Terapia com células-tronco mostra resultados positivos no tratamento da Covid-19

Estudos indicam que a medicina regenerativa pode ajudar no combate à doença

Enquanto cientistas do mundo todo estão trabalhando em uma vacina que seria eficaz contra o novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, um grupo de pesquisadores chineses vem explorando uma abordagem terapêutica com células-tronco para o tratamento da doença.

De acordo com o Science and Technology Daily, jornal oficial do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, sete pacientes gravemente doentes com a nova doença do coronavírus (Covid-19), foram tratados com células-tronco mesenquimais e apresentaram melhora significativa em apenas dois dias após o transplante do material. Os pesquisadores documentaram um declínio acentuado nos níveis de um importante marcador de inflamação, a proteína C reativa. O número de células imunológicas super-reativas despencou e os níveis de TNF-α – citocina envolvida na inflamação sistêmica, também caíram, enquanto os níveis da citocina anti-inflamatória interleucina-10 (IL-10) aumentaram. Nenhuma reação adversa foi observada, reforçando a reputação de segurança das células-tronco mesenquimais.

Segundo Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, as células-tronco mesenquimais podem se renovar ou se multiplicar, mantendo o potencial de se desenvolver em outros tipos de células. “As células-tronco mesenquimais são multipotentes capazes de se diferenciar em vários tipos de células, como osso, cartilagem e gordura. O material também possui habilidades imunorreguladoras, promovendo a formação de novos vasos sanguíneos, a proliferação e diferenciação celular e inibindo a resposta inflamatória”, explica.

Apesar desses resultados serem extremamente positivos e levarem a novas abordagens para o tratamento da doença, Dr. Nelson pondera: “é importante ressaltar que essas pesquisas ainda são experimentais. Portanto, é necessária uma avaliação mais ampla, sempre seguindo os protocolos de segurança e eficácia definido por entidades de pesquisa e ética reconhecidas”, finaliza.

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