Mobilidade: conheça as principais propostas para desafogar Raposo Tavares

Estudo de mobilidade para o trecho entre os kms 21 e 30 da Raposo Tavares foi apresentado nesta terça-feira (30) pela Prefeitura de Cotia. Estão previstos e viadutos, melhorias e criação de novas vias na Granja Viana

A apresentação do Plano de Mobilidade para o trecho entre os km 21 e 30 da Raposo Tavares, nesta terça-feira (30), pela Prefeitura de Cotia, cujo estudo foi realizado pela empresa Canhedo Beppu nos trouxe uma certeza e uma novidade.
A certeza de que o principal gargalo da rodovia com jeitão de avenida está no trecho entre os kms 23 e 21, mais precisamente no retorno do km 22,8, principal acesso para a Granja Viana. E será lá o ponto que mais passará por intervenções, caso o estudo se torne realidade.
A novidade é que ao contrário do que a maioria imaginava, não são os motoristas de passagem, ou seja, aqueles que usam a rodovia para passear ou trabalhar os autores dos eternos congestionamentos, mas sim os moradores da cidade.
O Plano de Mobilidade da Raposo Tavares apresentado pelos engenheiros Humberto Matsushita e Luiz Fernando Araújo,  para cerca de 600 pessoas, que lotaram o auditório, formado principalmente por profissionais do setor imobiliário e grandes empreendedores e investidores, além do Prefeito de Cotia Rogério Franco, do vice Almir Rodrigues, de Marcos Vinholi,  Secretário de Desenvolvimento de São Paulo que representou o governador João Dória, vereadores e Secretários da Prefeitura. O anfitrião foi o secretário de Habitação Sérgio Folha.
O projeto integra melhorias que devem ser executadas pelos governos Estadual e Municipal, mas que para darem o resultado esperado, que é destravar a Raposo, dependem umas das outras.
Estão previstas mais de 30 intervenções no trecho que irão afetar diretamente região do centrinho da Granja Viana e São Camilo.
Com base na informação de que o principal volume de trânsito da raposo é de moradores da cidade, sobretudo da Granja Viana, o estudo se concentrou em criar alternativas internas para dar opções aos motoristas circularem sem ter como prioridade a Raposo Tavares, como é atualmente.
Entre as mudanças e sugestões propostas pelo estudo, algumas já fizeram parte de outros como transformar a São Camilo em mão única no sentido Raposo Tavares, o que já eliminaria um dos muitos conflitos na alça de acesso do retorno.  A José Felix de Oliveira, continua sendo mão dupla apenas partir do posto de gasolina, no outro trecho, apenas para entrar na Granja Viana. Serão criadas novas vias de acesso na Granja Viana, além das melhorias já iniciadas na Rua Roma e Zurick.
Outra alternativa para tirar os carros da Raposo e que já figurou em outros estudos foi a criação de uma via entre o Cotolengo e a avenida José Giorgi, que vai ligar o São Paulo II ao centrinho da Granja Viana e demais regiões e também para São Paulo, eliminando assim o percurso até o km 30 para fazer o retorno.
O estudo prevê ainda a construção de três viadutos no trecho entre os km 21 e 26.  O primeiro, no km 21,8,  logo após o retorno 22,8, com mão única para quem for acessar a Estrada  Velha de Sorocaba e com isso elimina-se mais um problema  na alça do retorno, a mão inglesa.

O segundo viaduto está previsto no km 25, ligando a avenida Denne, no Parque São George à rua Mesopotâmia, que dá acesso ao Cemucam, Jardim da Glória, Engenho, Jardim Barbacena,  entre outros. O terceiro viaduto, já fez parte de projetos anteriores, no km 26, saída da José Giorgi.
A Raposo deve ganhar faixas extras. Uma entre os km 26 e 25, a famigerada subida que provoca enormes congestionamentos. No sentido interior, uma faixa de desaceleração na saída do retorno até a entrada do centro comercial no km 23,5.

Humberto Matsushita, Luiz Fernando Araújo e Paulo Bacaltchuck engenheiros da Canhedo Beppu responsáveis pelo estudo

Vale tudo na Granja Viana
O estudo contemplou ainda a pesquisa “origem-destino”, coordenada pelo Engenheiro de Tráfego Paulo Bacaltchuck que segundo ele, serviu “destrinchar alguns mitos” e trouxe números impressionantes.  “Não é preciso ser engenheiro de tráfego para saber que mão dupla na São Camilo, não dá”, observou. Sim isso já sabíamos. Assim como também já sabíamos que o semáforo no cruzamento com a José Félix de Oliveira não foi uma boa alternativa (muita gente na época sugeriu rotatória). Quando ele não está funcionando o trânsito flui melhor. Uma média de 800 veículos cruzam o retorno por hora em destino a José Felix e  outros 430 continua na São Camilo, de acordo com o estudo.
O grupo de pesquisa contou pelo menos 35 mil veículos no trecho em questão. E chegou a outra conclusão que os usuários da Raposo também já sabiam, ela trava por volta das 5h57.
Pelo retorno do km 22,8 passam cerca de 1,5 mil veículos por hora.  A mão inglesa, que leva para a Estrada da Velha de Sorocaba, recebe uma média de 600 veículos por hora todos os dias. A São Camilo, 1,1 mil ida e volta.
Rogério Franco conta com parceria do governo do Estado para resolver questão de mobilidade na Raposo

“É preciso colocar ordem nas ruas da Granja Viana”, ponderou o engenheiro que ficou bem impressionado com o “vale tudo” que ocorre na alça do retorno do 22,8.  Todo mundo pode sair e entrar para todos os lados.
A rotatória na Estrada da Aldeia, que dá acesso ao Open Mall, é outro ponto de “vale tudo”, são 1,2 mil veículos por hora (ida e volta) sendo que apenas 10% do tráfego é absorvido pelo shopping
Secretário de Habitação Sérgio Folha à frente dos trabalhos

Outro ponto crítico na região que contribui para o congestionamento da Raposo  é a Estrada do Embu, acessada pelo retorno do km 26. Só no trecho em frente ao atacadista Assai, foram contados 2 mil veículos por hora. E ali também deve ser feitas intervenções, uma delas será eliminar o retorno.
Desapropriações
“Há muitos anos essa comunidade vem escutando projetos e propostas do governo, sonhando.E quando não conseguimos realizar sonhos, é sempre uma decepção”, disse o prefeito ao abrir seu discurso. “Não poderíamos ficar de braços cruzados e ver a cidade que escuto ser chamada de ‘esquina do Brasil’ na divisa com a capital e acesso para o rodoanel, ser um problema para o desenvolvimento da região”, conclui o Rogério Franco.
Antes de iniciar a apresentação do projeto, o prefeito Rogério Franco assinou decreto que autoriza a desapropriação de áreas que serão necessárias para as obras de melhorias, uma delas a que passa atrás do Cotolengo e um pequeno trecho da empresa Firmenich, no km 26. Mas segundo Sérgio Folha, não haverá grandes pontos de desapropriação e que já conversou pessoalmente com alguns proprietários e acredita que não enfrentará dificuldades.  Na avenida São Camilo, será desapropriado um pedaço do Recanto São Camilo. Na Raposo Tavares  um trecho no km 25, na região do Posto Bem Te Vi, próximo ao Shopping Granja Viana que ainda precisam ser conversadas.


Sem prazos
Orçado em R$ 132,3 milhões, o Plano de Mobilidade ainda não tem data para iniciar.  Uma vez que depende de aprovação do Governo do Estado. “Vamos trabalhar para que seja realizado”, garantiu Marcos Vinholi. Do total do investimento, 41% (R$ 54.293.000,00) deve sair do caixa da Prefeitura, referente às alterações nas vias internas.  A outra parte, 59% (R$ 77.971. 673,38), do Estado.
Por Sonia Marques

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