O desafio de se sentir vivo

Conversamos com Caio Castro, que juntamente com dois amigos, um deles o também granjeiro João Possos, embarcou em uma aventura instigante, daquelas que nos fazem sentir muito frio na barriga, preenchendo a alma com momentos inesquecíveis. Uma entrevista para inspirar todos os que possuem a vontade de levar a vida com mais leveza e seguindo os seus sonhos.

Para conhecer a fundo a alma do ator Caio Castro, na intimidade mesmo, é preciso se desapegar da ideia de um galã de fraque, em eventos requintados entre quatro paredes. Seu coração bate mais forte pela origem francesa do termo, galant (divertido, vivaz), desde que, com 8 meses de idade, já acampava na Praia da Baleia, em São Sebastião. Neste exato abril, enquanto revelamos aqui como desvendar seu espírito, ele está em algum ponto da Europa praticando esportes radicais com a expedição aventureira Nomads, comandada por ele, pelo artista plástico granjeiro João Possos (JP) e o fotógrafo e filmaker volta-redondense Matheus Coutinho.
O trio deixou de lado as pranchas, câmeras e gorros para esta entrevista exclusiva com a CIRCUITO, por vídeo do WhatsApp, enquanto esperava em Portugal a chegada do motorhome que lhes servirá de casa por oito meses e os levará à Copa do Mundo da Rússia. “Como os nômades, estamos buscando nossa sobrevivência, e ela é fazer esportes radicais ao redor do mundo”, explica Caio, que, fiel ao ideário, internou-se em aulas de esgrima e equitação para viver no ano passado o D. Pedro I da novela Novo Mundo.
Mas agora radicalismo pouco é bobagem. Os três viajantes integram um grupo de 70 paraquedistas (que inclui o também granjeiro Felipe Tito) e, nessa viagem, planejada desde o ano passado, querem praticar dezenas de esportes que convocam frio na barriga, sem contar aventuras impetuosas, como descer uma montanha rolando dentro de uma bolha de plástico, e se internar num resort de esportes radicais, o Área 47, na Áustria. Serão, ao todo, 38 países. “Queremos inspirar as pessoas a ter experiências, mostrar que é possível, e que isso faz um bem danado”, diz o galã, com 16 milhões de inspirados seguidores no Instagram.
A trupe está preparando projetos audiovisuais que ainda não revelam, mas que já reúnem dezenas de horas de filmagens. Contam apenas o resumo da ópera: querem marcar um estilo de vida, um jeito de ser feliz olhando os desafios de frente, olho no olho. Assim como acontece nessa viagem, cheia de imprevistos e “perrengues”. É com prazer que apresentamos ao leitor da CIRCUITO o jeito de ser feliz dos Nomads…

De onde veio o nome da expedição de vocês, Nomads?
Caio Castro: Nômades são pessoas que se locomovem para buscar sobrevivência, e é isso o que a gente está fazendo. Nossa sobrevivência é o esporte, vivemos para isso e vamos busca-lo onde estiver, na África, Europa, Ásia, Oceania, não importa. Estamos buscando nossa sobrevivência, e ela é fazer esportes radicais ao redor do mundo.

Como surgiu a ideia de percorrer 38 países de motorhome?
Caio: Quando fiz minha primeira expedição de carro, vindo de São Francisco para o Brasil dirigindo com mais dois amigos (Anderson Valsoni e Rodrigo Macaco). Na verdade, era um sonho do Macaco, ele jogou essa ideia no ar e eu peguei. A gente até fez uns vídeos, mas não era uma captação profissional como estamos fazendo agora. Mas deu para ver que era muito mais tranquilo do que a gente imaginava. Quando eu voltei para o Brasil, pensei: “Cara, eu amo muito o que eu faço, eu amo muito meu trabalho, mas eu amo muito viver também, sabe? Amo muito conhecer lugares e sou apaixonado por desbravar, eu tenho esse espírito de alma livre, assim como esses meninos que estão comigo, o Matheus e o JP, e somos muito unidos, a gente compartilha do mesmo estilo de vida e vontade, então, por que não fazer isso de uma forma profissional?”

E qual é a proposta?
Caio: Inspirar as pessoas. Nosso principal objetivo é mostrar para as pessoas que isso é possível, e que faz um bem danado. Muitas pessoas têm medo de se arriscar, de trocar o conforto do trabalho e tudo o mais para viver esse estilo de vida, mesmo que seja esporadicamente.

Então dá a dica: quem quiser fazer uma viagem como essa, começa por onde?
Caio: A primeira coisa é na cabeça. Ele tem de girar a chave dentro de si. Estou a fim de abdicar de ganhar dinheiro? Estou a fim de dar um tempo na minha carreira? Estou a fim de, de repente, perder o meu trabalho em troca de experiência de vida? Quero ser mais e ter um pouco menos? Acho que esse é o primeiro passo.

Você optou por correr esse risco com a Globo, não é?
Caio: Há quatro anos, optei por fazer isso (não manter contrato fixo) para realmente poder viajar mais, viver mais. Eu sei que a Globo, como qualquer outra empresa, procura uma produtividade dos seus funcionários, procura e espera uma escala de produção. Só que eu não trabalho com escala de produção, eu tenho um trabalho muito manual, muito artesanal, preciso de tempo para oxigenar a minha cabeça, para conhecer as minhas vontades, para pensar. Eu preciso de mais tempo para mim do que eles me dão, para fazer um outro tipo de produção e de trabalho.
João Possos (JP): O legal é que temos vários amigos que estão fazendo isso. Inclusive, um amigo da Granja Viana juntou 100 mil reais para viajar durante um ano, ele e a namorada, também nesse estilo, só que para a Ásia. É como o Caio falou, tem de estar totalmente disposto a se desafiar, sair do seu trabalho, ou temporariamente, e sentir essa emoção e esse desafio que queremos passar para as pessoas.
Caio: O que a gente quer dizer é que ter experiências intensas, viver de forma intensa os lugares e praticar esportes que nos façam sentir vivos é algo totalmente possível. Na verdade, eu só consigo viver dessa maneira. Se eu não tivesse esse estilo de vida, não estaria vivendo, estaria sobrevivendo.

Mas não é para todo mundo, ou é?
Caio: É para muito mais gente do que você imagina.
Matheus Coutinho: É claro que há pessoas que não conseguem armar um esquema desses, mas elas podem perceber que é possível viver no seu emprego com um lifestyle diferente. Mesmo trabalhando em um escritório, podem ter um estilo de vida diferente no se vestir, no andar, no praticar esportes e, com isso, inspirar as pessoas. A ideia da nossa trip, com esses vídeos, essas imagens explosivas, é dizer o seguinte: se você quer ser líder dentro da sua empresa, quer fazer a diferença, levante de sua cadeira e vá fazer, faça uma experiência nova, experimente. Nesse sentido, o esporte empurra a gente. E o que estamos descobrindo é que isso não tem relação com o Caio ser ator, o JP artista e o Matheus fotógrafo, porque alguém pode dizer “pô, esses caras, eles podem muito bem largar o trabalho deles…”, não! Na verdade, qualquer um pode optar por ter essa experiência e colher as vantagens para a vida pessoal. É uma questão de querer e fazer acontecer.

A expedição tem vários patrocinadores. Está se bancando?
Caio: Pois é, ela tem um custo alto. Eu e os meninos pensamos numa maneira de viabilizar esse projeto, então fiz alguns trabalhos voltados para captar para essa viagem. Acredito que os moleques também fizeram isso, trabalharam dobrado antes da viagem para poder, também, arcar com os custos. Mas o planejado deu certo.
JP: Acho que tem de falar da importância do planejamento. Para quem pensa que deu certo porque o Caio é ator e tal, ou porque os outros são artistas etc., não. Tenho vários amigos que montaram um projeto superbacana, ganharam patrocínio e estão fazendo acontecer. As pessoas não podem ter medo de apresentar um projeto, porque, se for bom, dá para ser feito, mas é preciso tirá-lo da cabeça e o pôr no mundo.

Por que um motorhome?
JP: Primeiro, o Caio já tinha feito aquela viagem dos Estados Unidos para o Brasil. E, segundo, não era para viajar de avião. A ideia era morar mesmo num motorhome, fazer o que quisesse, na hora em que quisesse, dentro de um carro onde estaríamos morando, sem depender de hotel e avião. É muito mais onda, a gente montou o motorhome inteiro, colocou ele preto fosco, a roda preta, dentro parecia um consultório, mas a gente pôs outra cor.
Caio: O nosso motorhome é de uma empresa brasileira chamada Motor Trailer. Ele já vem adaptado ao que vinha na nossa cabeça.
Matheus: Não tem nada a ver com os motorhomes que a gente vê aqui na Europa, que são brancos, totalmente padrão. O nosso negócio é ter estilo em tudo.
JP: Além de trazer essa ideia de que é possível fazer isso, também queremos tocar o nosso próprio projeto. Queremos instituir uma marca.
Matheus: A gente quer fazer o nosso rolê do nosso jeito, a gente quer ser estileiro , entendeu? (risos)

Até porque quem está patrocinando vocês são empresas de estilo, roupa, óculos etc.
JP: Isso, e a gente quer trazer a galera para o nosso estilo também, quer influenciar as pessoas no look.

Como é o patrocínio? Vocês têm de usar uma roupa ou óculos específicos?
Caio: Sim, eles estão pagando a viagem, e são equipamentos que têm a ver com a prática esportiva, que é o que viemos fazer. Esse lifestyle que eu tenho, que a gente tem, isso me rende um patrocínio internacional da GoPro, a câmera. Eu sou adepto deles há dois anos pelo meu lifestyle, então eu tenho um suporte para caçar esportes radicais. Automaticamente, isso gera um conteúdo para gente e para eles também. Então, é uma maneira animal de conhecer o mundo.
JP: Pois é, na verdade, por enquanto cada um está usando dois pares de roupa porque está tudo no nosso motorhome, que atrasou e ainda está no Brasil por problemas burocráticos. Estamos tendo de nos virar com esses dois pares, lavando, passando, é um perrengue porque está tudo no motorhome.

Lembra-me aquele filme A Volta ao Mundo em 80 Dias, cheio de imprevistos.
Caio: Pois é, se não houvesse os problemas, não seria aventura. E aí que está a graça, enxergar esses pequenos deslizes e contratempos como parte da viagem. Estamos viajando da nossa maneira, e isso é parte da viagem, mesmo.
JP: Nós compramos passagem casando com a chegada do motorhome, mas como tivemos os problemas com a burocracia, refizemos o planejamento. E o que pensamos foi: não vamos ficar parados, vamos para Marrocos, alugar um carro, nos aventurar, e foi o que aconteceu. Meu, se eu te contar, a gente até invadiu antena para saltar (risos).

Que tal o Marrocos? O que um brasileiro tem para descobrir ali?
JP: Cara, é uma cultura totalmente diferente.
Caio: É uma cultura muito fechada, religiosamente falando. O lado social, um país que passa necessidades financeiras, você vê no comportamento das pessoas, a quantidade de pessoas pedindo dinheiro, o escambo ali… uma simples informação que você pede, isso é cobrado.
A gentileza custa, entendeu?
JP: Mas quanto ao lugar, não tem o que dizer. Conhecemos lugares maravilhosos, fizemos muito esporte radical, kitesurf, quadriciclo, moto. E tem altos e baixos. No primeiro lugar ao qual fomos, as pessoas nos trataram super bem, super hospitaleiras. Mas piorou quando fomos para Marrakesh…
Caio: É, dá a impressão que em alguns lugares 90% da população vive de pedir grana por informação. Para trocar o copo de chá, se você está com frio, eles cobram por isso. É obvio que a renda per capita do país, o governo, ea condição econômica obrigam as pessoas a tomarem uma atitude para poder sobreviver. Mas para quem é de fora viver isso por muito tempo enche o saco. Depois de quinze dias, chegou o momento em que, tipo assim, não estou mais aguentando ficar aqui (risos).
Matheus: É um clima muito pesado, sabe? Você se sente querendo fugir das pessoas no meio da rua. Deu para ver que somos bons mesmo. Isso tudo acontecendo logo de cara. Se a gente não saiu na porrada foi porque somos bons.

Caio, na volta para Portugal, o pessoal te reconheceu da novela, quando fez o D. Pedro?
JP: Pô, ficam parando ele no shopping, impressionante.
Caio: Sim, aqui eles curtem muito novela e acho que já é a quarta novela minha que passa aqui. Sair do meu país e ter essa atenção, as pessoas te parando, é muito engraçado e doido isso.

Vocês estão filmando? O que vai ser depois, quando editarem as imagens?
Caio: A ideia é captar o máximo possível. A gente não tem nenhuma obrigação formal ainda, não temos nada fechado sobre como distribuir essas imagens, mas é muita imagem boa. A gente quer fazer um documentário, mas da melhor maneira possível, então não temos data para nada nesse sentido ainda.

Como vocês definem como vai ser o conteúdo visual da viagem?
Matheus: Antes de vir para esse projeto, eu o estudei inteiro cinco vezes. O que eu ia fazer e o que os meninos queriam de mim, porque eu estou aqui para captar e gerar conteúdo. Todos os três falam e escutam bastante, e aí a gente criou uma linguagem de como ia gravar e executar. Optamos por manter, cada um, o seu estilo. O Instagram do Caio tem a cor dele, assim como o do JP e o meu, mas, apesar disso, o nome que predomina é o do projeto, Nomads. Não há um na equipe que é mais que o outro, cada um aqui é fera no que faz e assim a gente vai indo.

Mas qual é a pegada dos vídeos? É turismo, aventura, reportagem, música?
Caio: É lifestyle.
Matheus: É muita imagem plástica, tipo assim, a gente está no deserto, mas faz uma imagem aérea, tem a areia caindo, um apelo visual muito forte. Estamos trabalhando com uma leitura de imagem de muita qualidade. É para que a pessoa que está assistindo fale assim: uau, quero viajar também. E a edição a gente pensa com muita imagem, muita trilha, muito efeito sonoro. Queremos que a pessoa sinta o vento que está passando ali, então a gente vai sonorizar com o vento e o barulho dos pássaros. Quando estávamos no deserto, tinha uma galera tocando música típica deles, então eu comecei a gravar, e quando olhei para o outro lado o Caio também estava gravando. Então, os vídeos vão ter riqueza de detalhes. As fotos já estamos soltando no Instagram.
JP: E as pessoas que veem as imagens perguntam se a gente tem uma câmera cinematográfica (risos). Cara, estamos com uma câmera de mão, uma DSLR (Digital Single Lens Reflex), uma GoPro, coisa à qual todo mundo tem acesso, não tem nada de 100 mil reais, é muito a nossa criatividade.

Dá pra ver que tem algum filtro nas fotos, às vezes…
Matheus: Depois rola, no máximo, algum tratamento de cor. Eu sou publicitário e meu pai tem uma produtora, então eu trabalho com isso desde moleque, e tenho formação em cinema também. Meu trabalho sempre foi muito profissional, voltado para a publicidade, então estou trazendo essa estética e aplicando para o lifestyle.

Ou seja, vocês vão ter um material que pode ser utilizado depois em várias frentes…
Matheus: Exatamente! Tem amigos meus que têm banda e falaram: cara, eu daria tudo para ter um vídeo de vocês com minha música por cima, tem tudo a ver. Esses clipes que não precisam seguir a história da letra, entendeu?

Como o pessoal está reagindo a isso tudo nas redes sociais?
Matheus: Eles estão loucos.
JP: Eles estão pirando, principalmente nessa questão da nossa proposta de lifestyle. Eles perguntam muito, como foi que surgiu a ideia, a questão das fotos, que tipo de filtro você usa. Estão bastante apreensivos, e toda hora tem gente pedindo coisa nova.
Caio: Tudo. Querem conteúdo, querem saber qual é a roupa que a gente usa, qual é o equipamento.
Matheus: Falam tipo assim: tem uma amiga minha que quer ir para o Marrocos e quer saber como são as pessoas, os lugares, que câmera estou usando, se estou usando filtro ou não, por que eu estou numa foto e o Caio não apareceue por aí vai. E é online, eles querem estar aqui por meio das redes sociais.

Quantos seguidores vocês têm nas redes sociais?
JP: O Nomads, em três semanas, juntou mais de 21 mil.
Matheus: Eu tenho 12 mil, o JP está com 10 mil e o Caio tem 16 milhões.

16 milhões? E você fica olhando o que a turma toda fala?
Caio: Claro que olho! Converso com as pessoas, respondo a alguns comentários, às vezes, para saber o que as pessoas estão achando dos temas atuais. Não falo de política nem de nada nesse cunho, porque esse é um assunto muito delicado. Eu não quero dar pitaco onde não existe uma conversa. Falar de política, de futebol ou de religião, você fala com pessoas que são muito conhecidas, ou que têm muito conhecimento a respeito. São assuntos que eu não pretendo colocar em pauta ou levantar bandeira. O que eu falo mais é dos assuntos nos quais eu me encaixo profissionalmente, no meu trabalho artístico e em coisas pessoais minhas.

E quem é o público-alvo do projeto Nomads?
Caio: O Nomads fala para quem tem vontade de viver, de conhecer o mundo, para quem tem gana por vida, para quem tem essa curiosidade como nós temos. Isso não restringe sexo, idade, de maneira nenhuma, é para homens e mulheres de qualquer idade.

E para vocês rolou os haters?
Caio: Muito pouco por enquanto, coisa muito bestinha. É um ou outro que fala, ah, vocês são playboys…
Matheus: A gente estava conversando sobre isso. As pessoas podem olhar não com uma inveja ruim, tipo os caras estão viajando enquanto eu estou aqui trabalhando igual a um condenado. Muita gente pode estar com inveja, sim, mas não conectado com uma energia negativa. Não é isso o que a gente quer passar, não queremos provocar inveja em ninguém. Estamos simplesmente fazendo o projeto da nossa vida, que é uma coisa que a gente quis e se programou e tem condições de mostrar isso para o mundo de uma forma legal. Então o cara para quem nós falamos é aquele que pensa: “Pô, os moleques foram lá e fizeram, como eles são feras, eu quero ir também, quero fazer o mesmo”.
Caio: Nossa conversa é com quem diz “eu quero viajar também”, entendeu?

E na próxima parada, a Suíça? Vocês vão fazer esporte na neve?
JP: Eu ando, desde os meus quinze anos, de snowboard.
Caio: Eu ando há alguns anos também.
Matheus: Eu não ando nada.
JP: O Matheus está indo lá para aprender. Vai ter toda uma infraestrutura, uns profissionais que são os atletas da GoPro, vamos pegar helicóptero junto, descer a montanha, vai ser meio louco.
Caio: A GoPro está fazendo esse networking muito bem. A gente está indo andar não com um cara que é profissional de snowboard, mas com gente que foi campeã mundial, como Halldór Helgason, um cara mais de salto, de performance, e o Xavier de Le Rue, um freestyle que escala montanhas, desce montanhas totalmente inclinadas. Gente top no esporte.

Quantos esportes vocês vão fazer?
JP: Uns dez já programados, e ver o que rola nos lugares.
Matheus: Mas aí tem esporte que não é esporte. Por exemplo, descer a montanha dentro de uma bolha de plástico, entrar num helicóptero que vai dar piruetas, então tem muita coisa louca que não é esporte, mas que a gente vai fazer.
JP: Nós vamos no maior resort de esportes radicais do mundo, que fica na Áustria, chama Área 47, tem tudo o que você pode imaginar de esportes radicais.

E vão ser quantos países?
JP: 38 países, sendo que os únicos que estão fora da Europa vão ser Georgia e Turquia, mais o Marrocos, onde a gente já foi. Seria mais, o nosso motorhome ia chegar no sul da África, em Gana, e aí a gente ia subindo, passando pela Mauritânia, Saara ocidental, Marrocos, Portugal, França, Itália, etc. Em 5 de junho a gente começa a ir para a Rússia, estejamos onde estiver, queremos ver todos os jogos do Brasil, já está comprado o ingresso.

Vocês têm algum esquema armado com os jogadores da seleção? Vão falar com eles?
Caio: Eu tenho os meus amigos que jogam lá, mas não quero ficar pilhando porque não sei qual é o esquema de Copa do Mundo. Não quero atrapalhar, eles vão estar lá pensando no bem do time, da nação e deles, nem pensar em me intrometer, porque eu também, quando estou fazendo novela e estou numa semana muito concentrada, me isolo. Deixa eles ganharem a Copa para nós.

Caio e JP, vocês se conheceram na Granja Viana. Como foi a relação de vocês no bairro?
JP: Na verdade, a gente se conheceu na Granja, mas logo o Caio foi para o Rio, ele tinha um trabalho para fazer lá. Faz uns seis anos, mais ou menos. O pai dele foi meu vizinho, o Caio passava lá direto, cumprimentava meu pai, minha mãe, minhas irmãs… eu era o único que ele não cumprimentava (risos).
Caio: Foi muita coincidência, porque meus pais conhecem os pais do João, eles frequentavam o churrasco um do outro no condomínio. E eu só fui conhecer o João numa outra ocasião, e não foi por meio dos nossos pais. Foi por meio de amigos paraquedistas.

E o que vocês faziam aqui?
JP: Ué, Granja, coisa normal. A gente ia no sucão, por exemplo, você sabe, né? (risos), é isso que o granjeiro faz: um na casa do outro. Eu estou há 13 anos na Granja.

Como você avalia as mudanças pelas quais está passando o bairro?
JP: Acho péssimas. Eu lembro que pedia carona, quando tinha 13, 14 anos e saía da Escola da Granja.? Agora não tem como, está mudando muito, está crescendo, muitos condomínios, muito desmatamento, até fui àquele movimento do desmatamento do Alphaville, mas não há muito o que fazer. O pessoal está pensando muito no consumismo.


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