Uma pesquisa feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), indica que o número de casos de ansiedade e depressão no país duplicou em um mês de quarentena devido a pandemia do novo coronavírus. Os dados foram coletados para dois estudos distintos, e são um alerta para a saúde mental dos brasileiros. Segundo a psicóloga Clenice Araújo, da Alba Saúde, é importante ficar atento aos sintomas e buscar ajuda profissional.
“Se o desânimo for constante e os momentos de ansiedade também, é hora de ouvir um especialista. Estamos atuando através de telemedicina, uma prática já comum na psicologia. Busque ajuda profissional para cuidar de sua mente e tudo ficará bem”, explica.
Os sintomas mais comuns de ansiedade são preocupação intensa e persistente, além do medo de situações cotidianas. Fisicamente, podem ocorrer frequência cardíaca elevada, suor, respiração rápida e sensação de cansaço. Já a depressão é uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais de angústia. A sensação de tristeza constante ou perda de interesse podem levar a sintomas físicos como alterações no sono, apetite, concentração, autoestima e comportamento.
Depois de buscar ajuda profissional, tentar resgatar hábitos e atividades que fazem bem, podem ser ótimos aliados. Esse ponto fez a diferença para o ex-atleta, palestrante e produtor de conteúdo digital Rafael Cobra, que já teve depressão e chegou a pensar em suicídio. “Percebi que estava com depressão assistindo a um programa de TV com dois psiquiatras falando dos sintomas da doença. Estava afastado de tudo que gostava, não fazia mais exercícios, alimentação estava péssima e não frequentava mais a praia também, local com o qual tenho uma relação muito forte”, conta Rafael.
O ex-atleta confirmou o diagnóstico com um médico, e deram início ao tratamento com remédio. Enquanto isso, ele voltava para as atividades e hábitos que davam prazer, acalmavam e o deixavam feliz. Hoje, ele possui 36 mil seguidores no instagram, e criou o Método Cobra com o objetivo de fornecer ferramentas para a conquista de objetivos e transformação de comportamentos. Rafael não usa mais remédios, se mantém ativo e fala diariamente com milhares de pessoas sobre inteligência emocional, antifragilidade, resiliência e relacionamentos na sua comunidade online.
Existem outras ferramentas que podem ajudar a lidar com o momento delicado de incertezas, estresse, ansiedade e angústias, como a prática de atenção plena, conhecida como mindfulness. O método, criado pelo médico Jon Kabat Zinn, é um estilo de vida que consiste em um estado de presença constante com base em técnicas formais (meditações) e informais (realizar as atividades diárias com atenção ao momento presente). É como uma musculação para o cérebro, que o molda de forma mais benéfica através da neuroplasticidade.
“É a regularidade da prática que vai proporcionar as mudanças no cérebro, realmente criando um novo hábito. Para isso ser possível, é necessário ter uma repetição”, explica a instrutora sênior de Mindfulness, Luiza Bittencourt. Ela já sentiu na pele os efeitos da ansiedade, e chegou a usar remédios para controlar os sintomas físicos que sentia como convulsões nervosas, gastrite e enxaqueca. Mas tudo mudou quando conheceu a prática.