O Comitê Técnico da ISO (Internacional Organização for Standardization) e a FDI (Fédération Dentaire Internationale) orientam as atividades dos odontólogos, através de um esquema de trabalho (veja figura 1 – Esquema ISO/FDI do posto odontológico, este estabelece ao local de trabalho dos profissionais da equipe envolvida e seus dispositivos).
Figura 1
Um relógio imaginário serve como plano de fundo para o posto de trabalho e indica a posição a ser adotada pelo dentista e o auxiliar, se houver, durante o atendimento ao paciente para evitar distúrbios orgânicos advindos de posturas antianatômicas.
Na figura 1, unem-se a coordenada dos círculos e a coordenada das horas para facilitar a indicação, identificação e classificação dos elementos no local de trabalho. Considera-se a boca do paciente, onde serão realizados os procedimentos odontológicos, como o centro do marcador do relógio. O melhor acesso ao campo operatório, com visão direta às duas arcadas dentárias do paciente, é o do dentista na “posição 9 horas” e o auxiliar na “posição 3 horas”.
A área limitada pelo “círculo A” é chamada de zona de transferência, onde estão a bandeja auxiliar, os instrumentos e pontas de equipo a serem levados à boca (campo operatório), bem como os mochos. Este círculo funcional do trabalho permite aos dois operadores sentados, de modo mais ergonômico, o alcance às ferramentas necessárias as atividades sem imprimir esforço adicional às suas articulações.
O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o trabalhador em uma boa postura de trabalho. Os objetos a serem manipulados ficam dentro da área de alcance dos movimentos corporais e as informações são dispostas em posições que facilitem a sua percepção.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) descreve em sua publicação “Serviços odontológicos: prevenção e controle de riscos” os riscos mais frequentes a que estão sujeitos os profissionais que atuam em assistência odontológicas:
- Riscos físicos – Ruído, vibração, radiação ionizante e não ionizante, temperaturas extremas, umidade, pressões anormais, infrassom e ultrassom, causados pelo uso de caneta de alta rotação, compressor de ar, equipamento de raio X, equipamento de laser, fotopolimerizador, autoclave, condicionador de ar, etc.
- Riscos químicos – Poeiras, fumos, nevoas, neblinas, vapores, gases, mercúrio, produtos químicos em geral, entre outros, causados pelo uso de amalgamadores, desinfetantes químicos (álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido peracético, clorexidina, etc.) e gases medicinais (óxido nitroso e outros).
- Riscos biológicos – Bacilos, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, vírus. Sabe-se que as exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados constituem um sério riscos aos profissionais de saúde nos seus locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nessa área mostram que os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspondem às exposições mais frequentemente relatadas.
- Riscos ergonômicos – Postura incorreta, posição incorreta, posição incômoda, trabalho físico pesado, ansiedade, monotonia, ausência de profissional auxiliar e/ou técnico, falta de capacitação do auxiliar, atenção e responsabilidade constantes, ausência de planejamento, ritmo excessivo, jornada prolongada e atos repetitivos.
- Riscos mecânicos ou de acidentes – Espaço físico subdimensionado, arranjo físico inadequado, instrumental com defeito ou impróprio para o procedimento, perigo de incêndio ou explosão, edificação com defeitos, improvisações na instalação de rede hidráulica e elétrica, ausência de EPI (Equipamento de Proteção Individual), etc.
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Autora: Viviane Antunes, Engenheira de Segurança do Trabalho
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