Um estudo recém-publicado pela Archives of Plastic Surgery fez a revisão de toda a literatura a respeito do tratamento cirúrgico do lipedema e revelou que a cirurgia por meio da lipoaspiração pode ser realizada de maneira segura e eficaz, e que é possível melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Este artigo corrobora um estudo recente realizado nos EUA, que já havia comprovado a efetividade da cirurgia de lipedema, mostrando que 84% das mulheres ouvidas relataram melhora na qualidade de vida e 96% delas notaram melhora na mobilidade. “Após a cirurgia, as pacientes passam a ter qualidade de vida. Conseguimos remover, por meio de lipoaspiração, até 7% do peso delas. Mas, não é só isso, devolvemos o sorriso, o amor-próprio, a vontade de usar vestido, saia, a vontade de viver, de caminhar na praia, as coisas simples da vida. Ou seja, é uma grande transformação para cada uma delas. E, tudo isso, feito de forma extremamente segura”, comenta o diretor do Instituto Lipedema Brasil, o Dr. Fábio Kamamoto, um dos pioneiros no tratamento cirúrgico da doença no Brasil.
A recomendação do Instituto Lipedema Brasil, primeiro centro de referência do país na doença crônica que atinge cerca de 10 milhões de mulheres no Brasil e 10% delas em todo o mundo, é que a mulher com lipedema – nos graus leves a moderados para a melhora dos sintomas – deve investir inicialmente em tratamento clínico multidisciplinar com nutricionistas (para ajudar na alimentação anti-inflamatória), endocrinologistas (para ajudar na questão hormonal), vasculares (para cuidar de outros possíveis acúmulos e inchaços, vasos e veias etc) e fisioterapeutas (para ajudar na locomoção). No entanto, a única forma de retirar as células de gorduras doentes (que é a causa do lipedema) é com tratamento cirúrgico e por meio da lipoaspiração.
Quando fazer a cirurgia? – Quando as dores, mesmo com exercícios direcionados, a sensação de peso e a textura da pele – que lembra celulite (mas não é) – mesmo com dietas adequadas, não passam ou quando a mobilidade melhora um pouco, mesmo assim continua comprometida, o tratamento cirúrgico pode ser recomendado.
“É fundamental que as mulheres, que queiram tratar a doença, procurem por profissionais especializados em lipedema. Nós vivemos hoje um grande problema das fake news também na medicina. É preciso tomar cuidado. A porta de entrada pode ser um ginecologista, um vascular, um fisioterapeuta, mas é preciso que eles tenham conhecimento sobre a doença. Eles farão o encaminhamento a um cirurgião competente. Procurem por informações de qualidade. O Instituto possui redes, que é o @lipedemabrasil, a campanha Conheça Lipedema tem o @conhecalipedema e a ONG Movimento Lipedema o perfil @ongmovimentolipedema”, finaliza.