Metodologia pode melhorar aprendizado de matemática

Instituto Sirdarta criou curso de formação docente que une teoria e prática, está traduzindo materiais inéditos no Brasil e quer abraçar a rede pública de educação

Partindo da premissa de que qualquer aluno pode aprender e que o papel do professor é garantir que isso aconteça, o Instituto Sidarta, firmou parceria com Rachel Lotan, ex-diretora do Programa de Formação de Professores de Stanford (STEP) para a implementação de um programa de ensino e formação de professores baseado em mais de 20 anos de pesquisa na área de educação e de sociologia da Universidade de Stanford.

Complex Instruction (nome original da metodologia em inglês, adaptada para o português como Ensino para Equidade) foi desenvolvida para favorecer a aprendizagem em salas de aula heterogêneas tendo como fundamento evidências de pesquisas que demonstram que todos são capazes de aprender matemática em altos níveis.

Colocada em prática em escolas nos Estados Unidos, a metodologia já provou que, quando as atividades propostas pelos professores permitem o trabalho em grupo, a elaboração de hipóteses, a coleta de informações e a argumentação a respeito do processo, o nível de engajamento e aprendizado da classe aumenta.

Diversas pesquisas comprovaram que quanto mais interação, maior é o aprendizado, independente de gênero ou classe social. Este modelo, devidamente adaptado ao contexto brasileiro, é capaz de transformar a sala de aula, e pode ser uma estratégia relevante para mudar o aprendizado de matemática nas escolas. O Ensino para Equidade não requer recursos tecnológicos, muito pelo contrário, o maior recurso é o professor.ua implementação em maior escala e a difusão das estratégias entre professores tem o potencial de impactar positivamente indicadores que apontam o sofrível desempenho dos alunos brasileiros.

O Programme for International Student Assessment (PISA) divulgou, em seu último relatório, que 67,1% dos jovens brasileiros tem o desempenho matemático abaixo do necessário para exercerem plena cidadania. Além disto, somente 1,1% deles se encontra nos níveis mais altos de performance na disciplina, um número contrastante com a média da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para os demais países, que é de 12%.

Atentos a esta demanda nacional, o Instituto Sidarta se mobilizou para criar uma proposta de trabalho que pudesse contribuir de maneira prática para transformar este cenário. O programa de formação de professores estruturado pela equipe está pautado em estudos da neurociência aplicada à aprendizagem. A iniciativa já teve adesão de redes públicas de ensino que mandaram educadores para participar das primeiras edições do curso oferecido pelo Instituto Sidarta. A equipe também trabalha na tradução de materiais de referência publicados nos Estados Unidos, que são hoje inexistentes no Brasil. O livro Designing Groupwork, de Elizabeth Cohen e Rachel Lotan, já tem lançamento previsto para janeiro pela editora Grupo A, e entra em pré-venda no final do semestre.

Sobre o Instituto Sidarta

Fundado em 1998, o Instituto Sidarta é o resultado da iniciativa de um grupo de empresários que se basearam na premissa de que o investimento em cultura e conhecimento é o diferencial de um país.

Somos uma organização sem fins lucrativos criada com o objetivo de contribuir para alterar as políticas públicas educacionais desenvolvendo pesquisas, realizando projetos, implementando e disseminando aloés que promovam uma educação para a equidade, sempre alinhada aos três princípios: Teorias não substituem a experiência de vida; Sabedoria é reconhecer a unidade que existe na diversidade; É essencial estimular a consciência do serviço à sociedade.

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