Novidades no Projeto Âncora

Projeto âncora começou 2019 como um novo ponto de cultura para São Paulo e com operações de educação e assistência social separadas em duas ONGs autônomas.

O Projeto Âncora – associação civil beneficente, filantrópica, educativa e cultural, de fins não econômicos e não lucrativos, fundada em 1995 pelo casal Walter e Regina Steurer e que, desde 2012, mantém escola de ensino fundamental e médio, com inovadora filosofia educacional, hoje referência em todo o País – anunciou, em comunicado divulgado a alunos, pais, professores, colaboradores e toda sua comunidade, a conclusão de sua reestruturação organizacional e, em janeiro, retomou as atividades de forma ampliada, com seus dois braços – educação e desenvolvimento social – atuando agora em duas organizações independentes, mas operacionalmente integradas, otimizando recursos.
“As medidas permitirão à entidade alinhar-se à nova gestão e governança, que visa a aperfeiçoar práticas, ampliar e melhorar o atendimento e criar oportunidades de captação para manutenção das atividades da instituição nos dois âmbitos”, como explica a presidente do Projeto Âncora, Ana Letícia Maciel.
Além de 135 vagas na Escola do Projeto Âncora e 55 vagas no segundo semestre na Creche Âncora – o que será garantido após assinatura de convênio com a prefeitura de Cotia, em andamento -, o Projeto Âncora voltará a oferecer um “cardápio completo“ de atividades artísticas, culturais, educativas, esportivas e sociais no contraturno para os alunos da escola e outros jovens e crianças que estudam em Cotia e região, ampliando sua atuação.
Nova organização na prática
Localizada em Cotia, a organização, que desde o final do ano exibe a designação, concedida pelo então Ministério da Cultura, de “Ponto de Cultura” em São Paulo, sob a mesma marca PROJETO ÂNCORA, passa a desenvolver suas atividades com as entidades legal e administrativamente autônomas: Projeto Âncora, que garante os serviços sociais, e a Comunidade de Aprendizagem Âncora (CAA), responsável pela atuação formal em educação, o que inclui a Escola Projeto Âncora, além de cursos, palestras, vivências e eventos em geral oferecidos a educadores de todo o Brasil que visitam a organização para conhecer seus métodos. A infraestrutura e espaço serão compartilhados.
“Ao mesmo tempo em que atendemos a exigências legais, a revisão de nosso modelo organizacional e de gestão nos permitiu retornar à nossa essência”, observa Ana Letícia, explicando que “para além de uma educação para a autonomia, o que já é nossa marca, essa nova configuração integra solidariedade humana, acolhimento e promoção social, vivenciadas nas atividades das duas unidades, a social e a educativa”.
Ana Letícia, juntamente com os diretores Walter Teixeira, Celso Sekiguchi, Fabio Zsigmond, Vinicius Leonardo Luna e a fundadora Regina Steurer, lidera a reestruturação, que, segundo ela, visa também a “criar condições para garantir a saúde financeira da organização e superar os desafios impostos pela crise econômica dos últimos anos, que reduziu verbas para a área social”
Para o dirigente voluntário Leonardo Luna, ex-aluno do Projeto Âncora, que, com sua participação, materializa os valores, princípios e objetivos da organização, “a reestruturação responde a demandas também da comunidade e à evolução de nosso modelo de gestão e governança”. Ele destaca que “a diretoria vinha identificando a necessidade de ajustes administrativos, operacionais e de visão para manter a identidade da organização sonhada por seu criador, Walter Steurer”, já falecido. “Steurer era um homem à frente de seu tempo. Além de generoso e dedicado a essa comunidade, soube projetar uma instituição de referência, com uma missão que se manteria na base por décadas”, citando a missão original, presente na Carta de Princípios da fundação: “Ser um espaço de aprendizagem, vivência e multiplicação da cidadania”.
Estrutura revista e calendário socioeducativo começam neste mês
Compartilhando recursos, o trabalho dos dois braços da organização – social e educacional – começou em janeiro para preparar a estrutura para receber a comunidade neste mês “com muitas novidades, alegria e energia”, avisa Ana Letícia, mãe de três alunos e que se converteu por amor ao voluntariado local.
Os estudantes interessados na unidade de educação começam este mês a cursar os ensinos fundamental I e II e médio. Os educadores podem se inscrever, desde já, para vivências e palestras oferecidas a interessados de todo Brasil que visitam a ONG.
A Escola Âncora
Por meio da ONG CAA, a Escola Âncora, que dispõe de 135 vagas nos ensinos fundamental I e II e médio, funciona em dois turnos – manhã e tarde -, ocupando todas as instalações, e com a mesma pedagogia Âncora transformadora e aplaudida pelas crianças e famílias.
A escola conta, entre outros equipamentos para consecução de sua proposta, com circo, biblioteca, laboratório, refeitório e quadra coberta.
Unidade Social
Já os interessados nas atividades da unidade de assistência e desenvolvimento social, por meio da ONG Projeto Âncora, podem conferir o calendário e se inscrever nas oficinas e atividades internas de artes, música, yoga, circo, dança, reforço escolar, esportes, empreendedorismo e apoio ao ENEM, ou externas como kart e skate, oferecidas por meio de parcerias com o Instituto Barrichello, já no primeiro semestre. Os cursos profissionalizantes, alfabetização para adultos e novas parcerias para cursos de informática, games, inglês, incentivo à prática de esportes, entre outros, estão previstos para entrar no calendário até o início do segundo semestre.
As atividades de contraturno atenderão a crianças dos dois períodos – funcionarão com carga total das 7h20 às 16h20. No mesmo horário serão realizadas as novas atividades visando a atender a toda a comunidade e que serão divulgadas ao longo do ano.
O que é compartilhado
A Instituição está instalada em terreno de 12.000 m² na cidade de Cotia, e dispõe de uma infraestrutura com salas de aprendizagem, laboratórios, quadra de esportes coberta, circo, biblioteca, cozinha, pista de skate, refeitório, ateliê de arte e mosaico, marcenaria, hospedaria, assim como áreas verdes com árvores frutíferas e hortas.
Três refeições diárias são garantidas – lanche da manhã, almoço e lanche da tarde.
Os espaços do Âncora também continuam à disposição da comunidade para projetos em parceria ou autônomos, voltados a atividades culturais e esportivas, como teatro, aulas circenses, palestras, festas, shows musicais, eventos, torneios e outros.
Novidades na Educação Física
Em 2019, Letícia prevê uma nova configuração na área de esportes. “Está sendo desenhada pela coordenação de educação física e prevê, além das aulas regulares, a criação de times Âncora que serão preparados e estimulados a disputar campeonatos”. O programa de parcerias externas, como a que a organização mantém com o Instituto Barrichello, será mantido e outros projetos de cooperação na área esportiva poderão ser acrescentados, informam os dirigentes.
“O Âncora, além de um espaço permanente de aprendizagem, voltará a ser o espaço de alegria e festa e de intensa participação comunitária”, diz Regina, ao comemorar a retomada do leque de atividades do contraturno e outras.
Números
Em pouco mais de duas décadas, o Projeto Âncora já beneficiou seis mil crianças, jovens e adultos da comunidade. O programa de transformação vivencial, que organiza vivências e visitas guiadas para interessados, recebeu, em pouco mais de sete anos, mais de 13 mil visitantes, do Brasil e do exterior. Referência como projeto social e de educação, transformou dezenas de educadores diferenciados que hoje levam o selo Âncora de inovação, difundindo suas práticas. Também inspirou milhares de profissionais que tiveram oportunidade de conhecer de perto os desafios cotidianos de implantação de uma escola inovadora, que se recicla todos os anos, como neste 2019.
A organização é mantida financeiramente por meio de convênios públicos, doações, patrocínios e parcerias e, principalmente, pelo amor, dedicação e competência de seus educadores e voluntários, que se dedicam às causas defendidas pelo Projeto.

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