Dia 28 de maio é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, data que foi criada para a conscientização das doenças que afetam a saúde das mulheres. Câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade estão entre as principais enfermidades do sexo feminino. A ginecologista e obstetra Rachel Sá, da Alba Saúde e o médico especialista em reprodução humana, Matheus Roque, da Mater Prime, apontam fatores importantes que as mulheres devem se atentar para ter uma vida mais saudável.
Segundo a ginecologista, há três questões fundamentais para que as mulheres tenham mais saúde: cuidado com o corpo e saúde mental, além do planejamento reprodutivo. “Ter cuidados com a obesidade, hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos regularmente e uma dieta com inclusão de alimentos naturais são requisitos fundamentais para ter uma boa saúde, assim como a realização de exames para a prevenção do câncer de mama e do câncer de colo de útero, pois algumas doenças sendo diagnosticadas logo no início, a possibilidade de cura é maior”, informa a médica.
Outro fator a ser considerado é a saúde mental e o bem-estar, que são necessários para lidar com a complexidade do dia a dia. “A Organização Mundial de Saúde (2000) afirma que a saúde mental feminina é afetada por seu contexto de vida ou por fatores externos – socioculturais, econômicos, de infraestrutura ou ambientais – e a identificação e a transformação desses fatores pode ser uma direção para prevenção primária”, ressalta a ginecologista.
Já o planejamento reprodutivo também é importante por contribuir para prática sexual mais saudável de acordo com a médica, o que possibilita o espaçamento das gestações e a recuperação do organismo da mulher após o parto, melhorando as condições para o cuidado dos filhos junto com seu parceiro (a). “É importante manter os exames em dia e se prevenir das doenças infecciosas, além de ser de suma importância adotar métodos contraceptivos. O SUS oferece serviços que garantem sigilo e métodos que previnem gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis como preservativos masculinos e femininos , além da colocação de DIU de cobre”, explica a médica.
Em termos reprodutivos, as principais causas da infertilidade na mulher são alterações tubárias, alterações na ovulação, alteração no útero, endometriose e idade também. “A qualidade e a produção dos óvulos caem drasticamente após os 35 anos, diminuindo-se as chances de gravidez natural e aumentando-se os riscos de aborto e doenças cromossômicas. Por isso, recomenda-se que casais onde a mulher tenha mais de 35 anos, procurem por uma avaliação com especialista depois de 6 meses de tentativas de gestação natural sem sucesso”, explica Roque.
Já a endometriose, causada pelo tecido interno que reveste o útero (endométrio) e se implanta em outros órgãos da região do abdômen por razões ainda desconhecidas, causa dor e desconforto à paciente, além de afetar a fertilidade.”É uma doença complexa, que pode afetar as mulheres em vários graus e formas, de acordo com a localização das lesões e o grau de comprometimento dos órgãos e a severidade da doença. A endometriose, por diversos mecanismos, pode influenciar negativamente na qualidade do óvulo e na implantação do embrião, causando impacto negativo na capacidade fértil”, observa Matheus.