Tendências de moda: como surgem?

Ruas, novelas, fashionistas: quem dita o que vai estar em alta nos próximos meses? Consultor de moda masculina aponta as principais origens e influências deste segmento

Em diversas cidades do mundo acontecem, anualmente, as semanas de moda que trazem as tendências para os próximos meses. E, para muitas pessoas, é a partir deste momento que as tendências são ‘reveladas’. Mas para que as marcas participantes destes eventos cheguem a uma conclusão, quais são os fatores analisados? E será que somente o que está ali nos desfiles é o que vai estar em alta?

Para Coloral, consultor de estilo e fundador do MachoModa (canal e loja online de moda masculina), o principal ‘medidor’ de tendência está nas ruas. “Não tem como uma marca dizer que tal cor ou acessório vai estar na moda, sem ter notado antes uma certa abertura para isso. E isso é analisado, principalmente, no comportamento do ser humano. É necessário que haja já uma aceitação na mentalidade do consumidor para aquele tipo de tendência”, explica.

Macrotendências x Microtendências

E para se chegar a isso, estudos de comportamento de consumidor, movimentos socioculturais e economia são alguns dos pontos analisados para definir uma macrotendência. “Tudo isso é analisado por diversos profissionais, desde psicólogos a ambientalistas e matemáticos, por exemplo. Esses estudos são feitos de maneira global para entender hábitos, contexto e influências que envolvem o ser humano naquele determinado período”, conta Coloral.

Mas não é só isso. Além das macrotendências, que são globais, também temos as regionais, as sazonais (como as de estações do ano) e até as espontâneas e imediatistas, que são chamadas de microtendências. “Quantas vezes já notamos que uma personagem de uma novela usa determinado acessório e, em questão de dias, todo mundo passa a querer usar também? E nem sempre os autores da novela fazem isso de maneira proposital. Muitas vezes acontece de forma natural, já que é do ser humano se espelhar no outro. Por isso que a rua acaba sendo o principal termômetro para as tendências, principalmente, as imediatistas, já que é ali que vemos o que os outros estão usando e, consequentemente, queremos usar também”, diz Coloral.

Ruas x Opinião pública

Além disso, o mesmo ocorre quando algo deixa de estar na moda. “Recentemente, vimos uma grande discussão na internet sobre o que é cringe. Para os mais novos, alguns itens muito comuns para a geração mais velha foram considerados fora de moda. E se você for analisar o que está em alta nas ruas hoje em dia, vai ver que o que eles apontaram como tendência, realmente é o que está sendo usado por aí, ou seja, aos poucos, aquilo que era tendência ou até ‘comum’, simplesmente deixa de ser usado”, conta.

“No meu caso, além de estudar muito sobre moda masculina e estar sempre atento ao que celebridades e fashionistas de todo o mundo estão utilizando, acompanho muito também o que os homens e até as mulheres questionam com relação ao guarda-roupa masculino. Essa ‘opinião pública’ nos ajuda a entender o que as pessoas estão gostando ou não estão mais interessadas, o que, consequentemente, é o que vai estar (ou deixar de estar) nas ruas pelos próximos meses”, finaliza Coloral.

 

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