Parque da Aldeia de Carapicuíba foi criado em 2004 para proteger o patrimônio histórico existente, controlando a expansão urbana que ameaçava o monumento

Em uma colaboração voluntária de grupos de arquitetos, coordenados pelo professor Sylvio Sawaya, todos moradores da região, o Parque da Aldeia de Carapicuíba vai passar por uma revitalização. Com um repasse de R$ 17 milhões do Estado, estão previstas diversas intervenções para proporcionar mais atividades culturais, educacionais e de lazer.

“O projeto é composto por uma via circular de pedestres com um raio de sessenta metros a partir do centro do terreiro, em torno de todo conjunto tombado, fazendo ressurgir a vista dos fundos das casas, assinalando o monumento histórico na vastidão do Parque”, explica a arquiteta Ruth Portugal, diretora de operações da GP Desenvolvimento Urbano, uma das voluntárias na elaboração do Quintal da Aldeia.

O parque é formado por três setores principais: Cultural, ancorado na Aldeia, Arena, Oca Escola Cultural e Museu de Arqueologia; Educacional, com várias escolas ao longo da Estrada da Aldeia; Esportivo/ Lazer, desenvolvimento ao redor da lagoa do campo

O caminho do Quintal será formado por uma via circular, onde poderão ocorrer cortejos, procissões, brincadeiras, feiras e barracas. “Com isso, as casas poderão ser ampliadas para os fundos, ligando as novas atividades com o parque”, completa. O terreiro – centro do local – será reformado com troca de pisos, calçadas com jardim e uma nova iluminação valorizará o conjunto arquitetônico.

O acesso à Igreja e ao Museu da Aldeia será feito por passarela em nível, pelas laterais ou pela escada, que também é uma arquibancada. O Museu da Aldeia abrigará as referências de formação da Aldeia da Carapicuíba no decorrer do tempo, com ênfase nas atividades do cotidiano que constituiu esse legado. Ao lado, ficará a Casa de Cultura com espaço para pequenas reuniões, cursos e promoção de atividades.

A Aldeia de Crapicuíba existe há mais de cinco séculos. Local de morada dos indígenas, foi assumida pelos jesuítas em meados do século XVI. Tornou-se um local de proteção dos indígenas contra a ameaça dos brancos de escravizá-los. Era uma servidão, mas através do isolamento e da organização de vida, conferia segurança

O projeto ainda contempla quiosques com vista para a lagoa, duas áreas para piquenique e um restaurante que servirá comidas tradicionais brasileiras, contribuições dos migrantes que vieram morar nas proximidades da Aldeia. No local, haverá uma fonte ecumênica para celebração da vida, formada pela imagem da Virgem das Estrelas e pela Fonte do Renascer, situadas num espelho d’água próximo ao córrego da Aldeia.

“Estou transbordando de felicidades! Este projeto teve muito suor, transpiração, criação e equipe voluntária de grande peso e será transformador para a região”, resume Ruth.

O anúncio do investimento para o projeto foi feito nesta quinta-feira (23/09), pelo Governo do Estado. O evento aconteceu no Ginásio Ayrton Senna e ainda trouxe de outros investimentos na cidade.

 

Por Juliana Martins Machado

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