado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, instituído por lei federal em 2002 com o objetivo de conscientizar a população sobre o diagnóstico preventivo e o tratamento.
As doenças crônicas, entre elas a pressão alta, são responsáveis por 76% das causas de morte no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Na cidade de Barueri foram registrados dez óbitos em 2018 por hipertensão primária. Na categoria doenças cardíacas hipertensivas, houve um total de 27 mortes no ano passado. Já as doenças renais hipertensivas levaram a óbito nove pessoas em 2018. No ano anterior, foram cinco.
“A hipertensão, geralmente, não apresenta sintomas e as pessoas podem conviver por um longo período com a doença sem saber. Muitas vezes só descobrem a pressão alta quando ocorrem outros problemas no organismo. Por isso, é importante medir a pressão ao menos uma vez por ano”, afirma o médico nefrologista Bruno Biluca, da Fenix Alphaville.
Alguns sinais que podem indicar problemas são dores no peito e de cabeça, tonturas, falta de ar, zumbido no ouvido e visão curva, mas, em geral, quando ocorrem, aparecem tardiamente e em decorrência de lesões em outros órgãos.
O último levantamento do Ministério da Saúde mostra que um em cada quatro brasileiros tem hipertensão arterial e os números vêm aumentando. De acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a incidência passou de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017, chegando a 60,9% entre os adultos com 65 anos ou mais.
A doença atinge mais mulheres do que homens, com índices de 26,4% e 21,7% respectivamente. Os dados de 2018 estão sendo coletados, com previsão de divulgação ainda neste semestre.
“A pressão alta está intimamente ligada com o surgimento de outras doenças. Se não for controlada, pode causar danos em diversos órgãos, entre eles os rins. A hipertensão é atualmente a principal causa da insuficiência renal crônica no Brasil”, afirma Biluca.
Ele explica que isso ocorre porque o rim é formado por pequenos vasos e, quando o sangue é bombeado com alta pressão, eles são danificados, prejudicando a capacidade do fazer a filtração adequada do sangue.
O especialista lembra que, em geral, os hipertensos também têm outras doenças associadas, como a diabete, o que aumenta a chance de desenvolveram problemas renais. A diabete, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) é o segundo maior fator de risco para a doença renal crônica.
A prevenção é a melhor forma de combater a hipertensão arterial e evitar suas complicações, afirma o médico. “As pessoas devem adotar hábitos mais audáveis como estilo de vida. Isso evitaria muitas doenças, não só a pressão alta ou as doenças renais”, diz.
Essa mudança, de acordo com o especialista, envolve uma alimentação mais equilibrada, sem o consumo em excesso de sal, açúcares e alimentos gordurosos e superprocessados; a prática regular de alguma atividade física; manter o peso adequado; evitar o fumo e o consumo exagerado de álcool, além de dedicar uma parte do tempo para momentos de repouso e lazer.

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