Alexandre Frota se transforma em ‘exterminador de festas’

Deputado granjeiro participa de Força Tarefa contra aglomerações

O deputado federal Alexandre Frota, morador da Granja, já recebeu mais de 2 mil denúncias de festas clandestinas realizadas durante a segunda onda da pandemia do coronavírus. Ele criou um grupo em seu gabinete para receber informações da população e encaminhar à polícia e ao Ministério Público de São Paulo.

Além disso, sugeriu ao Governador do Estado, João Dória, a criação de uma Força Tarefa. “Ninguém é contra festa. Somos contra festas realizadas neste momento, principalmente sem estrutura adequada, colocando a vida de centenas de pessoas em risco. Por isso, montamos uma força-tarefa para coibir festas de todos os gêneros”, explica.

O grupo tem como objetivo reforçar as fiscalizações e o cumprimento das medidas restritivas da fase emergencial e evitar a propagação do coronavírus.  Integram o Comitê agentes da Guarda Civil Metropolitana e da Covisa (Coordenadoria da Vigilância Sanitária) pela Prefeitura de São Paulo. Pelo Governo do Estado, atuam profissionais da Vigilância Sanitária, Procon e das Polícias Civil e Militar.

Frota tem participado ativamente de diversas ações de flagrantes relacionado às festas clandestinas. Inclusive esteve no dia 14 de março, na operação policial que flagrou o jogador Gabigol, o funkeiro MC Gui e o cantor Rafael Vanucci em um cassino clandestino em São Paulo. Todas as ações estão sendo compartilhadas nas redes sociais, no Instagram ou no Twitter.

Imagens de abordagens

“Fomos da elite da Vila Olímpia ao coração do Capão Redondo. Passamos por sertanejo, pagode, funk, música eletrônica… Não temos nenhum tipo de problema com ninguém e com nenhuma tribo. O problema não é a festa, mas o momento em que está sendo realizada. Eu, como cidadão brasileiro, fico indignado com isso. Quando estamos com mais de 300 mil mortos, as pessoas saem para dançar e beber como se nada tivesse acontecendo”, comenta Frota, que está sendo chamado de “rei da noite”. Mas ao invés de abrir, ele está fechando balada.

Projeto criminaliza eventos clandestinos

Frota também apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de lei para criminalizar a realização de festas clandestinas em meio à pandemia do novo coronavírus no país. A proposta do deputado prevê pena de até seis anos de reclusão e multa de R$ 100 mil a R$ 500 mil para o responsável do evento. Ainda pela proposta, serão responsabilizados solidariamente o realizador do evento e todas as pessoas físicas ou empresas que colaborarem para sua realização, como o proprietário do imóvel onde o evento ocorrer e a empresa de segurança privada.

“As festas clandestinas são uma grande fonte de propagação e disseminação da Covid-19. Nessas festas, os frequentadores pouco ou nada se preocupam em se proteger. Música em volume elevado, bebidas, aproximação entre pessoas e quiçá até consumo de drogas ilícitas tornam estes ambientes mais permissivos em relação a outros. Tanto assim que os gestores responsáveis têm decretado lockdown no período noturno”, justificou na proposta enviada.

Balanço

De acordo com o Procon, no período de 26 de fevereiro a 29 de março, foram fiscalizados 5.326 estabelecimentos, sendo1.530 na capital e 3.796 no interior. Foram lavrados 351 autos, sendo 208 na capital e 143 no interior.

Já Vigilância sanitária estadual informou que, no último final semana (de 26 a 29 de março), foram feitas 3.248 inspeções, 61 autuações e 06 interdições. Destas, 79 estabelecimentos estavam na capital, sendo que 15 estavam fechados, 08 foram autuados e 04 interditados, incluindo 5 festas em ação com a força tarefa.

Por sua vez, a Polícia Militar esteve em 156 locais alvos de fiscalização/ atuação de polícia e registro de aglomeração. Destes, 25 tiveram registro de aglomeração (5 pessoas ou mais). No total, 1.501 pessoas estavam em situação de aglomeração.

De segunda para terça
Entre a noite de segunda-feira (29/03) e manhã desta terça-feira (30/03), na capital paulista, foram realizadas mais de 7,3 mil abordagens, sendo 18 pessoas presas. No período, também foram encerrados 11 eventos clandestinos, realizadas 294 dispersões de aglomerações e vistoriados mais de 11,1 mil veículos, sendo 125 deles, produto de roubo e furto, localizados.

Denuncie

Qualquer pessoa pode denunciar festas clandestinas e funcionamento irregular de serviços não essenciais pelo telefone 0800-771-3541 e também no site www.procon.sp.gov.br ou pelo e-mail [email protected], do Centro de Vigilância Sanitária.

Por Juliana Martins Machado

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