
Nesta quarta-feira, morreu o escritor, crítico literário e professor Alfredo Bosi, aos 84 anos, devido à Covid-19. A informação foi confirmada pela Companhia das Letras, editora na qual publicou livros como “Dialética da Colonização”, de 1992, e “Brás Cubas em Três Versões: Estudos Machadianos”, de 2006.
Bosi se consagrou como um dos maiores críticos literários do país. Nascido em São Paulo e de descendência italiana, ele se formou em letras pela USP (Universidade de São Paulo) e, após estudar na Itália por dois anos, passou a dar aulas de língua e literatura italiana na instituição. Em 1997, se tornou diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, onde foi editor da revista Estudos Avançados de 1989 a 2019.
Em 1993, venceu o Prêmio Jabuti de melhor obra de Ciências Humanas. Dez anos depois, foi celebrado pela Academia Brasileira de Letras, onde assumiu uma cadeira. Seu livro Os trabalhos da mão, lançado pela Editora Positivo em abril de 2018, recebeu o Prêmio FNLIJ Malba Tahan como Melhor Livro Informativo, conferido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
Moradores da Granja Viana, ele e a esposa Ecléa Bosi (foto), falecida em julho de 2017, foram inspiração de muitas lutas empreendidas para a preservação da nossa região. Sensíveis às transformações urbanas, participaram ativamente do Movimento em Defesa da Granja Viana e tentaram, por vezes, impedir a verticalização do entorno. Eram sempre vistos passeando, de mãos dadas, pelas ruas da Granja Viana. Em novembro de 2017, em nossas páginas, trouxemos à memória sua esposa, Ecléa Bosi, que considerava o “enraizamento”, em um espaço ou em uma comunidade, um direito humano fundamental. E em vídeo, o historiador Marcos Roberto Bueno Martinez lê a carta que a granjeira Ecléa Bosia escreveu, contando um pedaço da História da Igreja e falando carinhosamente dos moradores antigos e velhos amigos.