
Fotos: Vagner Shift Studio
No último dia 14 de junho, a Granja Viana foi palco de uma celebração repleta de fé, tradição e emoção. O babalorixá Márcio de Iansã abriu as portas do Ile Axé Oyá Onira para receber cerca de cem convidados em uma festa íntima, dedicada à Orixá Oyá Onira, uma das qualidades de Iansã. O evento, realizado apenas para membros da comunidade do Candomblé, familiares e amigos próximos, seguiu a tradição de junho, mês dedicado à celebração da força e da energia de Iansã.
A programação da tarde incluiu rituais de confirmação de cargos, iniciações e graduações de filhos de santo que cumpriram suas obrigações com seus Orixás. Durante os ritos, Oyá Onira, incorporada no próprio babalorixá, dançou e saudou os presentes, criando um clima de grande emoção e respeito. Na sequência, a Orixá apresentou formalmente os ogãs e equedes da casa, reafirmando os compromissos religiosos de cada um junto à comunidade.

Ao som dos atabaques, a anfitriã espiritual comandou os toques tradicionais, homenageando todos os Orixás cultuados no Ile Axé Oyá Onira. A ordem das reverências seguiu a tradição da casa: Exu, Ogum, Oxóssi, Logunedé, Oxumarê, Omolu, Ossâim, Xangô, Iansã, Oxum, Obá, Iewá, Nanã, Iemanjá, Oxalá, Oxaguiã e Oxalufon. Cada toque foi uma renovação de fé, com danças e cânticos que emocionaram os convidados.

O discurso, escrito pelo babalorixá e proferido pelos membros do Axé, trouxe palavras que emocionaram os presentes. O texto destacou a importância de cada encontro no Candomblé como um ato sagrado de resistência, fé e ancestralidade viva. Lembrou que Candomblé não é folclore, mas ancestralidade viva. Uma religião feita de detalhes que estão embutidos em todos os rituais, desde o movimento de espalhar as folhas que cobrem o chão até as mãos que acendem a velas.
Aos presentes, a oração de boas-vindas pediu que o vento de Iansã varresse os medos e as dúvidas dos corações, trazendo em seu lugar coragem e transformação. A mensagem foi recebida com aplausos e olhares emocionados, marcando o espírito da celebração.

Durante a festividade, os convidados experimentaram o tradicional acarajé, comida símbolo de Iansã, preparado com cuidado e devoção pelas equedes da casa. Entre cumprimentos e agradecimentos, a tarde seguiu em clima de confraternização, com todos levando consigo mais do que lembranças: levaram axé, fé e a certeza de que a ancestralidade continua viva, sob o vento protetor de Oyá Onira.












