As crianças voltaram às aulas e, além dos materiais escolares, é importante que os pais fiquem atentos aos cuidados com a saúde ocular das crianças. Isso porque o baixo rendimento nos estudos ou a falta de interesse por atividades podem estar relacionados com dificuldades de enxergar. De acordo com o levantamento realizado pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia), aproximadamente 20% das crianças em idade escolar apresentam problemas oftalmológicos por causa de erros refracionais não corrigidos. Dessas, estima-se que 5% apresentem menos de 50% da visão normal.
“No desenvolvimento da visão, se houver algo que impeça ou dificulte este aprendizado que termina aos sete anos de idade, a criança pode, sim, ficar com a visão bastante prejudicada pelo resto da vida”, explica o oftalmologista Fernando Pistarini, que integra a equipe do ETCO (Estrutura Tecnológica para o Cirurgião Oftálmico), hospital especializado na saude dos olhos.
Segundo ele, A isso os oftalmologistas chamam de Ambliopia, popularmente também conhecida como “olho preguiçoso”, pois apesar de anatomicamente ser normal, não aprendeu a enxergar.
Assim, se uma criança tiver um grau muito alto que não seja diagnosticado precocemente, o desenvolvimento da visão será prejudicado e acarretará em déficit visual para sempre.
“A única forma de saber se este problema existe ou não é a consulta ao oftalmologista para exame detalhado o mais cedo possível, antes dos sete anos. A idade mais adequada para exames se dá a partir dos 2 ou 3 anos. É nessa época que a criança já se comunica bem e consegue reconhecer pequenas imagens projetadas”, assinalou o oftalmologista com subespecialização em cirurgia de Catarata, Retina e Vítreo, Fernando Pistarini
As dores de cabeça e desinteresse nas atividades escolares também podem ser um sinal de cansaço visual, que costuma ocorrer após longos períodos de leitura ou estudo em condições inadequadas. Segundo o oftalmologista, o ideal é que o acompanhamento seja realizado anualmente e iniciado antes mesmo da alfabetização.
Um dos exames mais comuns é exibir a letra E num quadro com fontes cada vez menores e virada para lados opostos. Nesse exame o médico indaga à criança e ela aponta com sua mãozinha para onde estão as ”perninhas” do E.