Deu no Financial Times
Erros nas informações online sobre empresas têm custado às companhias dos EUA aproximadamente US$ 3 bilhões em vendas perdidas por ano, de acordo com uma pesquisa do setor publicada recentemente pelo Financial Times, jornal britânico que é referência global, especializado no segmento financeiro.
A matéria ainda lembra que, apesar de a internet ter se tornado o melhor lugar para se encontrar informações sobre localização e detalhes de empresas – de salões de cabeleireiros e clínicas veterinárias a academias de ginástica e restaurante – ela está cheia de erros. Como resultado, as companhias perdem clientes em suas lojas físicas, mandando-os para os concorrentes, afirmam analistas.
Mas esse não é um percalço que atinge apenas as pequenas e médias empresas. Fazendo uma breve pesquisa na internet com as maiores empresas do país, é possível perceber que algo vai mal, muito mal.
Num primeiro momento da era digital, quando as empresas aderiram à rede e criaram seus sites, alguns engraçadinhos do marketing achavam que a linguagem da internet utilizada deveria passar apenas uma mensagem: a de que a empresa não tinha nada pra falar, muito menos sabia definir, em poucas linhas, seu próprio negócio.
Esse legado permanece. Quem nunca entrou num site e, navegando, saiu rapidinho dali porque não conseguiu entender patavina? Vários alardeiam que, como não vendem para o público final, seus clientes “B to B” conseguem captar exatamente as informações contidas em seus sites. Duvido muito.
Isso sem falar que, ultimamente, encontrar o número do telefone das empresas em seus respectivos sites é tão difícil quanto encontrar o Wally. A nova geração pode querer se comunicar apenas online, mas nós, que já passamos dos 40, temos a estranha mania de querer ouvir uma voz humana do outro lado da linha, mesmo que seja para falar alguma asneira do tipo: “vou estar providenciando…..”
Outro ponto importante para quem quiser fazer sua própria pesquisinha básica é perceber que um mesmo site tem informações desencontradas nos seus diversos ícones. Tomemos como exemplo uma determinada empresa que, em sua página inicial, coloca, em letras garrafais, seu número de funcionários. Não contente com a informação, o incauto resolva se aprofundar um pouco mais e clica no ícone imprensa. Você tem grandes chances de descobrir que, no último release publicado, essa informação não procede, aliás, nunca procedeu. Não precisa pesquisar mais: você já entendeu o recado.
E o desencontro das informações por aí vai, navegando na rede.
Conclusão: está na hora das empresas levarem mais a sério o conteúdo das informações que divulgam. Afinal, se é no bolso que a coisa aperta, entregar de mão beijada ao concorrente um novo cliente é de uma burrice sem tamanho.
Escrito por Marcia Schuler da MSchuler & Associados Comunicação Empresarial