Resolver o problema do caótico trânsito diário da Raposo Tavares é uma das principais promessas dos gestores públicos e o sonho de todos nós, moradores. Discussões acerca de melhorias para a rodovia, que se tornou na prática uma grande avenida e ganhou até o apelido de Raposo Travada, se arrastam há anos e a Circuito tem acompanhado de perto todos os debates. Sempre novas – e velhas, ao mesmo tempo – propostas vêm à tona. E no nosso imaginário, fica a pergunta: quando vai se tornar realidade? E mais: realmente vai acontecer?
Ao que tudo indica, o imbróglio parece agora estar chegando realmente ao fim: o Governo do Estado liberou R$ 96 milhões em investimentos para o projeto de mobilidade da Raposo Tavares. O anúncio foi feito durante um evento com a presença do governador João Doria, em 27 de agosto. Com a verba, serão realizadas intervenções entre os km 21,8 e 27,6 para dar mais fluidez ao tráfego, beneficiando as cidades de Carapicuíba, Embu, Itapevi, Osasco e Vargem Grande Paulista, além de Cotia, é claro.
No dia 1º de setembro, a pedido do Prefeito de Cotia Rogério Franco, o secretário de Habitação Sérgio Folha esteve no DER-SP com Edson Caram, Superintendente da pasta, protocolando o Projeto Executivo de Mobilidade da Raposo Tavares, do km 30 ao 21. “Mais uma etapa concluída, agora falta pouco”, comemorou o secretário nas redes sociais.
Em entrevista à nossa equipe, ele detalhou as etapas da obra. Depois de protocolado o projeto executivo, o próximo passo é a licitação. “Será por conta do estado”, fez questão de ressaltar. Depois de licitado, a expectativa é que as obras sejam iniciadas de 60 a 90 dias, seguindo as três fases estabelecidas do projeto.

A finalização total está prevista para daqui dois anos. Até lá, o ponto nevrálgico será lidar com a paciência das pessoas, de acordo com Folha. “Temos que ter em mente que já tivemos tantos problemas e que o vier daqui para frente é temporário e são melhorias”, justifica.
Desapropriações
Sabemos que um grande desafio agora – após liberação de verba e validação técnica do projeto executivo – é a questão das desapropriações. E sim, elas serão necessárias! Mas calma: de acordo com a Secretaria de Habitação, serão cerca de 30 intervenções e a maioria em áreas comerciais. Sérgio Folha disse que já conversou com alguns proprietários e acredita que não enfrentará dificuldades, ressaltando que não haverá valores a serem investidos pelo poder público nessas desapropriações. “Se a prefeitura fosse pagar desapropriação individual, com certeza sairia mais caro que o valor da obra. Porém, buscaremos outra alternativa, por lei municipal, para reduzir esse custo. O projeto será em benefício de todos, logo o bom senso é preciso, mas tudo caminha para convergência no que se refere às contrapartidas que houve no projeto funcional e executivo”, explica.
Por Juliana Martins Machado