As atrizes de Hollywood foram convocadas a usar preto para reforçar o Time’s Up e aderiram em massa, inundando, assim, o tapete vermelho de pretinhos nada básicos e fazendo do Globo de Ouro 2018, em Los Angeles, um surpreendente palanque feminista. Time’s Up significa que o relógio parou e chegou a hora! Elas pedem o fim da complacência com assédio sexual e abusos em ambientes de trabalho não seguros para as mulheres. Catherine Zeta-Jones, a Mulher-Maravilha Gal Gadot e Oprah Winfrey, entre outras celebridades americanas, lideraram o movimento, também conhecido por “Mulheres de Preto” ou ainda “Me Too” e botaram a boca no trombone, no evento pré-Oscar e de repercussão mundial. Veio da França a resposta, em forma de um manifesto liderado pela atriz Catherine Deneuve, de 74 anos. “Venho a público para dizer que os homens deveriam ser livres para flertar com as mulheres.” Ela é uma das 100 celebridades francesas signatárias de uma carta aberta, publicada no jornal Le Monde, alertando para o que chamam de novo “puritanismo”, diante das recentes denúncias de assédio sexual na indústria do entretenimento. “Nós defendemos a liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual”, diz o título da carta. O manifesto lamenta a onda de “repreensões públicas” que vieram à tona após o escândalo envolvendo o produtor americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual, e até estupro, por dezenas de mulheres. Deneuve e outras 99 francesas defendem o direito do homem à paquera. Elas dizem que “estupro é crime, mas que nem toda cantada ou galanteio significa uma agressão machista”.
Reconhecem a importância do movimento que teve manifestações fortes na premiação do Globo de Ouro. Mas acham que existe exagero. Lembram, por exemplo, que muitos homens expostos publicamente perderam seus empregos sem terem direito de se defender.
E as cem mulheres que assinam o manifesto dizem mais: “o clima de denúncias seria uma ameaça à liberdade sexual, e até uma forma de machismo, colocando, mais uma vez, as mulheres como vítimas incapazes de se defender de uma abordagem incômoda, por mais simples que seja”.
Imediatamente após o manifesto em defesa dos homens, as feministas americanas contra-atacaram.
Um grupo de 30 mulheres liderado pela ativista Caroline de Haas publicou um texto afirmando que os argumentos do manifesto de Deneuve são como os de um tio velho que não percebe que o mundo está mudando; que é preciso diferenciar sedução de assédio. Americanas X francesas, direita X esquerda, nós X eles, as questões, hoje em dia, acabam virando uma disputa radical. Polêmicas à parte, eu me preocupo com as boas maneiras. Cresci e fui educado junto com duas irmãs, e aprendi a respeitar as mulheres e ao próximo, desde sempre. Se existe algo de que as mulheres sentem falta é do bom e velho cavalheirismo. Com a emancipação feminina e a igualdade dos sexos, muitos homens pensaram que esse atributo masculino deveria ser chutado para escanteio, assim como o machismo. Esqueceram-se de algumas regras de ouro: Primeiro as damas, não vale mais? Nunca a deixe do lado da rua enquanto andam juntos na calçada. Em escadas, desça primeiro e suba sempre atrás dela. Nunca a deixe esperando em um encontro. Se ocorrer algum imprevisto, avise-a com antecedência, celular existe para isso. Espere até que ela segure o garfo para iniciar seu jantar. Não limpe uma mancha do batom na presença da mulher que o beijou, apenas limpe com um lenço quando estiver longe dela. Não passe mensagens de texto quando estiver com ela. Abrir a porta e puxar a cadeira para uma dama pode ser coisa de machista? O homem pagar a conta do casal no restaurante é fora de moda? Hábitos de nobreza e gentileza devem durar para sempre! A conquista, corte, galanteio, rabicho, chamego, xodó, flerte, paquera, affair, azaração ou xaveco é cheia de códigos, sinais, gestos, olhares e mistérios, é o barato do casal, mas respeito é bom e todo mundo gosta!
Por Marcos Sá, consultor de mídia impressa, com especialização em jornais, na Universidade de Stanford, Califórnia, EUA. Atualmente é diretor de Novos Negócios do Grupo RAC de Campinas