Quarentena será estendida na região

O Governador João Doria apresentou, nesta quarta-feira (27/05), o Plano São Paulo para reabertura de setores da economia durante a quarentena de enfrentamento ao coronavírus. O plano foi elaborado por autoridades estaduais em sintonia com especialistas do Centro de Contingência do coronavírus e do Comitê Econômico Extraordinário que atuam voluntariamente em apoio ao Estado.

A partir de 1º de junho, capacidade do sistema de saúde e evolução da epidemia em cada uma das 17 regiões do Estado vão definir cinco níveis de retomada produtiva. As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). O objetivo da classificação é assegurar atendimento de saúde à população e garantir que a disseminação do coronavírus em níveis seguros para modular as ações de isolamento.

Com exceção da capital, todos os municípios da Grande São Paulo e também da Baixada Santista e do Vale do Ribeira permanecem na fase vermelha e não terão nenhum tipo de mudança na quarentena, em vigor desde o dia 24 de março. Nessas três áreas, o sistema de saúde está pressionado por altas taxas de ocupação de UTI e avanço de casos confirmados de pacientes com coronavírus.

A nossa região – que compreende, além de Cotia e Carapicuíba, os municípios de Barueri, Embu das Artes, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista – já contabiliza mais de 7 mil casos confirmados de covid-19, um aumento de 22,95% com relação aos números apresentados na semana passada, quando a região contabilizava 6.074 casos confirmados. E esses números podem mudar a todo momento: há ainda 6.383 casos em investigação, aguardando resultado de exames.

Osasco e Barueri continuam despontando como as cidades com mais casos: 3.364 e 983, respectivamente. Cotia tem 647, enquanto Carapicuíba tem 911. Aliás, este último teve o crescimento mais expressivo: são 84,41% a mais no número de casos confirmados, em sete dias. Com relação aos óbitos, já são 649 na região, um aumento de 22,92%. A boa notícia é que 60% dos infectados já estão curados.

Após a apresentação do Plano São Paulo, os prefeitos Rogério Franco (Cotia), Igor Soares (Itapevi), Marcos Neves (Carapicuíba), Rogério Lins (Osasco) e Danilo Joan (Cajamar) foram para o Palácio dos Bandeirantes para uma reunião com o Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. “Viemos até aqui para falar do plano de retomada das atividades econômicas do Estado de SP e defender que nossas cidades sejam beneficiadas pela flexibilização da quarentena”, comentou o prefeito de Cotia, nas redes sociais.

Dória deixou claro que os eixos principais das cinco fases de reabertura foram discutidos com prefeitos e representantes de diversas associações comerciais e empresariais. As fases serão determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor ou maior – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.

O Governo apresentou também os protocolos sanitários do Plano São Paulo para permitir a retomada de comércios e serviços não essenciais. As diretrizes vão regular o atendimento presencial e o fluxo de clientes, funcionários e colaboradores em 15 setores produtivos e seus respectivos subsetores. As normas padronizam níveis de distanciamento social, higiene pessoal, limpeza e higienização de ambientes, comunicação e monitoramento das condições de saúde de trabalhadores e estão disponíveis neste link. Há diretrizes específicas para cada uma das quatro fases do Plano São Paulo que permitem a retomada gradual e segura da atividade econômica.

Em todos os municípios, indústria e construção civil seguem funcionando normalmente, bem como serviços considerados essenciais. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.

Isolamento

O distanciamento social ainda é a principal recomendação para conter a disseminação do coronavírus. Mesmo com a reabertura em algumas áreas de São Paulo, há exigência do isolamento social das pessoas de grupos de risco, como maiores de 55 anos, portadores de doenças cardíacas e/ou crônicas e pacientes imunodeprimidos ou em tratamento oncológico.

De acordo com Dimas Covas, que coordena o Centro de Contingência do coronavírus e dirige o Instituto Butantan, a população ainda precisa encarar o isolamento como meta para permitir que os serviços de saúde continuem com capacidade para atender os pacientes com COVID-19 em enfermarias e UTIs. A adesão considerada ideal para controlar a disseminação da COVID-19 é a partir de 70%.

O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do Governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social nas cidades da região é de, em média, 51%. E nunca ultrapassou 64%.

Cotia, que já chegou a ocupar a 7ª posição no ranking de municípios com maior isolamento, hoje está em 38º lugar: nesta terça-feira (26/05), a taxa de isolamento estava em 45%.

Por Juliana Martins Machado, com informações do Estado