A pandemia da Covid-19 está trazendo imensos desafios para todos os setores, no Brasil e no mundo. Neste momento de atividades domiciliares, os pais estão com muitas dúvidas. A principal delas é como se envolver no cotidiano dos filhos durante o distanciamento social.
O primeiro ponto de reflexão está relacionado ao fato de que a qualidade da aprendizagem começa em casa, no momento em que os pais a estimulam e participam da vivência escolar dos filhos.
“Com esse incentivo, facilita-se a alfabetização das crianças, elas mantém um maior foco nos estudos, obtêm as melhores notas, saem qualificadas para o mercado de trabalho, consequentemente, alcançam colocações melhores ao atingirem a idade adulta”, explica o diretor geral do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em São Paulo (SP), Carlos Dorlass.
Facilite a adaptação
Frente ao atual momento, soluções de ensino remoto podem contribuir e devem ser implementadas. Portanto, durante a quarentena, os pais devem demonstrar entusiasmo e segurança, e explicar que as aulas que estão sendo ministradas de forma virtual possuem a mesma importância das presenciais. “Um bom conselho para os pais é ajudar os filhos a controlar a ansiedade, além de estimular o interesse pela aprendizagem”, defende Dorlass.
Acompanhe cada etapa de perto
O envolvimento das famílias é fundamental nesse momento. É importante reconhecer e valorizar cada conquista de autonomia do filho. Nunca reprima ou puna em caso de dificuldades de aprendizagem. “Delegue pequenas tarefas no dia a dia para os seus filhos, sempre respeitando a sua faixa etária e de desenvolvimento e, claro, dê o exemplo, lidando corretamente com as suas responsabilidades. Não o compare com irmãos ou amigos”, reforça.
Seja parceiro da escola
É de suma importância que os pais se mobilizem para que os professores recebam apoio adequado, em especial considerando que são igualmente impactados pela pandemia. E diante de um cenário com características incomuns, os professores seguem sendo o ativo mais importante para encarar os desafios educacionais que se apresentam agora. “É preciso investir no fortalecimento da relação família-escola agora, pois esta trará ganhos não só a curto prazo, mas, fundamentalmente, quando a dinâmica presencial das aulas for reestabelecida”, explica.
Ensine em casa
Crie uma rotina. Mantenha um horário regular para o filho se alimentar, tomar banho e ir para a cama. Possibilite a compreensão do seu universo e seja criativo. Fale normalmente com a criança, sem diminutivos e infantilizações. Leia histórias e capriche na interpretação. “O estadista americano Benjamin Franklin já dizia algo profético: “Diga-me e eu esquecerei, ensina-me e eu poderei lembrar, envolva-me e eu aprenderei””, ilustra Carlos Dorlass.
O desafio é envolver
Os pais também ensinam a ler e escrever. Isso acontece quando a família transforma a casa em um ambiente alfabetizador, na qual o material escrito tem espaço e função. “Isso familiariza a criança com as letras e a estimula a valorizá-las”, esclarece.
Sementes de sabedoria
Uma das melhores maneiras de colaborar com o trabalho escolar é dar-se conta de que a educação não é só aquilo que a escola oferece. A premissa básica de uma família que valoriza o estudo é dar exemplo. Sempre que ler algo interessante em um livro ou em uma revista, os pais devem compartilhar com o filho e convidá-lo a ler junto. É possível comentar sobre o assunto que estão lendo, falar sobre o trabalho, perguntar à criança sobre as atividades realizadas e como é possível ajudar nas lições. “Se você quer que seu filho seja gentil, responsável e carinhoso, seja o exemplo pare ele”, frisa.
Não negocie o inegociável
As crianças tendem a pedir tudo o que veem. Principalmente se estão se sentindo entediadas, por não poderem sair para um passeio ou uma visita a parentes ou colegas da escola. Os pais devem aprender a dizer “não” e a limitar os mimos. Porém, nem sempre é fácil reafirmar os deveres das crianças e a melhor forma de ensinar é por meio do exemplo. Pais que respeitam as diferenças, cumprem seus deveres e buscam se tornar cidadãos melhores e mais ativos na sociedade acabam passando esse modelo aos filhos, que buscarão reproduzi-los em seu meio.
“Reitero que educar e ensinar os deveres da criança, impondo limites, é um ato de amor, já que estaremos contribuindo para que os nossos filhos se tornem adultos responsáveis, justos e sensatos”, finaliza o diretor.