Em 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e com um terço da população mundial em isolamento social, conforme levantamento feito pela agência France Presse (AFP), a reflexão sobre o consumo e o estilo de vida – hábitos que impactam diretamente o meio ambiente – está em pauta. Durante a quarentena, grande parte das atividades que geram impactos ambientais foi interrompida: “o volume de veículos em circulação foi restringido e muitas indústrias cessaram ou reduziram suas atividades, o que gerou a diminuição de gases tóxicos. Ao mesmo tempo, o padrão de consumo também mudou, afinal já não é possível, neste momento, frequentar centros comerciais”, aponta Janifer Bruno de Carvalho, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental da Anhanguera de Santo André.
Para a especialista, é evidente que existe uma redução nos impactos ambientais decorrentes de atividades antrópicas, ou seja, da ação do ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, é importante ressaltar que após o período de quarentena, com a normalização das atividades essenciais para a saúde econômica do país, a emissão dos gases também retornará aos índices abusivos, por isso, é ideal rever alternativas para manter o equilíbrio entre desenvolvimento e conservação ambiental.
“Órgãos ambientais consultivos, deliberativos e executivos, estaduais e federais que já atuam para controlar esses índices terão papel fundamental nessa transição. As legislações que abrangem nossas matrizes ambientais (água, ar, solo, floresta, entre outros) devem ser aplicadas e fiscalizadas”. Janifer alerta ainda que as resoluções ambientais que apresentam limites de poluentes e padrões ambientais merecem revisões.
A professora destaca os benefícios da quarentena para o meio ambiente:
• Qualidade do ar: vem melhorando significativamente em diversos pontos do mundo, como consequência da inatividade humana. Houve expressiva redução na emissão de gases e materiais particulados, poluentes associados às atividades antrópicas.
• Qualidade ambiental: está diretamente relacionada à saúde humana. A redução da emissão de poluentes é favorável principalmente para quem sofre de problemas respiratórios relacionados à poluição atmosférica.
• Oportunidade de crescimento, visando a universalização do saneamento: a melhor forma de prevenir o vírus é adotar boas práticas higiênicas e o desafio é como manter a higiene em locais que não são contemplados com condições mínimas de saneamento. “A falta de saneamento é a causa de inúmeras doenças e infecções virais. Inclusive, já foi confirmada a permanência do novo coronavírus nos dejetos humanos. Essa é uma oportunidade de crescer, buscando a universalização do saneamento no país.