Engenheiro da AETEC orienta sobre as instalações a gás para uso residencial

O GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), ou “gás de cozinha”, como conhecemos hoje, foi
engarrafado, pela primeira vez, em 1907 pelo alemão Herman Blau, 150 anos após o
início da extração do petróleo. Já o primeiro GLP foi fabricado nos Estados Unidos em 1910, na refinaria de Riverside Oil Co, e a produção foi de 757 litros. A chegada ao Brasil ocorreu em 1937 e, apesar do temor inicial, os brasileiros adotaram a prática de utilizar este gás na cozinha, já que, na época, as alternativas existentes para o preparo de alimentos eram lenha, carvão ou querosene.

COMPOSIÇÃO DO GLP
Resultante do processo de craquelação do óleo, que nada mais é que a quebra de moléculas para a geração de novas. Após o aquecimento até aproximadamente 20ºC, o petróleo gera um gás. Logo, a origem desse produto é gasosa e, para facilitar o transporte,
ele é comprimido sob pressão, tornando-se líquido. No botijão de 13kg, cerca de 85% do
conteúdo está em estado líquido e 15%, gasoso. Por isso, nunca se deve deitar o cilindro,
pois, se expelido, o gás em fase líquida pode provocar acidentes muito sérios.

Processo de destilação fracionada do GLP
(Referência: CBIE – Centro Brasileiro
de Infraestrutura cbie.com.br/artigos/
como-e-produzido-e-para-que-serve-o-glp)

CARACTERÍSTICAS DO GLP
• Inflamável, o que exige muita atenção no manuseio do botijão. Provoca queimaduras em alta (forma gasosa) ou baixa temperatura (forma líquida);
• Mais pesado que o ar: quando há escape de GLP em local fechado, ele se acumula no nível do chão e expulsa gradualmente o oxigênio do ambiente. Por este motivo, o botijão com vazamento deve ser removido para um lugar aberto;
• Não é venenoso, mas é asfixiante;
• Inodoro (não tem cheiro), mas, durante a fabricação, um composto à base de enxofre é adicionado ao gás para revelar sua presença, caso haja vazamento.

INSTALAÇÃO – USO RESIDENCIAL
O processo de instalação residencial de um botijão de gás é relativamente simples, mas tal facilidade depende muito da compra. Por isso, quando for adquirir o seu, observe a identificação da distribuidora nos caminhões de entrega e, no botijão, a existência de lacre
sobre a válvula – ele não pode estar violado. Botijões muito amassados, enferrujados e
com alças soltas devem ser recusados.

RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES
Para realizar a instalação de um botijão residencial, é preciso usar uma mangueira de gás e um regulador de pressão de gás aprovados pelo Inmetro. A mangueira é transparente, com uma tarja amarela e traz a inscrição NBR8613 e a data de validade. O regulador de pressão tem a marca Inmetro gravada. Instale o botijão rosqueando a borboleta do regulador na válvula. Não utilize ferramentas, apenas as mãos. Para conferir se há escape, aplique espuma de sabão sobre a válvula. Se borbulhar, é porque há vazamento. Repita a operação. Não se assuste com um pequeno escape, o gás não é venenoso e o botijão não explodirá. Entretanto, caso o vazamento persista, é importante remover o botijão para um lugar ventilado e chamar a empresa distribuidora.

RESIDÊNCIAS MULTIFAMILIARES (PRÉDIOS)
De acordo com a IT-28/2019 (Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros), não é permitida
a instalação de botijões no interior das cozinhas em residências multifamiliares. O abastecimento do gás é realizado por meio de redes (tubulações) que interligam a Central de Gás (abrigo e equipamentos, onde os botijões ficam armazenados) e o ponto de consumo (conexão com os fogões).
O projeto para a construção e instalação das Centrais de Gás e Redes de Distribuição deve
ser realizado por engenheiros (qualificação reconhecida para instalações a gás), precedido
pela emissão de ART´s, laudos e testes.

REFERÊNCIAS
• IT 28/2019
• NBR 13523 / 2019
• NBR 15526/2016
• NBR 14024/ 2018

João Salles Neto 
Membro da AETEC, é Engenheiro de Produção Mecânica com MBA em Logística Empresarial pela Universidade Mackenzie


Este artigo tem o apoio do CREA-SP e da AETEC, buscando valorizar os profissionais das engenharias, agronomia e geociências. Em todas as atividades do seu dia a dia, sempre haverá, na retaguarda, um profissional capacitado e habilitado no CREA. Mas antes de contratá-lo, exija a carteira profissional e a emissão da ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. Visite o site a etec.org.br e encontre o profissional de sua preferência.
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