A matemática desenvolve o pensamento crítico e sistêmico que é fundamental para compreender as novas tecnologias e formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho atual. Mas como levar uma matemática atraente, acessível e criativa para as salas de aula brasileiras? Para debater práticas e casos de sucesso, o Instituto Sidarta reúne nos dias 20, 21 e 22 de setembro, gestores e professores de 10 secretarias municipais de Educação no 4º Seminário Mentalidades Matemáticas. Entre as cidades confirmadas estão Rio de Janeiro, Vespasiano (MG), Aracruz (ES), Itu (SP), Cotia (SP) e Altamira (PA).
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Parceria com o Itaú Social, com apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o evento on-line é aberto a professores dos ensinos fundamental e médio, educadores e outros interessados pelo tema. Para participar, basta se inscrever neste link. As inscrições são gratuitas.
O Mentalidades Matemáticas transforma a maneira de pensar, aprender e ensinar a disciplina. Baseada em estudos da neurociência, a abordagem derruba mitos, como de que “a matemática é para gênios”, e mostra que o erro além de fazer parte do processo de aprendizagem, deve ser valorizado.
O encontro vai reunir nomes como Jo Boaler, professora de Educação Matemática da Universidade Stanford (EUA) e criadora da abordagem Mentalidades Matemáticas; o matemático Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada); e Nina da Hora, cientista da computação e influenciadora. O objetivo é refletir sobre o ensino de uma matemática mais aberta, visual e criativa e sua aplicação no dia a dia. Em entrevistas conduzidas pelo jornalista Gabriel Alves, eles vão contar sua relação pessoal com a matemática.
“Os desafios da aprendizagem matemática no Brasil são históricos. Muitos brasileiros não possuem uma relação positiva com a matemática ou até pior, possuem um trauma em relação à disciplina. Para alterarmos os baixos níveis de proficiência, precisamos ressignificar essa relação, não adianta fazer mais do mesmo, precisamos abordar o problema de outra forma e o programa Mentalidades Matemáticas vem nesse sentido”, afirma Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta.
Responsável por trazer o programa Mentalidades Matemáticas para o Brasil, o Instituto Sidarta já formou 5 mil professores e atingiu mais de 1 milhão de alunos, obtendo resultados positivos, em parcerias com secretarias de Educação. Municípios que participaram do 3º Seminário, em 2021, e implementaram uma das tecnologias educacionais vão apresentar o trabalho desenvolvido e os resultados.
Um exemplo de sucesso do Mentalidades Matemáticas foi o Curso de Férias, realizado com alunos de escolas públicas de Cotia (SP) por 10 dias em 2020. Os alunos tiveram um salto equivalente a 1 ano e 3 meses em escolaridade matemática, calculado pelo desempenho na avaliação MARS (Mathematics Assessment Resource Service).
A programação do 4º Seminário também conta com vivências (oficinas) onde os participantes terão contato com atividades práticas da abordagem. Ao fim do encontro, as secretarias de Educação serão convidadas a firmar uma agenda propositiva com compromissos para transformar o ensino da matemática.
Parceiro do Sidarta na realização do Seminário, o Itaú Social prepara para 2023 a adaptação do Curso de Férias Mentalidades Matemáticas para uma tecnologia educacional.
“O sucesso do Curso de Férias apontou que mais estudantes podem se beneficiar com a abordagem, não somente aqueles que já tinham bom desempenho, o que favorece a equidade. Para poder disseminar esse conceito, estamos formulando uma tecnologia educacional, por meio do programa Melhoria da Educação, para que essa metodologia fique à disposição de municípios e estados parceiros”, comenta a gerente de Implementação do Itaú Social, Tatiana Bello.