Perla era presença constante nos programas de televisão durante as décadas de 1970 e 1980. Reconhecida por suas versões de músicas internacionais, vendeu mais de 15 milhões de discos ao longo de sua carreira. Nascida como Ermelinda Pedroso Rodriguez D’Almeida em 17 de março de 1952, na cidade de Caacupé, no Paraguai, cresceu em uma família bem musical e, ainda pequeninha, já fazia parte do conjunto Las Maravillas del Paraguay. Em 1971, desembarcou no Rio de Janeiro e passou a se apresentar no restaurante O Bigode do Meu Tio, onde foi descoberta por Nelson Rodrigues – que, em uma de suas críticas, escreveu “canta as guarânias mais delicadas, as músicas espanholas mais delirantes com uma sensibilidade e paixão de império argentino e as nossas músicas com o clima maravilhosamente brasileiro”. Isso chamou a atenção da gravadora RGE e o sucesso começou. Logo, estaria percorrendo o Brasil e o exterior fazendo diversos shows e era convidada cativa dos principais programas de auditório. Em 1976, assinou contrato com o grupo sueco ABBA para ter a liberdade de versionar as suas canções para o Brasil. Fernando, a primeira versão, estourou de cara e, assim, outras composições vieram. Foram mais de 30 álbuns lançados e ela se prepara para mais um, que deve sair do forno no final deste ano. Ganhou 11 discos de ouro, dois de platina e um de platina duplo. Chegou a atuar em alguns filmes – O Estranho Vício do Doutor Cornélio (1975), Dinero Maldito (1979) e A Desforra (2012). Em 2018, ganhou uma biografia, Perla, a eterna pequenina, escrita pelas mãos do escritor Marinaldo de Silva e Silva, onde revelou detalhes da sua vida e memórias, até então esquecidas. Há mais de 40 anos, mora em uma chácara na Granja Viana e, por aqui, vive entre plantas e animais. Longe dos holofotes, se mostra uma
mulher corajosa, resiliente e de muita fé. Devota de Nossa Senhora de Caacupé e de Nossa Senhora Aparecida, diz que o palco é seu templo. Para ela, a música salva – e foi por causa dela, inclusive, que superou as agressões físicas e verbais que sofria do falecido marido, de quem evita falar. Durante horas de conversa em uma tarde ensolarada de inverno, ela contou sua história. Feliz, o anel do humor que trazia no dedo reluzia e mudava de cor, a todo momento. Diante de nossa equipe, estava um ser de muita luz, olhar envolvente, sorriso cativante e uma voz que carrega consigo a intensidade do Rio Paraguai, a serenidade do Lago Ypacaraí, a determinação dos que vencem batalhas e guerras, e a beleza que se funde nos olhos dos imigrantes com os dos nativos. Ela é uma brasileira que nasceu no Paraguai, como mesmo define, que transcende fronteiras por meio da harmonia de sua voz e constrói amizades entre palavras guaranis, espanholas e portuguesas.

Como Ermelinda se tornou Perla?
Na época, a prática era os padrinhos darem o nome aos afilhados e, por isso, sou chamada de Ermelinda. Mas a minha mãe sempre me chamou de Perla. É um nome muito sagrado, para mim. Significa pérola.
Intérprete de canções românticas, já passou de 30 álbuns gravados e vendeu mais de 15 milhões de discos. Ganhou 11 discos de ouro, dois de platina e um de platina duplo. Faça um balanço de sua carreira.
Cada página da nossa história é muito importante. Eu tentei usufruir da pureza que meus pais queriam que eu tivesse. Foi minha base. Querer manter essa pureza foi que me manteve em pé. Sempre aprendi com minha mãe e a fé a respeitar o ser humano, a natureza e a sensibilidade das pessoas. Nunca gostei da palavra famosa, porque ela resume muito e apaga tudo. Ela mostra apenas a construção de algo, e apaga a trajetória. Eu quero e gosto de ser chamada de artista. Graças a Perla, consegui dar três casas para os meus pais e sustentei todos os meus irmãos. Até choro ao lembrar disso, porque sinto saudades deles. Minha infância foi muito simples, mas tínhamos muita riqueza da natureza e isso bastava. Além disso, minha família era muito musical.


Foi na família que começou sua relação com a música?
Meu pai era um músico completo e tocava vários instrumentos. Ele me ensinou tudo
que sei de música, sempre o observava se apresentar. Como tinha uma capacidade grande de decorar, logo passei a cantar também aqueles boleros e rancheiras. Canto polca guaraneira (um estilo musical que surgiu no Paraguai no século XIX, entre os campesinos nos meios rurais devido à influência dos colonizadores espanhóis). (para e pensa) Quando era jovem, ficava em cima do cavalo imaginando que estava no palco. O milharal e os bichos eram meu público. Até hoje me emociono quando estou no fim do show e me lembro disso. Desde criança, já era escandalosa e gostava de ser brincalhona. Minha mãe dizia que eu era uma artista completa.
Como começou a cantar profissionalmente?
Fiz parte de Las Maravillas del Paraguay. Meu pai tocava violão e eu e minha irmã cantávamos. Todo mundo aplaudia e dizia que tínhamos que ir ao Brasil. Em busca do sucesso, eu e minha irmã chegamos a atravessar de canoa o rio, na fronteira. Não havia ponte da amizade ainda. Íamos encontrar um empresário que havia prometido, por carta, alguns shows por aqui, só que ele nunca apareceu e aí ficamos presas por uma noite na delegacia. Por causa disso, fomos parar em uma churrascaria, onde começamos a cantar. Foi na Casa do Churrasco, em Foz do Iguaçu, que conheci o que era manteiga, arroz branco, feijão preto e alface com babadinho. (ri para, depois, refletir) Sabe, lá, davam para gente resto de comida e eu sabia disso porque, às vezes, vinha pedaço de palito e pituca de cigarro. Fizemos amizade com garçom e ele separava umas carnes que levávamos para casa, porque não tínhamos isso. Comíamos mais frango e as verduras que plantávamos. Essa história me fortaleceu e me preparou para a vida adiante.
Foi assim que chegou ao Brasil?
Cheguei, em definitivo, em 1971. Mas desde muito nova, escrevia no quadro negro que viria para esse país. Meu pai e minha irmã sorriam e diziam que isso nunca ia acontecer, porque não iriam deixar. Eu era tão apaixonada pelo Brasil, que ficava desenhando o mapa e comecei a aprender músicas brasileiras. Mostrava para minha mãe tudo que tinha aprendido. Ela trabalhava em Assunção, na capital do Paraguai, tinha uma cabeça mais aberta e sempre me incentivava. Muitos brasileiros nos traziam lembrancinhas do Brasil e eu queria muito conhecer aquele país que tinha água e a maior fruta (jaca). (risos) Casei com um brasileiro e vim tentar a carreira, pensando: se esse sol brilha pra tanta gente, que brilhe pra mim também.
E hoje é a mais brasileira das paraguaias.
Eu concordo com a expressão uma brasileira que nasceu no Paraguai. É aqui no Brasil que quero ficar. Não escolhemos o país onde vamos nascer, mas podemos escolher onde viver. Quem me incentivou muito para vir para cá foi minha mãe. E os fãs brasileiros, é claro.

Você se lembra quando subiu no palco pela primeira vez?
Sim! (sorri) Consigo me lembrar do retorno do público, daqueles aplausos. Naquela época, o que desejava era que as pessoas cantassem minhas músicas e, hoje, se eu não cantar, elas cantam para mim. Teve uma vez que eu fui para uma região que chovia muito e fiquei afônica. Eu chorava, porque não ia conseguir cantar. Mas subi no palco e todo mundo cantou as músicas para mim. (para e respira fundo) Meu papai, mágico que era com tanta sensibilidade, me dizia ‘filha, quando a voz estiver fraca, use os braços, os cabelos, o corpo, e deixe eles (sic) cantar contigo’. Era uma maneira de, se não suprir, pelo menos disfarçar o desconforto de cantar com a voz prejudicada, e dar ao público um pouco mais do que canto, mas também de dança: a dança das mãos, dos braços, dos cabelos, em companhia ao coro da plateia.
Você viajou pelo mundo, não foi?
As pessoas me conheciam como La Perla del Brazil. Engraçado que as minhas músicas chegavam a muitos países e as pessoas achavam que eu era uma mulata alta e peituda. E quando aparecia, era alguém do meu tamanho, uma indiazinha. (risos) Gosto de interagir com o público. Já fiz shows em vários países, só que lá as pessoas são mais contidas e precisam beber para aplaudir. Aqui no Brasil, não. Consigo interagir mais com a plateia.
Tem algum momento marcante da sua carreira que você pode destacar?
Olha, cada dia é um lugar e uma emoção diferentes. Mas um momento marcante foi quando eu quebrei o braço direito, depois do show. Foi em Itu, os fãs começaram a me ‘atacar’ para tirar foto e só me lembro de ter ouvido ‘consegui’. Caí e tenho oito pinos por conta disso. Toco violão, comando os músicos e, nessa hora no palco, eu nem sinto dor.
Como você se conecta tão profundamente com o que canta?
É sempre uma renovação para mim. Às vezes, me assusto quando me escuto em casa. É quando eu me pergunto: de onde saiu tudo isso? É como se eu entrasse em um transe. As pessoas estão me vendo, mas eu não estou as vendo. Eu não ensaio para os meus shows, eu só fico conversando com Deus e Santa Cecília (padroeira dos músicos). E também falo com chuveiro, com a água (risos) Eu não tenho medo do palco. Sempre fui próxima dos músicos, dos maestros, do sonoplasta, do técnico da mesa de som. Cantar ao vivo me dá essa aproximação com essa gente que faz da música um acontecimento. Eu sempre procurei pela precisão, por mais simples fosse o instrumento, mas ele tinha que estar em sintonia com a minha voz, a batida do meu coração e a minha respiração. Meu sangue pulsa quando a corda vibra, o prato pulsa e o tambor repica em sons que produzem a melodia. Nós, cantores, precisamos dar nosso recado corretamente. Somos carteiros do amor e distribuímos bilhetes que ficarão marcados. Por isso, a importância da nossa voz, mas, principalmente, da maneira como essa voz é transmitida musicalmente. Sempre digo aos músicos: não toque por tocar. Música tem que ter vida!
O que te emociona em uma música?
O conteúdo e a história. O som latino é muito forte e isso me toca. Como uma essência.
Em sua opinião, qual é o papel da música na vida das pessoas?
É importante para toda e qualquer pessoa. É uma terapia muito boa, até as plantas gostam. A música transmite mensagens importantes e, principalmente, a palavra amor. Ela curou a mim e, assim, eu pude curar muitas outras pessoas.

Como te curou?
Hoje eu sou muito brincalhona, mas na época do falecido marido não era. Não podia cantar nem Fernando nem Índia (dois grandes sucessos da cantora, lançados em 1976 e 1995, respectivamente). Não gosto muito de falar disso, vejo como uma página virada da minha vida. (suspira) Mas eu sofri violência doméstica e psicológica. Meu falecido me batia muito e eu tinha medo de denunciar. (para e pensa) Medo era a palavra. Ele era mau com todas as pessoas que se aproximavam de mim. Sofri muito. Eu vivia presa numa jaula de ouro e, quando estava no palco, me sentia livre. Eu tinha tanto medo dele me matar que eu colocava diversos bilhetinhos nos sapatos e nas roupas para que, quando meu corpo fosse
encontrado, soubessem o que de fato tinha acontecido comigo. Quando as pessoas lembram de mim aquela época, podem dizer: ‘olha como Perla é contida, olha como é uma dama’! Pudera! Na realidade, eu me controlava para não sofrer as consequências em casa. Eu era, na realidade, uma flor constantemente podada. Cheguei a pesar 39 kg e deixei de gostar de mim. Meu falecido me fez perder totalmente minha identidade. Poderia não estar mais viva ou ter ficado maluca. No entanto, continuo aqui. Eu comi o pão que o diabo amassou, mas Deus estava sempre do meu lado, enxugando minhas lágrimas. A música e a fé me curaram.
Quais conselhos você daria para que outras mulheres evitem passar pelo que passou?
Não confiar muito nos homens. A mulher tem o direito de ser livre, fazer o que gosta e ganhar seu próprio dinheiro. Se a gente pode respeitar que o homem saia para trabalhar, porque eles não fazem o mesmo com a gente? Hoje, eu zelo mais por mim, pela minha carreira, faço as minhas vontades e quero estar perto do público.
É isso que te motiva a continuar fazendo música?
Eu quero amenizar a violência. Canto todos os estilos de música, porque quero chegar no coração das pessoas. Estou num momento em que tudo observo e não tenho medo mais. Resta dizer que o palco é o meu altar, e Deus, maestro, lá de cima, me indicando as notas para que elas vibrem junto com o coração e a pele.
Você é, realmente, uma pessoa de muita fé.
Tenho uma coleção de terços e um altar na minha casa. Sou uma pessoa muito espiritual. Estou sempre rezando, meditando, acendendo um incenso. A fé é tudo. Acho que, acima de tudo, temos que conversar muito com Deus. Ele está em todos os lugares e me dá muita força.
Como é a Perla hoje?
Tenho 72 anos, embora ninguém acredite, e já sou bisavó do Andrew, de 5 anos. Envelhecer não me preocupa. Na minha cabeça, não estou nem aí. Nunca fiz plástica, e nem farei. Acho que, em qualquer rotina, precisamos dormir bem. Assim, a cabeça funciona melhor. Eu sempre agradeço por levantar. Todo dia, penso: estou funcionando. Acho que temos que ter um pouco de loucura, de risada, sair da seriedade, nos permitir rir de nós mesmos. Também usufruo das minhas emoções. Eu não coloco colírio para chorar, porque a minha emoção é latina, não é construída. Não gosto de coisas que soam como falsas.

Existe alguma música em sua discografia que seja especialmente significativa para você?
Todas são muito especiais e eu sei que, de uma forma ou de outra, fazem parte da vida de muitas pessoas. Mas eu gosto muito de Índia, Meu Primeiro Amor e Pequenina. Fiz muitas versões do ABBA, uma mais linda do que a outra.
O grupo ABBA, inclusive, só veio realmente a ser reconhecido por aqui após sua gravação de Fernando, em 1976. Como começou a versalizar músicas do grupo sueco?
Éramos da mesma gravadora, RCA, e os diretores daqui levaram meu material para Nova Iorque. O ABBA já era sucesso na Europa, África e Austrália. Suas canções já vinham sendo traduzidas para o espanhol. Como eu estava em destaque naquele ano, tendo meus discos lançados simultaneamente em português e em espanhol, já visando principalmente à América Latina, os diretores da gravadora tiveram a ideia de fazer com que eu gravasse aqui no Brasil as músicas que o grupo vinha fazendo e conquistando o mundo. Eles não conheciam a nossa língua e eu, é claro, não conhecia praticamente nada da obra deles, nem sabia falar inglês, não entendia o que aquelas músicas diziam. Meu diretor artístico, Henre Gastaldello, deu um jeito nisso e trouxe uma tradutora. Minha preocupação era poder cantar a essência daquelas lindas canções. A tradutora me dizia o que as canções falavam e eu queria ouvir, entender e sentir o que eles faziam com a música. Queria não perder aquilo e, ao mesmo tempo, dar a minha cara para as versões. Os diretores disseram a eles que eu era a menina dos olhos da gravadora, e assim, a porta se abriu. Creio que devam ter gostado também da minha voz, da minha postura, da minha latinidade. O interessante é que, ao me escolher como a cantora responsável por regravar as suas canções, também havia uma jogada comercial, pois eu poderia cantar em espanhol e em português, atingindo, assim, um mercado muito mais amplo.

‘Pequenina’ fez para sua filha?
Quando a Perlinha chegou para mim, eu já tinha feito, escondida, a versão de Pequenina. Nos meus shows, apareciam muitas mães com crianças e tinha muita vontade de
colocá-las no meu colo. Sempre tive um lado materno muito aguçado, afinal cuidei dos meus cinco irmãos, porque era a mais velha e minha mãe e meu pai saiam para trabalhar. Mas meu falecido marido me provocou cinco abortos e, por conta disso, não pude ter filhos. Até que, em um programa de televisão, apresentado por Christina Rocha, uma mulher de costas estava doando uma bebê de 21 dias. Na hora, pensei: essa é a minha filha. Nascemos no mesmo dia, 17 de março. Eu em 1951 e ela, trinta anos depois. Adoção é um ato de amor. Parir não é ser mãe, isso é gerar. Ser mãe é mostrar o caminho, orientar e dar amor.

Você lançou uma biografia, “Perla A Eterna Pequenina”. De onde veio a ideia?
Meu irmão Kiko Pedroso, um dia, me disse que eu deveria fazer um livro com a minha história. E isso ficou na cabeça da minha irmã já falecida, Estela Pedrozo, que era a minha empresária. O projeto foi engavetado por muitos anos e foi retomado no final de 2016, quando conversamos com o escritor e poeta joinvilense Marinaldo de Silva e Silva.
Além da música, existe algum outro campo artístico que já explorou?
Sempre fiz as roupas de show. Meu pai adorava, principalmente os detalhes do bordado. Desenhava e costurava à mão, ofício que aprendi com a minha mãe. Também pinto e já fiz alguns papéis como atriz. Quando eu estou cantando, também estou contracenando. Canto músicas que sempre representam aquele momento em que estou vivendo.
Quais são as suas maiores influências?
Sou muito romântica e meus ídolos são Luis Miguel e Christian Castro (ambos são cantores mexicanos). Ouço muita música em espanhol e filmes também, até para não perder o meu sotaque. Canto em português, tupi-guarani e espanhol. Nos meus shows, misturo tudo.
O que gostaria de gravar?
Tem uma música que mexe muito comigo, Evidências. Gostaria de gravar também Malaguenha, Olhos Verdes…

Tem trabalhando novo vindo por aí?
Gravar um disco é como fazer artesanato. É colocar emoção, sentimento e alegria. Já tenho 20 músicas prontas. São boleros e rancheiras, tudo misturado. Faltam detalhes e instrumentos, como harpa e violão acústico. Muitos usam o poder do botão, mas o meu botão é natural. Até o final do ano esse disco deve sair, como um presente de Natal.
E a inspiração, de onde vem?
Ah, ela é invisível. Há dias em que vem como se eu fosse rezar um terço.

Como chegou a Granja Viana?
Eu me mudei para cá no auge do meu sucesso, há 45 anos. Vim por influência do Paulo Barbosa (radialista) e Jane e Herondy (dupla musical brasileira de grande sucesso na década de 1970). Silvinha Araújo, que fazia parte do coral dos meus LPs, também morava por aqui. A minha casa aqui é o meu lugar de meditação. Adoro minhas orquídeas, as árvores frutíferas e as plantas que fazem remédio. Gosto de plantar e estar com os meus bichos. Essa é a minha maior riqueza. Moro no mato. Levo uma vida simples em meio à natureza. Sempre achei que quem mora mais afastado assim está mais próximo de Deus do que quem vive nos grandes centros.
De tudo o que passou, pessoal e profissionalmente falando, o que extraiu de lição?
A vida é muito bonita. Eu enfatizo muito que tudo tem que ser feito, se pensando grande. Eu não penso só em mim, embora saiba que também sou egoísta. E quem não é de vez em quando? Mas eu respiro fundo e percebo que, às vezes, vale a pena chorar, calar e aceitar, principalmente porque estamos de passagem neste planeta.
Por Juliana Martins Machado