Edição 199: julho de 2016

NA VIDA TUDO TEM SEU TEMPO, ciclos que revelam desafios. Andrew Parsons cresceu na Granja Viana. Amadureceu em um bairro que, nos anos 1980, reunia uma sociedade privilegiada, que chegava em busca de espaço e ar puro para criar seus filhos. A vida seguia, de vento em popa, até que a família perdeu a estabilidade financeira e teve de se mudar. Mudar de cidade e de hábitos, uma nova fase começava. Já não era a Granja Viana,
não havia o carro do pai e a mesada garantida. Mas, sim, Niterói, Rio de Janeiro. No ônibus, a caminho de casa, Andrew levava, embaixo do braço, o resultado da sua conquista, apesar das adversidades, um currículo com formação em Jornalismo da universidade federal. Resolveu descer antes do seu destino para saber de uma possível vaga no Comitê Paralímpico. Passaram-se doze anos, e o estagiário tornou-se presidente, levantando uma causa outrora vivenciada por ele: a da superação, apesar das deficiências, sejam elas emocionais, financeiras ou físicas. Estivemos, a convite de Andrew, no Centro Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo. Um prédio enorme, novinho em folha, preparado para acolher atletas do Brasil inteiro, que poderão sentir o entoar da torcida, a vibração das arquibancadas, o vento soprar no rosto na reta final da pista de atletismo. Somos assim, homens iguais, conquistadores por natureza e gostamos de vencer nossos limites. Diferente, mesmo, é o olhar de cada um. Os Jogos Paralímpicos começam em setembro, logo após os Olímpicos, e prometem emocionar a todos, não só porque o Brasil está na disputa de um merecido quinto lugar na classificação das medalhas, mas porque assistir a essa turma vencendo tantos desafios é uma verdadeira fonte de inspiração para a vida.
Boa leitura!

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