Deputado federal concorrendo a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo, Alexandre Frota anunciou sua desfiliação do PSDB durante a tarde desta terça (04/10). Em uma publicação no Twitter, o parlamentar escreveu: “não posso ficar em um Partido que apoia o Bolsonaro e Tarcísio vai de encontro a tudo que fizemos até o momento”. Na carta direcionada ao presidente tucano do diretório estadual em São Paulo, Marco Vinholi, ele pede a saída da legenda por “razões de foro íntimo”.
Acabo de me desfiliar do @PSDB_SP, não posso ficar em um Partido que apoia o Bolsonaro e Tarcísio vai de encontro a tudo que fizemos até o momento. Agradeço muito ao @BrunoAraujo456 @marcovinholi @fernandoalfredo @PSDB_SP mas é incompatível. Vamos pra frente .🇧🇷👍👏 pic.twitter.com/jN9JoYiDiw
— Frota 777🇧🇷 (@77_frota) October 4, 2022
Com sua saída do partido, o PSDB de Cotia, agora, está sem presidente. “Liguei para o Carlão Camargo e o Márcio Camargo, convidei-os a pegarem de volta o diretório e a Presidência do PSDB Cotia. Ambos agradeceram”, contou o parlamentar. Esta informação foi confirmada pelo ex-prefeito de Cotia à nossa redação, mas ainda sem mais detalhes.
Em entrevista ao Universa, o granjeiro analisou a derrota nestas eleições (ele recebeu 24.189 votos, que não foram suficientes para conquistar vaga na Alesp). “Os eleitores de 2018 não analisaram meu amadurecimento, meu estudo, conhecimento, responsabilidade e a maneira que me portei dentro da Câmara, optando sempre pela democracia e pelo povo. Me tornei um progressista”, disse. Segundo ele, é uma honra ter sido o deputado com o maior número de projetos em defesa das mulheres no último mandato. “Vou continuar na minha batalha, independente de ter sido eleito ou não. Porque essa é uma bandeira, defender as mulheres, o direito, a dignidade e dar mais oportunidade, para que tenham mais presença política. Lutar pelos direitos das mulheres continuará sendo uma bandeira como foi nos últimos quatro anos. Saio muito tranquilo e já estou me articulando para 2024”, declarou.
Frota, que faz um projeto social com entrega de 3 mil marmitas semanais, disse que não pode compactuar com o ódio, miséria e fome. “Vou continuar combatendo a fome e envolvido na política. Na segunda-feira (3), às 9 da manhã, eu liguei para Gleisi Hoffmann, falei com Geraldo Alckmin e com Fernando Haddad. Estou me posicionando e mirando 2024. Não vou ficar no PSDB se o Rodrigo apoiar o Tarcísio. Tenho que seguir com o que penso e acho que é correto”, disse.
Para ele, se Lula se eleger, teremos um Brasil difícil, mas o país precisa ser soberano. “Precisamos resgatar a dignidade da bandeira do Brasil, do hino nacional e valorizar novamente as mulheres, idosos e classes minoritárias. Pessoas que estão enfrentando a miséria e o desemprego. Estou superengajado na campanha do Lula e reconheço que no passado tomei atitudes erradas. Mas não olho para trás, eu sigo em frente”, completou.