ETEC oferece curso “Técnico em Arquivo”

Vestibulinho da Etec abre inscrições e oferece opção para Técnico em Arquivo, curso inédito no país.

As Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) do Centro Paula Souza (CPS) estão com inscrições abertas até o dia 25 de maio para diversos cursos de ensino profissional público e gratuito. Pela primeira vez no Brasil, a opção Técnico em Arquivo é oferecida. As aulas serão presenciais na Etec Parque da Juventude, zona norte da capital, e iniciam no segundo semestre de 2018.

O Curso Técnico em Arquivo atende a uma antiga demanda da área, como explica o arquivista Antonio Gouveia, do Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP). “A Lei 6.546, de 1978, prevê as profissões de arquivista, de nível superior, e de técnico de arquivo, de nível médio. No entanto, é a primeira vez que o curso técnico é oferecido no país”.

O Arquivo Público do Estado, em colaboração com o Centro Paula Souza, contribuiu com a formulação das disciplinas e conhecimento técnico. Um grupo formado por especialistas das duas instituições, da Defensoria Pública do Estado e do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB), elaborou o conteúdo do curso, objetivos e metodologia.

“O curso foi elaborado de acordo com as demandas do setor. Além suprir a carência por profissionais qualificados, também contribui para que os técnicos tenham bons índices de empregabilidade”, afirma a responsável pelo Grupo de Formulação e Análises Curriculares da Coordenadoria do Ensino Médio e Técnico (Cetec) do Centro Paula Souza, Fernanda Demai.

Para a diretora Rose Marie Inojosa, do Núcleo de Formação e Treinamento do APESP, existe uma lacuna na oferta de formação técnica em arquivos, pois são poucos cursos superiores de Arquivologia e nenhum curso de formação técnica. “Temos alguns arquivistas formados, mas não temos uma equipe técnica especializada que operacionalize o trabalho”, diz.

Atualmente, a maioria das instituições de arquivo contam com profissionais de várias formações. “Com a disponibilização do Centro Paulo Souza, teremos mais pessoas capacitadas e que possam ingressar neste mercado, que é amplo”, afirma Rose Marie.

O profissional estará preparado para atuar nas áreas pública, privada e terceiro setor, pois todas geram documentos arquivísticos – que são aqueles produzidos, recebidos ou acumulados no exercício das atividades de uma instituição.

A lei de arquivos nº 8.159/1991 define como dever do poder público a gestão documental e a proteção aos documentos de arquivos como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação.

De acordo com Ieda Pimenta Bernardes, diretora técnica do Departamento de Gestão do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo (DGSAESP/APESP), a administração pública tem o dever legal de promover a gestão da documentação governamental, proteger o patrimônio documental e assegurar o acesso à informação. “Nosso grande desafio na administração estadual é qualificar profissionais para atuarem nos arquivos, protocolos, na gestão de bases de dados e no tratamento das informações”, afirma.

Para Bernardes, o curso técnico irá contribuir para uma administração mais responsável e eficiente, garantindo o acesso a informações confiáveis e permitindo uma maior participação e controle social das ações de governos.

“Sem dúvida, a gestão técnica dos documentos contribui decisivamente para uma administração mais eficiente, ágil e transparente. O gestor é o primeiro a ser beneficiado, pois terá disponível para consulta as informações necessárias ao processo decisório. Além disso, os documentos possuem valor de prova para a comprovação de direitos dos cidadãos e valor informativo para a memória das instituições”, conclui Bernardes.

A demanda deste mercado foi percebida principalmente com a criação de Centros de memória, Fundações e instituições arquivísticas. O profissional de arquivo também se insere nas discussões do ambiente digital, com a necessidade de dialogar sobre Sistemas informatizados de Gestão Arquivística de Documentos e Preservação digital, tanto na área pública quanto na área privada.

Para participar do Vestibulinho da Etec, o candidato deve ter concluído ou estar cursando a 2ª ou 3ª série do Ensino Médio regular, ter concluído ou estar cursando a Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA).

Saiba mais e inscreva-se no site da Etec: https://www.vestibulinhoetec.com.br/unidades-cursos/curso.asp?c=1525

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