Zona de confusão

Lembro que, em 1991, na redação do jornal Treze Listras, em Cotia, eu, o geólogo Ab´Sáber e o jornalista W. Paioli, conversamos em quatro momentos acerca da rodovia Raposo Tavares, ainda um estradão asfaltado, e então pudemos observar a “modernização” proposta para o que viria a ser a rodovia no âmbito do Rodoanel Metropolitano, quando… (estamos em 1991), questionamos: “E como vai ser aquele nó na entrada e saída da Granja Vianna?!” Ninguém soube responder. Mas, nós, que pesquisamos, sabíamos que a origem da “zona de confusão” (o termo é de Ab´Sáber e não de Luxa, o cara do futebol) esteve na não observação da rota velha da estrada de Sorocaba, a passar entre a Fazenda Carapochuyba (hoje, Granja Vianna) e o Ybitátá (Butantã), porque a atual RRT foi iniciada aí em trecho mais selvagem que o ancestral Piabiyu guarani – logo, a turma da engenharia deveria saber que estava a operar em “sítio de futura e irreversível urbanidade de apoio à capital paulista” (Ab´Sáber), com um “gargalo rodoviário a entupir o ir e vir com prejuízo social e mercantil”. Porque esse “sítio” já vinha de um ponto de encontro [Akutia, ou Acutia) no rio d´Acutia perto da foz com o Anhamby (rio Tietê) de gentes nativas e bandeirantes. Mas, quem escuta intelectuais…?! E agora, um grupo corajoso de habitantes granjeiros e cotianos resolveu enfrentar a governo estadual e exigir responsabilidades. Ora, nada mais justo, muito justo, justíssimo. Aguardemos e colaboremos. Hoje, que é 2019, a RTT é um longo buraco a exibir a má engenharia rodoviária.

João Barcellos

 

Nota da redação: O movimento a que se refere o leitor é o SOS Raposo – Uma rodovia em colapso, formado por moradores e trabalhadores da região que pedem atenção do poder público à rodovia Raposo Tavares. É um movimento apolítico que esperar alcançar 100 mil assinaturas em um abaixo-assinado e, com isso, sensibilizar o governo a criar soluções para esse grave problema. Saiba mais, clicando aqui.

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