Larissa Manoela: nascida para brilhar

Moradora da Granja Viana há seis anos, a atriz, cantora, escritora, dubladora (ufa!) Lari Manoela está num momento especial de sua vida. Com 18 anos completados em 28 de dezembro, a menina que ficou conhecida nacionalmente em 2012 como a Maria Joaquina da novela Carossel, do SBT, celebra a vida com garra e alegria. Um de seus pés está fincado na carreira, iniciada há 14 anos quando foi descoberta num supermercado de Guarapuava, cidade que fica pouco mais de 250 km da capital paranaense. O outro está solidamente ancorado na vida familiar. Seus pais, o representante comercial Gilberto Elias Santos, e a mãe, a pedagoga Silvana Taques Elias Santos, largaram seus afazeres em Guará – como ela chama carinhosamente a cidade – para se tornarem seus empresários e apoiar a carreira da filha em São Paulo. Deste ninho familiar, que lhe dá a base para avançar em seus projetos, há mais de um ano faz parte o namorado Léo Cidade, ator como ela ano. Uma foto do casal, publicada por Lari em seu Instagram, teve quase 1 milhão e trezentas mil curtidas até o fechamento desta edição. Sim, a jovem também é considerada uma digital influencer: seu perfil no Instagram é seguido por 18,5 milhões, a maioria jovens entre 6 e 14 anos interessados em saber o que ela veste, o que ela come, o que ela faz… Os pais deles podem ficar tranquilos. Lari é uma influencer do bem. Leva vida regrada, curte seus cachorros, alimenta-se bem e pratica exercícios para manter seus 50 quilos distribuídos em 1,53 m de altura. E sim, ela é uma moça de fé: “Sempre coloco tudo nas mãos Dele, agradeço muito, pois Ele é sempre muito maravilhoso comigo”. Padre Pedro e a catequista Zilda, com quem ela fez a primeira comunhão na Paróquia Santo Antônio, regaram bem a semente da religiosidade plantada pelos pais.
 
Você é nascida em Guarapuava, Paraná, em 28 de dezembro de 2000. Como a revista Circuito, você tem 18 anos. Além de tirar a carteira de motorista, quais são seus planos para 2019?
Dei entrada na carteira, vou começar as aulas depois que passar a festa do meu aniversário, que será celebrado em 30 de janeiro.
 
Aliás, o modelo do convite para seu aniversário foi muito comentado nas redes sociais.
[Ela ri, feliz.] É. Infelizmente é humanamente impossível convidar todos, por isso compartilhei nas redes sociais, para que todos possam se sentir parte desta festa.
 
Até o fechamento desta edição, você tinha 18,5 mi (dezoito milhões e meio) de seguidores no Instagram. Como você se sente como uma digital influencer, isto é, como uma pessoa que detém o poder de influenciar milhões de indivíduos?
Para ser sincera, não consigo muito imaginar o que são 18 milhões de pessoas. Meus shows são para seis, sete mil pessoas, e eu acho aquilo um número absurdo – e não é nem 1% de seguidores nas redes sociais. Quando paro para refletir, penso: “o que será que essas pessoas estão falando de mim, das coisas que faço, de meu trabalho?”. É muito doido parar para pensar na grandiosidade do público que atinjo.
 
É uma responsabilidade muito grande, não é?
Sim. Meus pais, que são meus empresários, e minha produtora me ajudam a filtrar os comentários para eu interagir melhor com minhas redes sociais. Temos um cuidado muito grande, pois a maior parte é formada por um público infanto-juvenil, de 6 a 14 anos. A maioria é de adolescentes – aqueles que assistiram Carrossel pela primeira vez já têm agora 17 anos [Baseada na telenovela mexicana Carrussel, a telenovela produzida pelo SBT foi escrita por Íris Abravanel, e o primeiro capítulo foi ao ar em 21 de maio de 2012]. Mas meu público sempre se renova. Com as reprises da telenovela no SBT estão surgindo agora fãs que não eram nem nascidos antes! O fato é que eles vão crescendo, mas continuam me acompanhando.
 
Como você decide o que postar?
Meu público é muito família. Portanto, quando penso em postar algo sei que eles querem saber o que estou usando, pois também querem usar; querem saber o que estou vestindo, para também vestir. Por isso, o conteúdo da minha rede social é muito baseado em mim mesma: eu costumo compartilhar o que estou fazendo, pelo que estou passando. É um processo de escolha bastante responsável.
 
Para selecionar o que postar você se norteia pelos seus valores?
Sempre. Para começar, Deus à frente de tudo. Ele sempre sabe o que faz. Sempre coloco tudo nas mãos Dele, agradeço muito, pois Ele é sempre muito maravilhoso comigo. E meus pais são minha base, meu porto seguro. Família é tudo! Ela sempre me apoiou, sempre me incentivou. Em qualquer profissão a gente precisa desse apoio.
 
Antes de chegar ao Paraná, de onde era sua família?
Somos descendentes de italianos, da região de Veneza por parte da mãe, e de portugueses do Porto, por parte do pai. Tenho muitos fãs no Porto e muita vontade de ir para lá conhecer a cidade. Para a Itália também. Ainda não fui, mas meus pais já foram. Mas já fui para Paris – é linda! – e Londres.
 
Você viaja com mais frequência para os Estados Unidos, certo?
Sim. Temos casa, carro, em Orlando.
 
Você foi literalmente descoberta num supermercado, aos 4 anos, começando a atuar como modelo infantil. Você se lembra deste dia?
Eu me lembro e meus pais me ajudam a completar a memória. Sempre fui muito precoce, naquela época já andava sozinha, estava caminhando no supermercado, enquanto meus pais faziam as compras. Uma pessoa nos abordou e perguntou se eu gostaria de participar de um concurso de modelo. Falei para meus pais que queria ir. Havia etapas no processo de seleção, que incluía atuação, modelo passarela e fotográfico. Naquela época eu já assistia a novelas, cantava músicas, decorava comerciais de TV, sempre fui muito desenvolta. De certa forma, eu já estava nesse meio artístico, já dava indícios de que aquilo era para mim. No início, estava ansiosa porque queria que as coisas fossem muito rápido. Mas eu estava tão confiante que acabei me divertindo com o processo todo.
 
Como seus pais reagiram à proposta?
A gente passou por uma grande aventura no início de minha carreira. A gente morava em Guara e, com o tempo, eles largaram tudo para vir atrás de meu sonho em São Paulo. Além disso, meus pais sempre me prepararam para o que viria pela frente.
 
O que eles faziam no Paraná?
Meu pai, Gilberto Elias Santos, era representante comercial de imóveis e minha mãe, Silvana Taques Elias Santos, pedagoga. Ela trabalhava com educação de jovens no ensino fundamental e de adultos, ambos na rede escolar pública.


No seu site tem uma bela foto sua com seu pai, aliás vocês são bem parecidos. Como foi que ele ensinou o “passarinho periquito” dele a voar?, como você escreveu debaixo da fotografia?
Quando eu era pequena, meu pai cantava para mim uma música que ele mesmo fez [risos]. Acho que sou um misto bem grande dos dois, a parte de cima dos olhos saí à minha mãe, a parte do queixo herdei do meu pai. Aliás, eles são primos distantes, portanto eles são uma mistura boa.
 
Você gostaria de ter tido irmãos?
Eu até gostaria de ter tido. Sabe, quando era pequena meus pais pensavam em ter mais filhos.  Mas quando comecei minha carreira, aos 4 anos, cresci sendo filha única, tendo atenção máxima. Meu irmão sofreria bastante, imagino, pois meu trabalho exige muita atenção, dedicação, da parte deles. Imagino que seria exaustivo para ele. A maioria dos irmãos dos meus amigos, que atuam como eu, não gostam da rotina que levamos, pois não curtem muito estar na frente das câmeras.
 
Até os 4 anos você era a Larissa Manoela Taques Elias Santos. Como nasceu a Lari Manoela? Afinal, você tem uma carreira impressionante para alguém tão jovem. Foi aos 6 anos, quando participou do seriado Mothern, na GNT?
Era muito pequeno o papel em Mothern, era mais uma estudante que brincava com outras amigas. Não foi preciso fazer muito laboratório. Era tudo muito rápido nas gravações, eu terminava e ia embora fazer lição de casa. Mas o papel foi importante porque gostei muito da experiência. Depois dela consegui ter mais noção do que era ser atriz.
 
Você se tornou um rosto nacionalmente conhecido como a Maria Joaquina de Carrossel. Até hoje está nas telinhas do SBT, agora no remake de As Aventuras de Poliana. Como foi conciliar os estudos com a carreira de atriz?
Eu tinha 11 anos na época que gravei Carrossel. Sempre tive uma vida bem corrida, mas sempre conciliei de uma forma positiva, pois sabia que não teria tempo para fazer as coisas com calma. Estudava na parte da manhã, no Colégio Adventista de Cotia, localizado no Parque São Jorge. Eu já estudava em escola adventista no Paraná e quando viemos para são Paulo decidi permanecer na rede. À tarde, gravava a novela. Sempre tudo com muita responsabilidade, com foco. Sempre fui aplicada na escola, prestava muita atenção nas aulas, aproveitava para tirar todas as dúvidas possíveis em sala de aula. E a gente contava com apoio de uma professora particular.
 
Os adventistas são conhecidos pela alimentação saudável.
Sim, na hora do lanche as opções eram bem saudáveis, com alimentação bem balanceada – tinha até comida vegana. Até hoje sempre dou um jeito de me alimentar bem. A saúde sempre em primeiro lugar. Não sou neurótica, mas sempre me senti bem com meu corpo, tenho 1,53 m e peso 50 quilos. Meu metabolismo é rápido e como de tudo. Não tenho restrição, mas também não exagero. Minha comida favorita é a brasileira: arroz e feijão, uma carninha, salada. E gosto muito de comida japonesa. Na academia faço aeróbica, natação.
 
 
Aliás, você tem bastante jogo de cintura [risos]. “Já levei todos!”, você afirmou, sem perder o rebolado, quando o Silvio Santos (ah, sempre ele!) perguntou se você já tinha levado seu namorado a Disney.
Nunca tive problemas com isso. Ele [o Sílvio Santos, nome artístico de Senor Abravanel, famoso apresentador de televisão e empresário brasileiro dono do SBT, que possui mais de 60 anos de carreira] fez essa piada e eu acabei entrando na brincadeira junto com ele [risos]. Sempre lidei muito bem com tudo isso, quando a gente está feliz sente necessidade de compartilhar a felicidade. Com o passar dos anos e meu amadurecimento, comecei a lidar com desenvoltura com tudo, portanto respondi da mesma forma brincalhona como ele brinca comigo. A verdade é que eu gosto muito daquele lugar [Orlando, nos Estados Unidos]. Lá, a gente tem casa, carro. E conforme minha vida passa gosto de compartilhar aquele espaço com uma companhia que esteja me fazendo feliz naquela fase. Daí percebi que era mais natural encarar aquela brincadeira como o que ela era de fato: uma brincadeira.
Você já se relacionou com o ator João Guilherme, com quem contracena em As Aventuras de Poliana, com o ator Thomaz Costa e agora está com Léo Cidade, 22 anos. Como tenta preservar sua intimidade com tantos repórteres em busca de novidades?
Desde o inicio eu e o Léo [como ela, Léo Cidade atua na novela As Aventuras de Poliana, que vai ao ar vai até o fim de 2019] conversávamos muito nas gravações da novela, mesmo quando a gente nem tinha nada ainda. Ele sempre foi um menino muito puro, muito extrovertido, simples, sensível. Eu via algo muito bonito nisso, algo natural, sem interesse. Isso me impressionou bastante. Ele não ligava muito para o que eu fazia, acho que ele nem sabia quem eu era. Aí, eu pensei: “esse é o amor de minha vida, ele não sabe nem quem eu sou”. A gente sempre foi muito sincero um com o outro – eu era muito preocupada no início com a exposição. Ele sempre levou numa boa. Hoje a gente curte ir ao cinema, ver séries na televisão. A gente divide, troca muito, fala a mesma língua. Quando a gente se encontra para fazer personagens, a gente passa o texto juntos, é uma sintonia muito grande.
 
Você é de Capricórnio, ele de Virgem. Você acredita em astrologia?
Eu acabo sempre vendo meu mapa astral, ele é mais desligado nesta questão. Até já procurei saber mais completamente sobre meu signo solar – sou do primeiro decanato de Capricórnio, quando coloco uma meta de trabalho, eu trabalho, trabalho, trabalho… Meu ascendente em Peixes dá essa leveza. Assim, sou bem focada, mas meu ascendente traz um lado sensível, amoroso, entregue. Vejo lá em casa meu pai, que é aquariano, e minha mãe, de Leão, cada um com sua personalidade, seu jeito, mas todos respeitando o que cada um faz, os limites dos outros. Sou muito observadora – minha Lua está em Aquário…
 
Essa combinação faz de você uma pessoa que inspira os outros?
São várias as histórias de motivação na minha vida… Minha vó estava numa depressão avançada porque descobriu um câncer. Logo depois minha vizinha, que sofria síndrome do pânico. Fui conversando, mostrando outro lado para elas. Minha lua em Aquário me dá uma capacidade de entrar na vida das pessoas e fazer o bem por meio da influência que tenho nas vidas dos demais.
 
Como consegue conciliar tantas atividades? Você já tem três livros publicados. Na ordem de lançamento: O Diário de Larissa Manoela (HarperCollins Brasil, 2016), O mundo de Larissa (HarperCollins Brasil, 2017) e Perguntas e Respostas (HarperCollins Brasil, 2018). Fez cinema, entre os filmes Fala Sério, com os hilários Paulo Cursino e Ingrid Guimarães. Aliás, com qual parte da sua profissão você se identifica mais: com a atriz, cantora, escritora, dubladora?
Dublei o Sítio do Pica Pau Amarelo, O Pequeno Príncipe Encantado. Agora mesmo, que estamos conversando, estou entrando no estúdio para gravar uma música de meu novo CD. Amo muito cantar, atuar, atingir meu público com minhas histórias. É a somatória de coisas que você faz que te faz.
 
No dia 19 de janeiro, por exemplo, você tinha na sua agenda um show em Santa Catarina. Como se prepara para os shows? Canta ao vivo?
Adoro esse contato direto com meu público e sim, canto mesmo. No show você realmente está ali, tem a oportunidade para ter esse contato. Você percebe a reação do público na hora. A energia é maravilhosa, muito forte e bacana, é algo muito bom. No momento, estou gravando meu novo CD. A primeira música desse novo lançamento se chama DivinCosta. Mas não conta para ninguém antes de sair a revista, ainda é segredo.
 
Para finalizar, a pergunta mais importante: o que você acha de morar na Granja Viana?
Moro na Granja Viana desde os 12 anos. E gosto muito de morar aqui por ser perto do meu trabalho no SBT. Gosto de fazer tudo por aqui, como ir ao Parque Cemucam, é tudo pertinho. Fiz a primeira comunhão na Paróquia Santo Antônio com o Padre Pedro [atualmente na Paróquia Nossa Senhora Achiropita, no Bixiga].  Minha catequista foi a Zilda. E sempre que posso vou à missa. A Granja Viana me traz um pouco a lembrança de quando eu morava no interior do Paraná. É bom chegar em casa, curtir meus cachorros, ter meu cantinho, tudo isso para mim e para os meus pais. A gente gosta muito da Granja. Assim que chegamos em São Paulo moramos um período em apartamento, mas a gente se sentia limitado lá. Mesmo que eu me mude um dia, aqui vai sempre ser meu lar, pois é a casa de meus pais. Aqui é nossa casa.

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